Tuesday, February 28, 2006

Saudade do carnaval da Bahia



"Como é o carnaval aí?", perguntou a Cristiane, uma amiga de Belo Horizonte. Simplesmente não é, Cristiane. Aqui não tem carnaval. Em agosto, os japoneses até tentam imitar a nossa festa, no Carnaval de Asakusa (um bairro tradicional de Tokyo), mas eles imitam o carnaval do Rio e isso não me anima muito.

Você que é minha amiga há um tempão, sabe que eu A-DO-RO o carnaval da Bahia e, nessa época, se não estou lá, estou triste, muito triste, morrendo de inveja de quem está. Na verdade, só passei o carnaval em Salvador uma vez na vida, mas já corri atrás de muitos outros trios-elétricos em Ilhéus e Itabuna, nas férias de janeiro, quando tem carnaval temporão.

Lembra daquele Ilhéus Folia, no bloco do Chiclete com Banana e do Ásia de Águia? Ai que saudade! E dos carnavais de Ouro Preto? E dos shows do Chiclete em BH mesmo? E dos shows da Ivete? E dos shows da Timbalada?

Eu também A-DO-RO o Japão, Cristiane, e você sabe disso. Mas, nessa época, eu sofro. Sofro de saudade da Bahia. Saudade do carnaval. Saudade da vida de folião (será que existe "foliã?).

Tô aqui, agora, com blusa e meias de lã, o aquecedor da sala ligado (coloquei 29 graus pra ver se espanta o frio), ouvindo o Chiclete cantar Voa voa em Salvador. Pela internet, claro. Esse é o meu consolo. Mas pode deixar Cristiane. Pode deixar Bel (do Chiclete). No ano que vem, eu juro que vou voando curtir o carnaval aí com vocês.

FOTOS: Ivete e o bloco da Timbalada, no carnaval de Salvador deste ano. Eu volto, vocês vão ver!

O Japão do Emerson é assim...



Como prometido, aí vai o Japão do Emerson é assim... O Emerson é o marido da Raquel - aquela do algodão doce, que inspirou essa promoção "Aluga-se um blog" (leia post de mesmo nome, publicado no dia 25 de janeiro) -, e protagonista do post "Propaganda do marido da Raquel" (publicado no dia 28 de janeiro).

Ele é professor e pesquisador, na área de química. Ou será na área de educação? Esqueci de perguntar, mas sei que ele tem ligação com essas duas áreas. Acho que é graduado em química e o mestrado dele é que é na área de educação. Também esqueci de perguntar a idade do Emerson. Deve ser 32. Ou 33? Ai, meu Deus, que confusão!

Deixa pra lá. Vamos logo ao Japão dele, que aborda um tema muito curioso: a vida de bolsista. Todo mundo sabe que existe bolsista, mas só o bolsista sabe como é a vida dele. Por isso, queria tanto que o Emerson contasse pra gente.

Ah, na próxima semana, o Meu Japão apresenta O Japão do Caruso é assim... O tema ainda é segredo, mas eu garanto que é divertido!

Parêntese: enquanto eu não aprender a colocar link, peço a colaboração e a paciência de vocês. "Vá até o arquivo de janeiro e role a barra no canto direito da página até encontrar o post tal..." Nem pareço blogueira né. Desculpa, eu ainda sou amadora : )


Vida de bolsista no Japão

Uma vez um professor japonês me perguntou por que vim parar no Japão. Respondi que se os Estados Unidos oferecessem bolsa de estudos na minha área, eu tentaria ir para lá. Como o governo japonês dá muitas bolsas de estudos, é natural que eu fosse para onde o dinheiro está. Depois ele me perguntou por que havia escolhido estar no laboratório onde hoje estou. Não escolhi nada, eu é que fui escolhido. Por sorte, o meu orientador é muito bom e honesto. No formulário da seleção, só tinha espaço para escrever o nome das cidades onde gostaria de estudar. Na época eu pensava que, pisando no Japão, já estava bom demais pois também não tinha referência de cidades nem de universidades.

A vida de bolsista do governo japonês que recebi é a mesma do meu ideal, caso eu possa algum um dia dar bolsas a outros estudantes: o bolsista deve ter uma vida confortável, digna e receber um valor adequado para viver e seguir seus estudos sem preocupações além da sua pesquisa, das aulas e dos livros. É certo que alguns bolsistas exageram vivendo confortavelmente demais ou não se preocupando com seus estudos, mas isso não é da minha conta.

Viver como bolsista tem uma definição ampla e inclui participar de festivais, clubes, festas, viagens e outros lazeres. Tudo isso tem de ser feito, e deve ser feito, pois não se aprende muito da vida de um país apenas com os livros da biblioteca ou convivendo diariamente com seus colegas no laboratório.

Em geral nosso papel é divulgar a nossa cultura aos japoneses e fazer amigos. Na minha opinião seria bom também se convencêssemos os japoneses a visitar nosso país, se possível para ver os frutos do nosso aprendizado.

Se não tivesse vindo para o Japão como bolsista, não teria aprendido a língua, não teria vindo nem como turista, e provavelmente não teria ido para outro país estudar. Certamente não teria escrito essas palavras nem nos meus sonhos. A propósito, vim para ficar um ano e meio e em breve já vou completar três.


FOTOS: Emerson na Universidade Tokyo Gakugei e no Monte Fuji, durante a viagem de formatura do curso.

