Saturday, September 30, 2006

Galvão Bueno no parlamento japonês



Esqueci de contar a notícia mais importante da semana: o Junichiro Koizumi - aquele que ri igual ao Bozo - não é mais o primeiro-ministro do Japão. E quem assumiu o lugar dele foi o Galvão Bueno japonês, mais conhecido por aqui como Shinzo Abe.

Quem acha que eu tô maluca devia passar lá no blog do Emerson. Ele explica direitinho o quê que o Galvão Bueno, a Mãe Diná e o Ferreira Gullar estão fazendo no Japão. Aliás essa teoria é dele. Eu sou apenas uma adepta :D

Wednesday, September 27, 2006

É menino!


Essa foi a manchete dos jornais japoneses - e até do Bom Dia Brasil - quando nasceu o príncipe herdeiro do Japão, nesse mês. A família imperial esperava por um menino há mais de 40 anos!

A família Otsuka (do Kuni) não passou por um drama desses, mas quando eu soube (hoje!) que o bebê que o Kuni e a Keiko esperam é menino, pensei: que sorte!

Não é nada contra as meninas, afinal aqui não é a China. Mas se, em vez de um Kunizinho nascesse uma Keikozinha, a família Otsuka correria risco de extinção! Tá bom. Exagerei. Existem outros Otsuka por aqui, mas só um menino poderia garantir a "continuidade" da família do Kuni.

Vou explicar melhor. As japonesas quando se casam adotam o sobrenome do marido e perdem o sobrenome de solteira. Aqui, não tem Mariko Tanaka Suzuki. Ou é Tanaka ou é Suzuki. Então, se a Mariko Tanaka se casa com o Toshio Suzuki, ela vira Mariko Suzuki. E o Tanaka vai pro beleléu...

O Kuni não tem irmãos. Só irmãs. As duas já se casaram e deixaram de ser Otsuka. Se o bebê do Kuni fosse uma menina, ela também deixaria de ser Otsuka um dia - a não ser que houvesse a super coincidência de arranjar um marido com o mesmo sobrenome ou ela nunca se casasse.

Mas com o Kunizinho a caminho, a existência da família Otsuka está garantida. Ufa!


Parêntese: a mulher pode optar por não adotar o sobrenome do marido, mas isso é exceção. E acho que, para as japonesas, continuar com o sobrenome do pai não tem graça.

Foto: advinhem quem é?

Tuesday, September 26, 2006

Tô tentando!


Não sou tão esforçada como a mãe da Raquel diz que ela é (e ela realmente é), nem tão disciplinada como os japoneses, mas ainda não perdi a esperança de aprender essa língua complicada.

Tô tentando. Foram várias tentativas nesses dois anos e não sei quantos meses no Japão e, hoje, vou tentar outra vez. Para quem duvida que eu tentei, olha a lista de tentativas aí:

1ª - Luziana Lanna (em Belo Horizonte/MG)

Primeiro semestre de 2003, um ano antes de vir para o Japão. Nessa escola - caríssima, por sinal - aprendi a falar "Meu nome é Karina", "Sou brasileira", contar até 10, entre outras coisinhas, e a escrever as primeiras letrinhas em japonês (hiragana).


2ª - Associação Internacional de Kawasaki

Fui com a Raquel nessa Associação, perto de onde a gente morava. Isso foi no início de 2004. Parecia muito interessante, porque as escolas de japonês são caríssimas e lá as aulas são gratuitas. Desistimos na segunda aula. O meu professor (voluntário) era tão velhinho, tão velhinho que nem em português eu entenderia o que ele fala.


3ª - Language Exchange

O Osny me apresentou à Mai, uma japonesa que sabe um pouco de português e queria fazer amizade com brasileiros. Em troca, ela poderia ensinar japonês. A gente não estudou nada! Mas nos tornamos grandes amigas : )


4ª - Auto-didata

Resolvi, então, estudar sozinha. Comprei um monte de livros. Não passei da terceira página de nenhum...


5ª - Amigos japoneses

Fiz muitas amizades. Mas, coincidência ou não, meus amigos japoneses falam português, inglês ou espanhol. Os que falam só japonês não são tão amigos assim.


6ª - Escola de Línguas de Shinjuku

Essa escola aí é super famosa em Tokyo. A Sílvia, por exemplo, que sabe japonês que nem os japoneses, aprendeu lá! A diferença é que eu só podia fazer aula uma vez por semana e quem aprende pra valer estuda pra valer: todos os dias! Saí de lá, não porque desisti, mas porque me mudei pra Nagoya.


7ª - Kumon

O método Kumon força a gente a estudar sozinho e apesar de parecer uma lavagem cerebral, acho que funciona. Especialmente, para quem quer aprender a ler e escrever. Não continuei porque tinha que economizar. Estava pagando a escola de Shinjuku e o Kumon ao mesmo tempo.


8ª - Namorado japonês

O namoro só durou três meses : (


9ª - Aula particular

Em Nagoya, minha primeira providência foi arranjar uma professora de japonês. Duas aulas por semana. Eu estava adorando e acho que aprendi bastante mas, dois meses depois, voltei para Tokyo.


HOJE

Associção Internacional de Shinagawa. Dica da Gisele. Será minha 10ª tentativa. Apesar de ser uma associação para estrangeiros - que geralmente oferecem cursos horríveis - parece ser legal. Acho que os professores são professores de verdade e nem tão velhinhos quanto àquele voluntário lá de Kawasaki. São duas aulas - de duas horas cada - por semana. Será que agora vai? Ou racha de vez?

Saturday, September 23, 2006

A Madonna confessou em Tokyo


Have you confessed?

A Madonna sim. As confissões dela começaram com uma hora de atraso - 55 minutos, na verdade - duraram duas horas e ficaram na história. Pelo menos na história da minha vida e de todos os outros que estavam lá, dia 20, no Tokyo Dome. Umas 80 mil pessoas? Não sei. É só um palpite.

Não levei cartaz - como imaginou o Caruso - nem dei chilique de fã, mas confesso que fiquei emocionada e empolgadíssima sim. Passei o dia inteiro ouvindo Confessions on a Dance Floor, procurando vídeos dessa nova turnê no YouTube.com e pensando "com que roupa eu vou?".

Pensei tanto que fui com a roupa de sempre. Nem usei as pulseiras roxas e brilhantes, que comprei semanas antes especialmente para ir a esse show. Lá, me arrependi. Fiquei morrendo de inveja das meninas com blusas estilizadas e sapato boneca roxo (ou rosa) exatamente como o que eu queria ter comprado.

No problem, pensei. Quem tem que "arrasar Tokyo" é a Madonna, não eu.

E ela arrasou, claro. Não só no figurino, na produção, na performance, na simpatia, no carisma, no improviso e até no japonês. Falou konbanwa (boa noite) e genki desu ka? (tudo bem?), sem sotaque de gringo. Desceu do palco, brincou com os fãs, usou playback sim - e daí? - tocou guitarra e, aos 48 anos, dançou como se tivesse 20.

Quem esperava Holiday, como o Gustavo, ou Vogue, como o Tomoya, teve de se contentar com Like a Virgin, La isla Bonita, Lucky Star, Music, Erotica, Live to Tell... Mas os meninos não ficaram tristes. Afinal, teve bola gigante, cruz e dança com cadeira (ai que saudade de Keep it Together), como ela e a gente adora.

Eu também queria mais. Duas horas de Madonna é muito pouco. Mas é muito bom!

Dá uma vontade louca de dançar - antes, durante e depois do show. E ainda deixa a gente mais admirada: que mulher poderosa! Nem tão bonita, nem tão boa cantora, como diz o Kevin, mas com um poder incrível de encantar e arrastar uma multidão, ganhar dinheiro, fama, respeito e de ser a rainha do pop durante tanto tempo.

Palmas para ela!

Quem não viu a Madonna - ou quem viu e queria ver de novo, como eu - devia dar uma bisbilhotada no YouTube. É só digitar Madonna + Confessions e procurar por cada pedacinho do show. Foi mais ou menos nessa seqüência:


Future Lovers

Like a Virgin

Get Together

Jump

Sorry

Live to Tell

Isaac

Forbidden Love

I Love New York

Ray of Light

Substitute for Love

La isla Bonita

Music

Lucky Star

Hung up

Wednesday, September 20, 2006

Madonna: é hoje!