Sunday, February 26, 2006

Miyamoto, cadê você?


Ô Miyamoto, cadê você?
Eu vim aqui só pra te ver


Deu vontade de reunir a torcida feminina e iniciar esse coro. Eu estava lá, às 13 horas e 35 minutos, como combinado. O jogo começou na hora certa, claro. Entraram os jogadores do Urawa Reds (o time adversário) e os do Gamba Osaka (o meu time. Quer dizer, o time do Miyamoto). Eu pensei que não tivesse enxergando bem, até limpei os meus óculos e olhei firme para o campo. Gente, ele não estava lá!

Então resolvi conferir naquele papelzinho distribuído na sala de imprensa, com a escalação dos times (não sei ler muitos kanji, mas os do nome do Miyamoto eu sei) e confirmei a péssima notícia: ele estava no banco de reservas! Dá para acreditar?

O jeito foi me contentar em assistir só ao jogo. E apesar de saber que os jornalistas têm de ser imparciais, eu torci para o Gamba (não é gambá não, viu? A sílaba tônica é a primeira). Nem assim eu tive sorte. O Urawa deu um show e ganhou por 3 a 1. Detalhe: o único gol do Gamba foi contra.

“No segundo tempo, ele vai jogar”, pensei. Os técnicos têm mania de poupar os jogadores importantes e essa era a única explicação para deixar um jogador lindo como o Miyamoto, aliás, bom como o Miyamoto, sentadinho no banco. Afinal, ele é o capitão da seleção japonesa e o Zico nunca deixa de convocá-lo. Como titular!

Fiquei menos tristinha no intervalo. Os reservas (todos!) entraram em campo para fazer aquecimento. Não preciso falar que ele estava lindo, né? Lindo! Lindo! Lindo! “Sabia! Ele vai jogar no segundo tempo”, pensei mais uma vez. Gente, o segundo tempo começou sem ele! “Ah, deve entrar aos 15 minutos. Mania de técnico”, continuei pensando.

Não, ele não entrou aos 15 minutos. Nem aos 30, nem aos 45, nem minuto nenhum! Ódio desse técnico! Será que ele não pensa na torcida feminina? E se o Miyamoto sequer jogou, ia fazer o que na entrevista coletiva? Pois é, ele também não deu entrevista. Só os técnicos. Snif, snif. Snif...

A sorte (e eu ainda acho que tenho sorte) é que ele passou os 45 minutos do segundo tempo fazendo aquecimento. Naquele cantinho atrás do banco de reservas. E eu mal conseguia prestar atenção no jogo (tenho que rezar para que a Fátima/chefe e o Osny/editor de Esportes não leiam esse post).

Era difícil não olhar para ele. Lindo! Corria pra lá e pra cá. Fazia alongamento, abdominal. Parava. Sentava. Levantava. E eu só babava, quer dizer, apreciava. Até que o encontro não foi tão ruim assim...

FOTO: só para provar que eu fui. Não tem meu nome aí mas é a minha credencial sim. Faltou explicar do que se trata: Xerox Super Cup 2006, no estádio nacional de Tokyo. É sempre um jogo só, entre o campeão da J.League e o Campeão da Copa do Imperador. Segundo o Osny, é como se fosse a disputa entre o vencedor do Campeonato Brasileiro e o da Copa Brasil. É isso, né Osny?

Saturday, February 25, 2006

Marquei um encontro com o Miyamoto!



Vai ser amanhã, dia 25, às 13 horas e 35 minutos. A gente vai se encontrar no estádio nacional, em Yoyogi (Tokyo). Sei que o horário parece estranho – e o local também –, mas os japoneses são assim mesmo, muito precisos. Outro dia vi o anúncio de uma palestra que começava às 15 horas e terminava às 16 horas e 59 minutos!

Estou ansiosa. Vai ser o nosso primeiro encontro. Não sei que roupa vestir, nem o que falar. Aliás, eu já sei que não vou falar. Nem ele. Eu ainda não consigo engatar um diálogo em japonês e ele não fala português (ai que arrependimento de não ter estudado mais!).

A sorte é que o Kuni também vai. E é ele quem vai nos salvar. Quer dizer, me salvar. O Kuni vai ser o meu intérprete (que chique!) e eu já pensei nas perguntas que eu quero fazer. Ou melhor, que ele faça por mim:

1 – Você tem namorada?

2 – Você fala inglês?

3 – Não quer aprender português? Eu te ensino e, em troca, você me ensina japonês...

Calma, Fátima (a chefe). É brincadeirinha! Eu sei que este encontro não será nada romântico. Snif, snif, snif... Sou a repórter e ele é o astro, o galã, o jogador de futebol mais lindo do Japão, que vai disputar uma Copa amanhã. Eu estarei lá, sim. Para trabalhar. E sem tietagem. Eu juro!

Para quem não conhece esse espetáculo aí das fotos, Tsuneyasu Miyamoto – Tsune para as japonesas e Miyamoto para mim – é o capitão da seleção de futebol do Japão. Se ele joga bem, não sei. Só sei que ele é o japonês mais lindo que eu já vi. Tá, exagerei. Existe UM* japonês mais lindo que ele, lá no bar-colírio (leia post Olha eu aí...).

O Kevin said, oops, disse “He’s fruit”. Não, Kevin. Ele não é fruta! E é um charme! Um fofo! Um colírio! E adorei essa pauta (obrigada por não poder ir, Osny!): ver o Miyamoto jogar, ao vivo, e ainda correr o “risco” de ficar muito perto dele, na entrevista coletiva.