A Madonna aqui, pertinho de mim, e só no site do Globo, lá do Brasil, eu soube que ela esteve ONTEM numa Louis Vuitton daqui de Tokyo.

Snif, snif, snif...

Ela foi lá para abrir uma exposição de fotos dela e exibir o novo visual: loiríssima, de corte chanel.

Perdi a chance de tietar, mas não vou perder o show daqui a pouquinho.

Êeeee!

Tuesday, September 19, 2006

El Japón de ellos es así...


No Dia do Blog, eu não cumpri a promessa de indicar 5 blogs legais aqui no Meu Japão. E ainda esqueci de contar que deixei de cumprir a promessa de propósito, simplesmente, porque seria uma "saia justa" fazer essa seleção.

Nem sempre os melhores blogs são os dos melhores amigos e eu não saberia não misturar as coisas. Mil desculpas!

Mas agora, por acaso, encontrei uma saída e espero que eu seja perdoada.

Conheci 5 blogs muito legais, escritos em espanhol por três peruanos, um uruguaio e um argentino (na foto) radicados no Japão. Na verdade, a peruana já voltou ao Peru. Mas, como eles adoram dizer, no importa...

Além de ser um jeito divertido de aprender espanhol (ou tentar, pelo menos), é uma oportunidade de ver o Japão (ou o Peru, no caso da peruana) com olhos que não sejam brasileiros.

Para quem não sabe nada de espanhol, não se preocupe. É muito fácil. Eu - que nunca estudei espanhol, mas estou craque no "portunhol" - tenho algumas dicas:

1 - Troque o "R" de lugar. Ex: em vez de apertado, diga apRetado

2 - Viole a gramática. Ex: em vez de maior, diga más grande

3 - Inverta os significados das palavras. Ex: se quiser dizer apelido, diga sobrenome. Se quiser dizer sobrenome, diga apelido.

(Brincadeirinha, pessoal, eu acho lindo o idioma de vocês!)


Oops, quase me esqueço de indicar os blogs:

Perú a Ciegas, de Angelica Camacho

White Room, de Enrique Balducci (não me perguntem porque o nome não está em espanhol)

Métele Cabeza, de Roger Hiyane

Dantada, de Daniel Yara (Xii, não sei o que significa Dantada...)

Tokyo Graphics, de Julio Shiiki (também não tenho idéia porque o nome não está em espanhol)

Monday, September 18, 2006

Cuidado com o louco!


É injusto reclamar da (falta de) segurança no Japão. Especialmente quem mora em Tokyo não tem medo de assalto, seqüestro, bala perdida, nada disso. Só de tarado - que corre se a vítima gritar - e de louco.

Hoje eu vi um louco e fiquei com medo. A sorte é que ele também ficou com medo de mim. E correu! Ufa! Só percebi que o tal louco era louco quando a gente se encontrou pela segunda vez.

Eu estava voltando feliz e sorridente para casa, 5 minutos atrás, quando vi o louco correndo em minha direção. Mas ele logo virou numa rua à minha esquerda, antes de passar muito perto de mim. "Que engraçada a roupa desse cara. Parece que ele tá pelado", pensei, crente que era um tiozinho com um colã cor-da-pele grudado no corpo.

Quanta ingenuidade!

O tiozinho - que, aliás, deve ser bem mais jovem do que imaginei à primeira vista - estava pelado sim! Sem blusa, sem calça, sem cueca, sem nada! Só percebi isso quando ele terminou de dar a volta (suuuuuper rápida) no quarteirão e saiu da outra rua que cruzava o meu caminho.

Ele correu tão rápido, que nem tive tempo de me assustar. Olhei para trás para verificar se o louco era ele ou eu e vi o japonês peladão se escondendo atrás de uma máquina de bebidas - que a gente encontra em tudo quanto é canto daqui.

Não sabia se ria ou se corria. Então, acelerei o passo para chegar em casa logo e escrever esse post :-)

E o que essa foto tem a ver com o louco? Nada. É só o pôr-do-sol que vi hoje, da janela do prédio onde eu trabalho. Nem sei quem abriu a cortina e descobriu essa maravilha, mas peguei a câmera correndo e a prova está aí. Lindo né?