Será que amanhã será meu dia de sorte?

* tô considerando só os japoneses famosos, viu Kuni?

Thursday, February 23, 2006

Também tô deprê...

Tá lá no blog do Riq:
(www.freires.com.br)


"Leve deprê

Quando este blog fizer cinco anos, vou lançar um livro com o singelo título 'Os posts que eu mais gostei de ter feito mas que ninguém comentou'.

Lá no meio vocês vão certamente encontrar o Farofeiro Chic de domingo passado e o Réveillon no Rio de 1º. de janeiro.

Vocês, hein?"


Esse post aí rendeu 22 comentários. Vou aproveitar que hoje tô deprê - não por este, mas por outro motivo que eu não vou contar - e testar o meu ibope (ai que medo!)

Também fico na maior deprê (a palavra "leve" não combina comigo. não, eu não sou gorda. é que sou dramática e exagerada mesmo) quando escrevo um post que eu adoro e QUASE ninguém (até agora não tive nenhum post com 0 comments. Êeeee!) comenta...

O pior - ou será melhor? - é que depois descubro que muitas pessoas leram. Só não comentaram. Preguiça? Desinteresse? Qual seria o motivo, hein? Texto chato? Comprido? Podem falar mal. Vai doer um pouquinho, mas pode me ajudar a melhorar.

Enfim, queria saber porque muitas vezes vocês lêem, mas não comentam. Me contem, por favor! Último parêntese: eu sei que não pode começar frase com "me", mas essa é uma regra gramatical que eu não concordo e, no meu blog, me dou o direito de desrespeitar. Fecha parêntese.

Quero saber! Me contem, me contem, me contem!

Wednesday, February 22, 2006

Arroz de chocolate ou chocolate de arroz?



Nem uma coisa, nem outra. Na verdade, isso aí na foto é uma caixa de mochi (leia motí). Segundo o Nelson, a tradução é "bolinho de arroz glutinoso". E o que seria um bolinho glutinoso? Lembra da maria-mole? É um bolinho com aquela consistência. Só que o mochi de chocolate é muito mais gostoso! É o tradicional bolinho (doce) de arroz japonês e, ainda, com chocolate!

Eu ganhei essa caixinha aí. Deu pena de abrir. A embalagem não é linda? Como quase todas as embalagens do Japão... Mas eu não ia deixar de devorar os meus bolinhos de arroz glutinosos - com chocolate! - por pena de abrir a embalagem né. Abri, dei um para a Angélica e devorei o resto. Graças a Deus, ela não gostou. "Os doces japoneses não costumam ser bons, mas esse é mais ou menos. Já comi piores", disse. Ufa!

Tem gente que não gosta mesmo. Mas o mochi é muito apreciado aqui no Japão. Eles fazem o maior sucesso e no ano-novo existe uma tradição de comer o tal bolinho tradicional. E o mais engraçado - na verdade, é triste - é que nessa época o índice de morte de velhinhos engasgados com mochi é alto! É uma notícia tão repetida nos jornais japoneses, quanto a dos acidentes de trânsito no carvanval, por exemplo, nos jornais brasileiros.

Mas eu só queria dizer que essa é mais uma coisa que vai me deixar com saudade no Brasil. Eu adoro mochi de chocolate! E acho que não vai ser fácil matar a saudade não.

FOTOS: A embalagem fofíssima. E a caixa aberta, com os mochi de chocolate. Humm... Já comi todos, claro. Acho que em cinco minutos!

Tuesday, February 21, 2006

O Japão do Osny é assim...



O Osny Arashiro é jornalista, meu colega de trabalho - trabalhamos literalmente lado a lado - é brasileiro, descendente de japoneses, mora no Japão há muitos anos (uns 10, será?) e a idade dele é tão misteriosa quanto a da Glória Maria. A gente não tem a menor idéia...

Também queria dizer que não deu para publicar o Japão do Ewerthon (ele ainda deve mandar), mas a promoção Aluga-se um blog continua (leia post do dia 25 de janeiro). Aí vai o Japão do Osny e acho que nessa semana, o Meu Japão também vai apresentar o Japão do Emerson. A Fabíola também já se inscreveu, mas ainda não confirmamos a data. Quem mais se habilita?

O JAPÃO DO OSNY É ASSIM...

Chegou minha vez de mandar meu recado no "mural" do Blog da Karina. Sou o Osny Arashiro, o vizinho do lado dela. Mas acabei de ser transferido de Tokyo para Hamamatsu, a cidade que no início do movimento Dekassegui chegou a colocar faixas pedindo aos brasileiros "respeitem nosso país", e em algumas lojas anunciavam pelo microfone para todo mundo ouvir "atenção, chegou brasileiro". A gerência tinha medo de que os brasileiros saíssem sem pagar.

Vamos logo ao Meu Japão:
A variedade de cães de raça que existem no Japão foi uma das primeiras cenas do cotidiano que me chamou a atenção, logo que cheguei ao país. Interessante que o Japão é um país monorracial no tocante à gente. Mas em se tratando de cães, desfila uma variedade infinita de pedigree. Então, lembrei da leitura dos tempos de colégio do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Tem lá a cadelinha raquítica chamada Baleia. E no meu imaginário literário, via Baleia cheia de sarna, magricela. Assim foi que - não um cão, mas um gato de raça sem pelagem (o qual batizei de gato-tamborim) me trouxe a imagem mais fiel do que sempre imaginei que fosse a tal cadela Baleia.