Desculpa, pessoal, eu não tenho foto do louco...

Sunday, September 17, 2006

Curtas


1) A Madonna já está no Japão! Nesse final de semana, ela fez show em Osaka e na quarta-feira, às 19h, ela vai estar lá no Tokyo Dome. Eu também! Já negociei com a chefe: quarta-feira será meu dia de folga :D

E, ontem, passeando em Ginza (o tal bairro chiquerésimo de Tokyo) com a Mai, olha o que eu encontrei: esse DVD do show da Madonna na Itália, em 1988. Esqueci que estou em contenção de gastos e comprei. Esse show é D-E-M-A-I-S.



2) Eu e a Mai fomos ao Festival Cinema Brasil 2006, lá no Fórum Internacional de Tokyo. Ela escolheu Olga. Eu aprovei. Logo que terminamos de assistir ao filme, ela que é japonesa e adora o Brasil perguntou:

- Por que todos os filmes brasileiros (pelo menos os que passam aqui no Japão) são tristes? Não entendo. Se os japoneses gostam do Brasil e dos brasileiros por causa da alegria, do samba, do futebol...



3) Se eu falasse japonês não teria ficado com vontade de chorar, nem teria sido tão venenosa com o atendente-robô da Tsutaya. Depois da dica da irmã da leitora Shigeko, aluguei outros dois DVDs, lá pelas tantas da noite, e falei pro mocinho que queria devolver no mesmo dia.

Mas, antes, perguntei: posso devolver até que hora? Ele explicou que até às 10h da manhã do dia seguinte ainda é "o mesmo dia". A gente deixa os DVDs numa caixa de correio que tem na porta da loja...

Muito burra, eu! Aliás, burra não. Só analfabeta, "surda" e "muda" :-)

Thursday, September 14, 2006

Todo mundo de pijama


Não. A leitora-modelo Shigeko não está doente. Nem estava. Ela apenas foi fazer um check up de rotina. Eu também fui. E tive que "pagar esse mico" junto com ela.

Na hora da foto, a sala de espera da clínica estava vazia. Mas enquanto a gente esperava, a sala encheu. Não tirei foto da sala cheia porque a Shigeko não deixou: "Você quer ser presa?", brincou. Com medo dela estar falando sério, resolvi me contentar com a foto da sala vazia.

É uma situação meio constrangedora. Uma sala grande, com sofá para muitas pessoas, um monte de revistas e uma televisão. Ali, você encontra mocinhas, mocinhos, senhoras, senhores, todos de pijama (ou roupa de doente, como preferir).

Só tem uma diferença. Duas, aliás: para elas, pijama verde com detalhes cor-de-rosa. Para eles, pijama verde com detalhes marrons. Chinelos vermelhos para elas. Chinelos marrons para eles.

Mais esquisito é o atendimento "em série". Uma série de pacientes passa por uma série de exames. Nunca vi isso no Brasil. Será que existe?

Tem um mocinho para medir a altura e o peso. Ele também dá o copinho do exame de xixi. Depois, o paciente espera num sofá até a mocinha do exame de vista chamar. Mais que esquisito, é divertido. A fila de pacientes vai passando pelas salinhas de exame. Todo mundo começa e termina praticamente juntos.

Tem ainda as salinhas de medir pressão, verificar audição, eletrocardiograma e raio-x do pulmão. No final, um médico fala que aparentemente está tudo bem e que o resultado final será enviado pelo correio.

A gente se sente como uma peça de um aparelho eletrônico qualquer, passando por uma esteira dentro da fábrica. Fiquei impressionada com esse jeito super automático de checar a saúde da gente. Mas concordo que o sistema é super prático. E espero que seja confiável.

Tuesday, September 12, 2006

Louca

Eu não falo japonês, mas criei um blog em japonês. Louca? Não sei. Mas a idéia - que eu espero que dê certo - é que isso agilize e torne mais divertido o meu aprendizado.