Assim que vi o gato sem pêlos, logo pensei: coitado! Esse gato já nasce quase tamborim. É só curtir a couraça, pois já vem limpo, sem pêlos....he, he, he!!! Então juntei esse gato da raça Sphynx, com os cães de pedigree e meu cão vira-lata da infância. Costurei o texto como se fosse uma colcha de retalho, para sintetizar sob os olhos satíricos como observava o Japão em minhas primeiras impressões de quando aqui cheguei. Hoje já não vejo motivos para que os brasileiros sintam aquele complexo de vira-lata do qual o cronista Nelson Rodrigues se referia, toda vez que a seleção do Brasil enfrentava os europeus.

PAUSA PARA O FUTEBOL

Com licença de escrever um pouco sobre futebol, já que este é um ano de Copa do Mundo. Se ficar chato, é só virar o disco...

Pois em 1958, quando o Brasil conquistou a primeira Copa do Mundo, na Suécia, o complexo de vira-lata foi exterminado. E se o Rei Gustavo desceu da tribuna até o gramado para entregar a taça, então havia lá dois reis: o Gustavo e o Pelé.

Nelson Rodrigues ainda escreveu que o Brasil perdeu a Copa do Mundo de 1950 porque os uruguaios jogando bola, nos trataram a ponta-pés como se vira-lata fôssemos. De 1950 a 1958 foram duas copas do mundo para o brasileiro perceber que mesmo um vira-lata pode se tranformar num dálmata.

Então o que estamos esperando, os outros é que devem nos invejar, he he, he!!! No bom sentido, pois hoje somos pentacampeões. E o melhor, conquistamos o penta aqui no Japão. E se não conquistarmos o hexa na Alemanha? Não tem problema, continuaremos sendo penta-vira-latas com muito pedigree para dar e vender...


BOB, MEU CÃO DO TERCEIRO MUNDO-CÃO

Lá vai o e-mail/crônica que passei para alguns amigos lá no Brasil em forma de sátira, como se fosse uma carta que escrevi para o meu pai que cuidava do meu vira-lata enquanto eu estava no Japão.

Chama-se Bob, meu cão do Terceiro Mundo-cão

Então velho! Este mail é para avisar o senhor que o melhor é esquecermos a idéia de mandar o Bob pra cá. Vou pedir pro senhor ter mais um pouco de paciência até eu voltar. Entendo que ele dá muito trabalho pro senhor aí no Brasil, mas também vai dar muito trabalho pra mim aqui. Aqui é sé hora-extra direto, não vou ter tempo de olhar o Bob.

Vou mostrar alguns choques caninus culturales que deixarão o Bob constrangido... e os japoneses também.

Em primeiro lugar, pro Bob tirar o passaporte, vão pedir o tal do koseki tohon pra comprovar seu vínculo com o Japão. Como? O Bob não tem descendência japonesa!!! O Bob é um simples caninus brasilianis, latino americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes, e vindo do interior... (opa! Onde foi que ouvi isso??)

O Bob não se sentiré bem na companhia dos cães de raça que existem por aqui. Cão de Primeiro Mundo é outra coisa, perfumadinho, bem vestido, penteadinho. A estátua mais famosa do Japão é daquele cão lá de Shibuya. E o garoto-prop... ou melhor, o cão-propaganda mais famoso aqui é um Chiwawa.

O Bob vai enfrentar dificuldades pra fazer amizades e se integrar na sociedade caninus japonicus. Aqui tem que ter pedigree, entende, velho? Depois, o Bob late diferente. Vai encontrar muito problema de comunicação. Sei que não vou conseguir servir de intérprete pro Bob...

A ração daqui também é meio adocicada. Acho que o Bob vai ficar desnutrido ou anêmico e juntando as pulgas que ele coleciona, vai ficar mais raquítico. E ainda com seu princípio de sarna, o senhor acha que vão aceitá-lo no ofuro (banheira) ou onsen (águas termais), que é coletivo. Tá difícil, velho...

O Bob tem mania de dar as patas. Não precisa nem pedir, Bob dá a patinha! Ele já vai logo dando a pata e colocando o focinho onde não deve. Para os padrões daqui, o Bob parece um ser indecente!! Aqui não se dão as mãos, muito menos as patas. Aqui o cumprimento é abaixar a cabeça. O Bob só abaixa a cabeça quando leva bronca. E ainda põe o rabo no meio das pernas. Não vai dar certo não.

Outra coisa velho! Aqui na hora do passeio, a gente tem que levar um saquinho plástico pra recolher aquilo que o Bob gosta de fazer atrás da moita ou nos postes. Aqui sujou... limpou! Vou andar com saquinho e pá na mão??? O que vou fazer com tanto esterco?? O Bob, um vira-lata, e eu, um vira-latrina! Num dá ne!!!

É! O Bob não vai se adaptar por aqui não. Se pra gente que somos gente, já é difícil entender coisas do Primeiro Mundo, imagina o Bob, meu pobre cão do Terceiro Mundo-cão. Guenta mais um pouco o Bob por aí...!!!!! Um abraço e PT SaudaCÃO!!!