Aí vai o link: http://nihongo-madamada.blogspot.com

O nome do blog é BARA BARA. Quer dizer que não tem pé, nem cabeça. Não tem critério de organização. Escrevo o que der vontade e o meu paupérrimo vocabulário permitir.

É. Acho que fiquei louca sim :D

Perdida

Sim, tô perdida! E a culpa é da Raquel, do Dani e do Rodrigo Santoro. Por causa deles comecei a assistir ao tal do Lost e agora além de perdida, tô viciada!

Tudo começou com o Santoro. Quando soube que ele iria participar, decidi: agora sim, vale a pena ver.

E a Raquel e o Dani fizeram de tudo pra me convencer de que vale muito a pena sim, mesmo sem o Santoro. "Você tem que ver!" "É muito legal" "Aproveita que ainda nao começou a terceira temporada pra ver as outras duas" "Corre!".



Resisti ao máximo, até que fiquei cara-a-cara com a prateleira lotada de DVDs das duas primeiras temporadas e caí na tentação. Aluguei um, dois, três... e não vejo a hora de chegar a hora de alugar o quarto DVD. São 12 volumes. Só da primeira temporada!

Ai, ai. Preciso agilizar! Santoro, espera aí! Raquel, Dani, obrigada! Vocês têm toda razão. É muito legal!

Detalhe: é difícil me convencer. Sou daquelas alienadas que não entende nada de Friends, Sex and the City, 24 e por aí vai. Mas prometo tentar compensar o tempo perdido.

Sunday, September 10, 2006

Se eu falasse japonês...


... meu Japão não seria assim.

Hoje deu vontade de chorar! Simplesmente, porque eu não consegui falar o quê e como eu queria e resolvi ficar calada, simplesmente, porque era mais fácil.

Fui devolver dois DVDs que aluguei ontem na Tsutaya - uma rede gigante de locadoras de vídeo e DVD daqui do Japão. Eu paguei adiantado, então, não deveria pagar nada na devolução, certo? Errado! Eu tive de pagar de novo! Perguntei pro atendente: "por quê?"

Ele explicou que eu deveria ter devolvido ontem até meia-noite. Eu disse "hai" (ok) e paguei. Mas eu queria ter perguntado pra ele: "meu senhor, como é que eu ia devolver esses dois DVDs ontem até meia-noite, se eu saí daqui com eles, ontem às 22h18?"

E ia dizer mais: "o senhor não tá vendo a minha cara de estrangeira? Não percebeu que eu entendo pouquíssimo de japonês? Então, não estava na cara que eu tinha me enganado? Custava me falar?"

Custava. Porque os atendentes japoneses têm a irritante mania de agirem como robôs. E os robôs, pelo menos por enquanto, não pensam.

Saturday, September 09, 2006

Get together, Madonna!


Tô esperando a Madonna, há quase 13 anos. Agora, faltam menos de 13 dias. Além do frio na barriga - sim, eu tô nervosa só de saber que vou ver a Madonna de novo - bateu a saudade daquele show no dia 3 de novembro de 1993, no estádio do Morumbi, em São Paulo.

Eu tinha 16 anos e tive de ter uma conversa séria com o meu professor de matemática, por causa da Madonna. Não queria mentir - meu pai me ensinou que mentira tem perna curta - então o jeito foi tentar negociar. Como conciliar o show histórico da Madonna (em São Paulo) e a prova decisiva de matemática (em Belo Horizonte)?

- Professor, eu faço a prova antes, eu faço a prova depois, eu faço uma prova mais difícil, eu faço duas provas, mas eu não posso perder o show da Madonna! Nem a prova de matemática...

- Ok. Eu preparo uma prova especial para você.

- Ufa!

Nem lembro se fiz a prova antes ou depois dos colegas do colégio. Só lembro que vi a Madonna!

Agora não tem essa de prova de matemática. Mas, mais uma vez, o show vai ser em plena quarta-feira e vou ter de negociar de novo. Só que, desta vez, com a chefe...

Get together, dia 20, no Tokyo Dome!

Thursday, September 07, 2006

Sou mais a princesinha Aiko


Ao contrário da ala conservadora do Japão - que deve ser a grande maioria do país - eu torci para que a princesinha Aiko (na foto com os pais), assumisse o comando da família imperial daqui.

Mas por sorte desses tais conservadores e, talvez, até da própria princesinha (deve ser o maior "rabo de foguete", como diria o meu pai, assumir um cargo desse), o bebê da princesa Kiko, que nasceu hoje, é menino!

Quem está "mais por fora que bumbum de índio" (xii, hoje empolguei), melhor ler essa reportagem que saiu no Bom Dia Brasil, da TV Globo. As fotos não têm nada a ver com a Globo. Estavam "dando sopa" na internet e eu aproveitei :D


É menino!

Reportagem: Paulo Zero e Sônia Bridi (Pequim)

O futuro de uma das monarquias mais antigas do mundo está seguro. Nasceu e é menino o filho da princesa japonesa Kiko. O anúncio do sexo da criança era aguardado com ansiedade pelos japoneses.

Agora, o filho de Kiko é o terceiro na linha sucessória. O nascimento dele põe fim às discussões sobre possíveis mudanças na lei japonesa, que não permite que as mulheres assumam o trono.

É uma história de príncipes e princesas, mas não é conto de fada. O príncipe herdeiro se casa com uma diplomata educada na universidade mais conceituada dos Estados Unidos. Eles têm uma filha, mas não um herdeiro para o trono, que no Japão, tem que ser homem descendente direto do imperador.

A princesa intelectual, forçada a se submeter aos ritos da casa imperial, pressionada a produzir um filho homem, entra em depressão. O marido dá uma entrevista defendendo a mulher. Mas criticado pela própria família, pede desculpas.

A princesa se retira da vida pública e o país começa a discutir a mudança da constituição para que a princesa possa herdar o trono. Mas o congresso segura a lei quando vem a notícia: a princesa Kiko, mulher do príncipe herdeiro, está grávida.

Mãe de duas meninas, Kiko carrega a esperança dos conservadores que preferiam mudar a constituição para reinstituir o concubinato, a permitir uma mulher no trono. Hoje de manhã, o primeiro menino na família imperial, em mais de 40 anos, nasceu de cesariana pesando pouco mais de 2 quilos e meio.

A princesa estava internada com sintomas de placenta prévia há quase um mês. O sexo do bebê era mantido em segredo. Ao receber a notícia, o primeiro-ministro, Junichiro Koizumi, disse apenas que era muito bom. O provável sucessor dele, o chefe gabinete, Shinzo Abe, alertou que é preciso ter cuidado antes de discutir mudanças na constituição.

Resolvido o drama da sucessão, o Japão perde a oportunidade de discutir o papel da mulher na sociedade. Uma soma de tragédias pessoais que ameaça a própria nação. Tendo que escolher entre família e carreira, cada vez mais, as mulheres japonesas preferem não desempenhar o papel que os homens esperam dela: o de reprodutoras.

Com uma média de 1,25% de filhos por mulher em idade fértil, o Japão pode perder os dedos para conservar os anéis. O instituto de demografia japonês prevê que, até o fim do século, a população do país vai ser de 65 milhões de habitantes - metade do que é hoje.

O nome do bebê da princesa ainda não foi anunciado.

Tuesday, September 05, 2006

Ei, eu sou brasileira


- Desculpe, eu só sei um pouquinho de inglês.

- Não se preocupe, eu também não falo inglês bem (respondi).

- Não? Por quê? (perguntou com cara de espanto, o instrutor da academia de ginástica).

- Eu não sou americana (como ele e um monte de japoneses imaginam)... Sou brasileira, falo português (expliquei)

- Brasileira! (disse, também com cara de espanto. Só que dessa vez, a surpresa parecia boa). Eu sei duas palavras em português (contou orgulhoso, o instrutor fortão chamado Ken).

- Nossa, que legal! Quais são as palavras?

- "Barriga" e "joelho".

Nessa hora, quem fez cara de espanto fui eu...


- Eu luto jiu-jítsu e sou fã dos lutadores brasileiros. Aprendi essas palavras por causa disso (continuou)


Morri de rir, mas achei interessante a história. Aqui no Japão, não é só o Ronaldo e o Ronaldinho Gaúcho que o povo conhece. O Wanderlei Silva e o Minotauro têm muitos fãs por aqui.