Guarda-guarda-chuva



Não é à toa que os japoneses têm fama de inteligentes. Nem que o Japão é um país tão organizado. Os japoneses pensam em tudo! Até naqueles detalhes, aparentemente sem importância, mas que fazem a diferença de um país civilizado.

Aqui tem até "guarda-guarda-chuva"! Essa palavra aí não existe, mas qual seria o nome da sacolinha de guardar o guarda-chuva molhado? Em japonês é kasapon (leia kassapon). Kasa é guarda-chuva. E pon, será que é guarda? Deixei o dicionário no trabalho e não tem nenhum "amigo-dicionário-ambulante", como o Kuni e o Caruso, por perto para eu consultar...

Ou será que kasapon é o nome do guarda-guarda-guarda-chuva? Ou seja, do lugar onde fica guardada a sacolinha de guardar o guarda-chuva? Não sei. Só sei que é muito legal ver que é cuidando de coisas simples, como a goteira do guarda-chuva, que se faz um país organizado, limpo e gostoso de se morar.

Palmas para os japoneses! Pera aí! Será que tem guarda-guarda-chuva no Brasil também? Eu nunca vi. Perguntei ao Caruso e ele disse que também não. Até então, achamos que isso é coisa do primeiro mundo. Será?

FOTO: guarda-guarda-guarda-chuva do Mc Donalds, de Oimachi (Tokyo). Esse é o modelo mais moderno. Basta colocar o guarda-chuva lá e depois puxar. Ele já sai guardado. E outro modelo mais simples. Nesse aí, você tem que pegar o guarda-guarda-chuva, no guarda-guarda-guarda-chuva e guardar o guarda-chuva. Mas também é muito simples e prático.

Saturday, February 18, 2006

E, no Brasil, tem umeshu?




Contei antes de ontem da saudade que sinto do Guaraná Antártica – o orginal do Brasil. E, ontem, ganhei uma garrada de umeshu, a minha bebida alcoólica preferida do Japão (quer dizer, a única que eu gosto. E que, na verdade, eu adoro). Aí pensei: quando voltar para a casa, em Belo Horizonte, essa será uma das coisas que vou sentir saudade. Será que no Brasil tem umeshu? Imagino que sim, mas não em toda esquina como aqui.

Para tomar o licor de ameixa orignal do Japão vai ser mais difícil e mais caro. Então, deixa eu aproveitar bastante aqui né. Sempre que vou a Shinbashi – sim, no tal bar-colírio que eu falo sempre – peço umeshu sawa. Traduzindo: licor de ameixa com soda. Senão, fica muito forte. É como saquê, não dá para tomar puro. Eu não consigo.

O preço? No bar-colírio custa 500 ienes (quase 9 reais, uma dose. Mas o copo é grande). Se for num bar ou restaurante muito chique, como aquele do filme Encontros e Desencontros (Lost in Translation), no Hotel Hyatt, pode custar mais que o dobro disso - sim, eu já fui lá! Mas, geralmente, aqui os preços não variam muito.

Ah, essa garrafa foi presente do Ken, um amigo japonês, nascido em Kyoto e que morou três anos no Brasil. Ele – e todo mundo que me conhece – sabe que eu adoro umeshu. Adorei o presente, Ken! Arigatou!

Parêntese: eu não sou bebum, viu? Bebo nos finais de semana e com moderação!

FOTO: Angélica, de pijama, com a garrafa de umeshu. E close da garrafa de umeshu. A Angélica pediu para eu acrescentar uma observação: ela disse que foi obrigada a posar com a garrafa de umeshu... Quem será que a obrigou?

Thursday, February 16, 2006

Aqui tem "garaná"


Sim, tem ガラナ アンタルチカ ザ ブラジリアン オリジナル (Garana Antarutika – za burajirian originaru). Quer dizer, Guaraná Antártica – the brazilian original. Ou, melhor, guaraná Antártica – o original do Brasil.

E eu ganhei uma latinha hoje. Que delícia!

Em Tokyo é difícil encontrar – só nos poucos restaurantes brasileiros – mas nas cidades onde a nossa comunidade é grande é muito fácil comprar um Guaraná Antártica, orginal do Brasil.

Em Hamamatsu ou Ota – não lembro mais – vi o nosso guaraná numa loja de conveniência. Mas para garantir a compra, é melhor ir a uma loja de produtos brasileiros. E nessas cidades aí, e em outras como Nagoya, esse tipo de loja tem de montão.

O preço? Também esqueci. Perguntei à Thassia, que mora em Ota, e ela acha que é 150 ienes (mais ou menos 2,60 reais). Não é tão caro assim né? Eu não acho. Quase sempre, matar a saudade sai muito mais caro.

No meu aniversário do ano passado, pensei em encomendar um bolo brasileiro. É que o bolo japonês é completamente diferente. Para matar a saudade, eu teria de desembolsar 7.000 ienes (mais ou menos 124 reais!) num bolo simples, de 15 cm de diâmetro.

Um “bolo” japonês custa em torno de 2.000 ienes (ou 35 reais). É menor - aliás, é mais fininho porque na verdade não é bolo, é torta - mas se comprarmos dois, ainda sai pouco mais da metade do bolo-saudade. Viram como o “garaná” é barato?

FOTO: frente e verso da lata de Guaraná Anrtática, original do Japão. Oops, original do Brasil. Não é fofíssima? Dá pena de jogar no lixo. Mas joguei. Guardei só a foto.

Chocolate só para os meninos



Nem me lembrei de contar sobre o Valentine’s Day. Foi ontem, dia 14 de fevereiro. Eu sei que vocês sabem disso, mas vocês sabem também que aqui no Japão esse é o dia de dar chocolate? E só para os meninos?

É um “dia dos namorados” bem diferente do dia 12 de junho, que comemoramos no Brasil. Em vez dos namorados trocarem presentes, só as meninas é que presenteiam os meninos. E o presente é um só: chocolate!

O mais divertido é que o dia dos namorados japonês inclui os "sem namorado (a)". Os amigos, chefes e colegas de trabalho também ganham chocolate das meninas. Ninguém precisa ficar tristinho, porque todo mundo tem a quem presentear ou de quem receber.

A diferença é que as meninas capricham mais no chocolate do marido, noivo, namorado ou pretendente. Tem chocolate de todo tipo, tamanho e preço. E tem menina que faz o chocolate em casa, para tornar o presente ainda mais especial.

Eu comprei chocolate! Para os amigos do trabalho e para um amigo colorido. Desculpe, meninos, mas é claro que caprichei mais no chocolate do amigo colorido. O chocolate dos “só amigos” é bonitinho e até maior, mas o preço bem menor, porque não é “de marca”. E porque não dá para comprar um monte de chocolate "de marca" né.

Daqui um mês, dia 14 de março, é a vez das meninas ganharem chocolate. Os meninos retribuem – ou não – o presente. Esse é o White Day, dia de dar chocolate branco para as meninas. Pode ser uma data bem comercial, mas eu adoro.

Será que vou ganhar chocolate do amigo colorido? Dos amigos do trabalho, eu sei que vou. Não é, meninos?

FOTOS: o chocolate chiquerésimo da Godiva, que comprei para o amigo colorido. Na outra foto, à esquerda, o chocolate gostoso, mas nem tão chique, que comprei para os “só amigos”.

Tuesday, February 14, 2006

Não confunda gelo com castanha


Em japonês é assim. Uma letrinha ou entonação erradas podem causar o maior transtorno. Outro dia queria dizer a um amigo japonês que entendo um pouco a língua dele. Escrevi ... wakaremasu. E em vez de "posso entender", essa palavrinha aí significa "separar". Só porque usei "e", no lugar de "i" (o certo seria wakarimasu). Ou seja, se a idéia era me aproximar dele, a mensagem sugeria o contrário...

E na semana passada, fui toda metida falar em japonês com um barman japonês:
_ Sumimasen, omizu hitotsu onegaishimasu. Ah, kuri nashi onegaishimasu.

Pensei que tivesse falado:
_ Por favor, uma água. Ah, sem GELO, por favor.

Na verdade, eu disse:
_ Por favor, uma água. Ah, sem CASTANHA, por favor.

Sem gelo seria koori nashi (leia ko-o-ri). Ainda bem que eu pedi nashi (sem). Pior seria uma água com castanha (kuri) né.

FOTO: aqui em casa tem kuri, a tal castanha típica do Japão. Voltem amanhã para verem a foto. É que se eu fotografar agora (quase meia-noite) não vai ficar legal. Melhor fotografar de manhã... Espero que vocês ainda confiem em mim. O JAPÃO DO EWERTHON, que seria publicado na segunda-feira continua só na promessa, eu sei. Acho que ele anda sem tempo. Mas vai escrever sim, eu acho.

Sunday, February 12, 2006

Os japoneses NÃO são todos iguais


É verdade! Tem japonês alto, gordinho, gordo e muito gordo. Tem japonês albino! Tem japonês de bigode, de barba e, pasmem, de cabelo pixaim! Os modelos de nariz variam como nunca havia imaginado: grande, pequeno, fino, largo, batatinha e outros modelitos mais. Até os olhos são diferentes: é sempre puxadinho, mas nem sempre pequeninho. Tem olho grande e até parecido com os de mangá. Cada modelo mais lindo! Ah, nem todos os japoneses são branquinhos. Tem japonês moreno também! Não só os que fazem bronzeamento artificial – sim, aqui há muitos adeptos, especialmente os jovens – mas gente de pele morena mesmo. Dizem que são os que nasceram nas ilhas do sul do Japão.

Tudo bem que os “modelos” de ocidentais são mais variados, mas queria que todo mundo soubesse que os japoneses não são todos iguais. Cabelos pretos, pele clara, corpo esbelto e olhos puxados são a marca deles, mas há muita diferença sim. Isso foi uma das coisas que mais me surpreendeu aqui. O Kuni morre de rir, quando eu falo “é impressionante a variedade de japoneses”. Existem aqueles que se esforçam para parecer ocidentais, especialmente, as mulheres: pintam os cabelos, fazem cirurgia nos olhos etc. Mas, tô falando das diferenças naturais. Elas existem! Querem uma prova? Reparem na foto: esse é um japonês chamado Hiroki que eu jurava que fosse estrangeiro. Ele tem traços de negro e pele morena! Dá para acreditar?