O Wanderlei é tricampeão do Pride. O Minotauro, não sei. Não presto muita atenção nesses assuntos. Mas sei muito bem que eles fazem a gente ter orgulho de ser brasileiro.

Essa conversa é antiga. Da época em que eu freqüentava a Gold's Gym, aqui em Tokyo, há mais de um ano. Ou quase dois, sei lá. Lembrei agora porque vi esse cartaz do Pride (foto), numa loja de conveniência.

Assim, dá vontade de parar todo mundo na rua e falar "ei, eu sou brasileira".

Friday, September 01, 2006

Por que o Ewerthon não teve essa idéia antes?


"Porque eu estava ocupado com outras idéias", justificou ele que teve a 'modéstia' de falar que é uma pessoa de muitas idéias. "Elas vêm uma atrás da outra", emendou.

Ainda bem que tudo isso aí que ele disse é verdade. Senão, eu jamais perdoaria a metidez dele.

O Ewerthon sabe que eu acho ele metido sim. Mas ele é tão brilhante - como ele mesmo define - que consegue ser metido, sem ser arrogante. Metido, mas muito carismático. Metido e humilde ao mesmo tempo.

Eu adoro o Ewerthon! E adorei o novo blog dele!

O endereço é a cara dele: http://ideiabrilhante.blogspot.com

Mas o Ewerthon conseguiu me convencer de que ele não foi convencido ao escolher esse endereço aí.

Melhor vocês conferirem o nosso bate-papo de hoje numa cafeteria, aqui em Tokyo:


Você já tem um blog, que está abandonado há meses. Então, por que resolveu criar outro (ontem)?
Parei de escrever (no tal do ploc) porque o meu trabalho começou a me sugar demais. E é um trabalho que me desgasta mentalmente (ele é jornalista). É pior que o trabalho na fábrica, que cansa fisicamente. Resolvi voltar porque pedi demissão.

O seu blog se chama Ctrl+c Ctrl+v (ele, literalmente, copia e cola textos dos outros). Não é ilegal isso que você faz?
Não sei. Não pesquisei. Mas eu vou publicar, primeiro, textos de blogs dos amigos e, eventualmente, outros que eu achar interessantes. Só que vou pedir autorização.

Será que o leitor do blog que você copiou vai se interessar pelo seu blog?
O legal é que só vou publicar coisas legais. É como se fosse uma fita cassete (ele explicou que tem ipod, mas é do tempo da fita cassete). O disco todo não é legal. Então, eu gravava as melhores faixas numa fita. É isso que vou fazer: reunir os melhores posts de vários blogs.

E o que é "o melhor post"?
O critério é bem pessoal. Eu aceito sugestões, mas tem que passar pelo meu critério. O texto tem que ser bom e o tema interessante. Pra mim. Pode ser notícia, cultura, humor...

Por que você resolveu começar com um post do Meu Japão (Um livro ou um blog?)? Eu fiquei muuuito lisonjeada...
Porque os primeiros posts dos blogs que li (ele adora ler blogs e acompanha uns 12) são 'sem sal e sem açúcar'. Acho que o seu tem algo a mais, tem os questionamentos que eu fiz quando fui criar o meu primeiro blog. Só que eu não escrevi. O segundo post (copiado e colado) foi o do Emerson porque o Ar condicionado de bolso é um produto que eu já conhecia e eu queria escrever sobre isso. Mas ele saiu na frente. E com um texto perfeito.

Esse endereço (ideiabrilhante.blogspot.com) não é pretensioso demais?
Não. Você interpretou de forma errada porque a idéia brilhante não é minha. É das outras pessoas.

Então deveria estar no plural né...
Pode ser. Aliás, acho que não. No singular dá mais importância à idéia de cada um.

Entendi. Mas, por que você não teve essa idéia antes?
Porque eu estava ocupado com outras idéias. Elas vêm uma atrás da outra. Mas a idéia é divulgar as idéias brilhantes das outras pessoas. Idéias que eu não tive antes. Por falta de tempo (ele mesmo ri, junto comigo, da metidez dele).