FOTO: eu e o Mili levamos meia hora bolando um plano para tirar a foto desse japonês. Tudo começou quando o Mili disse: "nossa, não parece aquele ator da Globo?". "O Milton Gonçalves né? Mas ele não é japonês...", respondi. E o Mili: "É sim!". "Não é!". "É!". "Não é!". Perguntamos. Resposta: é! Ah, a gente estava em Shinbashi. No bar do staff colírio (leia post Olha eu aí)

Friday, February 10, 2006

Com desculpa

É, acho que agora vou perder os leitores de vez. Depois de vencer a TPM, o herpes (simples!) e a tendinite, tenho de encarar uma gripe, seguida de dor de garganta e daquela moleza (melhor que influenza, pelo menos). E isso sim é desculpa para não atualizar o Meu Japão, acredito.

Mas como sou otimista - às vezes, nem precisava tanto - prefiro pensar naquele ditado "depois da tempestade, vem a bonança". Essa ziguezira toda deve ser sinal de que alguma coisa muito boa está para acontecer... o que será? Alguém tem um palpite?

Enquanto isso, que tal navegarem na Caravela Brasileira (http://caravelabrasileira.blogspot.com) da Maíra? A Maíra escreve umas coisas muito legais de Portugal, onde ela mora. E tenho certeza de que o mar anda muito mais calmo por lá. Mas não abandonem o Meu Japão, por favor!

Agora eu vou tomar um chá de menta, bem quentinho, um Benegripe (olha a propaganda!) e dormir. Quem sabe a bonança chega amanhã? Tomara!

Sem desculpa

Pensei numa desculpa para justificar a não atualização do Meu Japão hoje, mas não encontrei: a tendinite já está quase curada, tirei uma foto ótima hoje (acho que vocês vão adorar!), assunto não falta... então, por que não escrever? Porque já é quase uma hora da manhã, tô com sono e com preguiça. Só isso. Desculpa né.

Pra compensar, vou deixar uma sugestão de leitura: o blog do Ricardo Freire, da coluna Xongas, da revista Época. Eu adoro! Aí vai o endereço: www.freires.com.br

Mas, voltem, por favor! Amanhã prometo que publico o post "Os japoneses NÃO são todos iguais". O texto já está na cabeça, só falta escrever. E a foto já está na câmera, só falta descarregar.

Boa noite!

Wednesday, February 08, 2006

Suco de laranja com Águas de Março


É pau e pedra é o fim do caminho é o resto de toco é um pouco sozinho
é um caco de vidro é a vida é o sol é a noite é a morte é o laço é o anzol...

é a chuva chovendo é conversa ribeira das águas de março é o fim da canceira


Ao som de Águas de Março, hoje, tomei um suco de laranja (natural de verdade. E não aqueles de caixinha, que não me enganam mais) num café em Tokyo. A Shigeko preferiu chá. Comemos sanduíche com pão francês, fofocamos e voltamos para casa.

A gente sempre dá uma passadinha num café, num bar ou no Mc Donald's, depois do trabalho. A Monica, o Mili e o Dani também costumam nos acompanhar. E quando a passadinha é num café, quase sempre a gente ouve bossa nova. Os japoneses adoram a nossa música!

Ah, querem saber o preço do suco de laranja? Um copo pequeno custa 350 ienes (mais ou menos R$ 6,50), mas já paguei 500 ienes (mais ou menos R$ 9,00) num copo maior, lotado de pedrinhas de gelo. E, aqui, não adianta pedir sem gelo para vir mais suco. Quando fiz isso, me achando a espertinha, me deram um copo com suco só até a metade...

FOTO: a idéia era tirar uma foto com a vista para a rua. Mas, nesse café, não dá. O vidro é fosco. Como podem fazer isso com a gente?

Tuesday, February 07, 2006

Sem licença

Esqueci de avisar: cansei dessa licença médica! O braço ainda dói um pouco, mas só um pouco. Comecei a tomar antiinflamatório ontem e parece que vai sarar logo, logo. Portanto, estou de volta! Ai, meu Deus, será que alguém sentiu a minha falta??

Aprenda espanhol no Japão



Eu aprendi muito! Já sei que “más grande”, “pregunta” e “apretado” estão certíssimos e que “basura” não tem nada a ver com vassoura - é lixeira. Aprendi que “sacola” é bolsa, que “bolsa” é saco ou sacola e que “todavía” não é sinônimo de porém, nem de contudo, mas de ainda! Também já sei o que é “chancho”, “flojera” (leia florrera) e “fresa”. Para quem ainda não veio ao Japão – e, por isso, não aprendeu espanhol, eu explico: “chancho” é porco, “flojera” é preguiça (não o bicho, a vontade de não fazer nada mesmo) e “fresa” é morango.

Ah, e agora não tenho nojo de ir a uma “carnicería”, porque já sei que lá não vende carniça. Vende carne, ou seja, é açougue. Também entendi porque o Tom Cruise é muito “maior” que a Kate Holmes, apesar de ela ser mais alta. É que “maior” não é maior. É mais velho. E “menor”, já sabem, é mais novo. Meu irmão que tem 1,83 metro de altura é “menor” do que eu, que meço 1,70 metro... E quando alguém me pergunta se eu “extraño” o Brasil, não acho mais estranho. Sei que esse alguém quer saber se eu sinto saudade do meu país.

Tudo isso e “otras cositas más” que aprendi devo aos meus amigos "hispanohablantes". A começar pela minha “professora” peruana, colega de trabalho e de apartamento, a Angelica. Quando a gente se conheceu, há um ano e meio, eu nunca tinha tido contado com a língua espanhola (só nos filmes do Almodóvar, com legenda em português). Nem ela cogitava aprender português. Mas morando juntas, a gente teve de se virar. No começo, as mímicas e até desenhos eram a salvação. Agora, já podemos conversar por telefone! Eu falo português e ela entende. Ela fala espanhol e eu entendo.

Sei que muitos outros brasileiros também aprenderam muito de espanhol acá. Oops, aqui. É comum ter colegas peruanos, argentinos, uruguaios, bolivianos, colombianos e de tudo quanto é lugar onde se fala espanhol. No meu trabalho, por exemplo, além de algumas dessas nacionalidades aí e ainda, espanhóis, tem japoneses que falam espanhol. Será que para aprender japonês, terei de voltar para a América ou me mudar para a Espanha? Espero que a recíproca não seja verdadeira. Quero aprender japonês, logo!

FOTOS: meus colegas "hispanohablantes", do curso de japonês. Para eles, eu sou a Karinita! Ao meu lado (eu sou a de blusa mostarda), o Nixon (colombiano) e ao lado dele, o Yamane (boliviano). Do outro lado da mesa, o amigo da Carola e a Carola (bolivianos) e a Adriana (colombiana). Faltaram os peruanos que, na verdade, são a maioria... Ah, tiramos essa foto aí, domingo passado, num restaurante espanhol em Shinjuku, bairro central de Tokyo. Foi a primeira vez que comi paella! Último parêntese: não tenho foto da Angelica!

O Japão da Shigeko é assim...




Peço mais uma licença à licença médica para apresentar O Japão da Shigeko é assim...

A Shigeko tem 27 anos, é brasileira - apesar do nome e da cara de japonesa - mora em Tokyo, não é jornalista, mas sabe escrever muito bem sim (até parece que todo e só jornalista sabe escrever né...). Ela e o Dalton estavam com medo de participar da promoção "Aluga-se um blog" (leia "post" de mesmo nome para entender e participar também) porque "não dá para competir com vocês jornalistas". Vê se pode?

Na próxima semana, o Meu Japão apresenta O Japão do Ewerthon é assim... Mas, agora, é a vez da Shigeko. Vamos lá:



Os japoneses sao muuuito fashion!!


Ouço muito os seguintes comentários: "O seu gosto pra roupas está ficando estragado" ou ainda... "você está virando uma japonesinha na forma de se vestir". Antes eu me irritava um pouco com esse tipo de comentário. Mas agora não me importo e encaro até mesmo como um elogio!!

Confesso que no começo não encontrava nada que me agradava muito e quase não fazia compras por isso. Mas aos poucos fui me acostumando e achando umas coisas bonitinhas aqui, outras ali... Também por falta de opção, porque depois de dois anos as roupas trazidas do Brasil começam a se desintegrar, né?

Mas a questão eu acho que é a seguinte... O meu gosto não estragou coisa nenhuma!! Aqui tem muuita coisa legal, fora as opções que sao intermináveis!! Eu apenas perdi um pouco o preconceito... No Japão existe uma liberdade muito grande pra se vestir. A moda é menos massificadora e os japoneses também não têm essa mania de ficar reparando nos outros ou fazendo gracinhas na rua. Então você não fica nem um pouco inibida pra ousar um pouquinho de vez em quando...

Você também pode esquecer o senso comum ou todas as regras que já aprendeu!! Que roupas com brilho, brocados e lantejoulas são coisas de noite. Botas apenas no inverno, sandálias e minissaias exclusivamente no verão. Salto alto, principalmete de agulha, só nas baladas, e por aí vai... É simplesmente o maior barato!!

Outra coisa interessante é que os homens também usam bolsas e sacolas!! E também usam e abusam do pink, como se fosse uma cor como outra qualquer!! Além de pintar as unhas, tingir o cabelo, passar muito gel e fazer as sombrancelhas... lembra dos metrossexuais? Então, aqui tá cheio!!

Então esqueçam essa idéia de que os japoneses se vestem mal ou de forma esquisita. É claro que com essa liberdade toda você vê de tudo pelas ruas. Pessoas muito bem vestidas, estilosas, "super-fashion" e outras nem tanto... Mas no geral eles se vestem muito bem sim!! E não deixa de ser muito divertido ver os tipos mais malucos passando por você na rua...

FOTOS: cedidas pela Shigeko. Aonde ela arranjou, eu não sei. Só sei que são muito legais e verdadeiras! Os japoneses são assim mesmo (claro que existem outras tribos, inclusive a dos homens de terno). Pena que eu não sei diagramar né. Eu clico aqui e ali e foto fica onde ela quer! Como já disse aqui, escrever é muito mais fácil...

Thursday, February 02, 2006

ERRATA

Peço licença à licença médica para fazer uma correção: tigela é com "g" e não com "j" como eu escrevi no post É ano-novo de novo!. Que vergonha! Se a Shigeko não me avisa...

Wednesday, February 01, 2006

Licença médica

É, acho que tô com tendinite mesmo. Meu braço direito não pára de doer e, por isso, decidi parar de escrever. Não pra sempre, claro. Pelo menos até eu ir ao médico e me livrar dessa dor.

Espero que vocês tenham paciência. Idéias e histórias para contar não faltam. Preciso só de um tempinho para me recuperar. Acho que uma semana, no máximo. E, de qualquer maneira, na próxima segunda-feira, dia 6, o Meu Japão apresenta o Japão da Shigeko é assim...

Gomen ne. Oops, desculpa!


Parêntese: hoje teve terremoto em Tokyo. Depois eu conto.