Sunday, December 31, 2006

Eu não enforcaria o Saddam



Nem o Saddam, nem o Hitler, nem ninguém.

Sou contra a pena de morte.

O Japão é a favor : (

LINKS:

1 - Pena de morte/enforcamento
http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/medio/atualidades/ult1685u268.jhtm

2 - A morte de Saddam
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u103274.shtml

Friday, December 29, 2006

Juliana Paes no cinema japonês?



Pelo menos, por enquanto, não. Essa mocinha aí é só uma sósia japonesa dela, que descobri assistindo ao filme Tokyo Friends. Como disse o Emerson, do blog Tokyo Passion (ex Projeto Andrômeda), para cada brasileiro, há um sósia japonês.

"Já encontrei vários japoneses com traços de companheiros brasileiros com cara de ocidental. Inclusive um muito parecido com o Velho, um amigo meu que é loiro e tem olho azul."

Eu apóio a teoria do Emerson. Não tenho provas, mas já encontrei as versões japonesas do Sérgio Marone, do Bezerra da Silva, de outros que já não lembro mais e até do Milton Gonçalves. Desse último eu tenho foto!


LINKS (no mac, só consigo colocar assim):

1 - Juliana Paes, a original
http://penajaca.globo.com/Novela/Penajaca/Personagem/0,,PS1019-7606,00.html

2 - Tokyo Friends, o filme e foto maior da atriz japonesa
http://www.tokyofriends-themovie.jp/ (clique em "about the movie", "cast&staff" e na segunda foto da esquerda para a direita)

3 - Milton Gonçalves japonês, a foto
http://meujapao.blogspot.com/2006/02/os-japoneses-no-so-todos-iguais.html

4 - Tokyo Passion, onde está a teoria do Emerson
http://www.blogger.com/comment.g?blogID=14893725&postID=112523986337470994

Monday, December 25, 2006

Samba, futebol, crime e impunidade


A imprensa do Brasil costuma associar os trabalhadores brasileiros no Japão aos milhões de dólares que “enviamos”, todo ano, ao nosso país. Mas na imprensa japonesa, a nossa imagem é bem diferente. Vira e mexe, somos associados ao samba, ao futebol e, infelizmente, ao crime também.

Em pleno Natal, lá estávamos nas tevês e jornais de todo o Japão. Um brasileiro é acusado de matar, por estrangulamento, a namorada e os dois filhos dela – de 15 e 10 anos de idade. E, é claro, logo depois do assassinato, ele fugiu para o Brasil.

O mais triste é saber que esse é apenas mais um caso de brasileiro que comete crime aqui e se esconde na terra natal. Por falta de um acordo entre os dois países, nem a polícia japonesa, nem a polícia brasileira podem agir. Afinal, o acusado é brasileiro, mas o crime foi no Japão.

Sunday, December 24, 2006

Natal dos Namorados



Um amigo japonês me perguntou como os brasileiros comemoram o Natal. Eu contei que as famílias se reúnem, preparam uma ceia especial e trocam presentes.

Expliquei que "a família", nesse caso, não é só o pai, a mãe e os filhos. "Os avós, tios e primos também participam. Às vezes, os vizinhos e amigos também".

"E o namorado ou namorada?"

Era a pergunta que eu queria ouvir. Respondi que sim e emendei "e no Japão? É verdade que o Natal é comemorado a dois?"

Foi a vez dele me explicar que Natal, aqui, é sem família. Os casais saem para jantar, passear...

"... e terminam a noite romântica num motel, não é?" O meu amigo deu aquele sorrizinho envergonhado e confirmou.

Acho que Jesus Cristo não ia gostar de saber que o aniversário dele é comemorado assim. Hihihi...

FOTO: Feliz Natal (Meri Kurisumasu!)

Monday, December 18, 2006

Japonês não cai da moto



Meu pai adora contar piada. E de uma hora pra outra, ele resolveu incrementar o repertório com piadinhas de japonês.

- Você sabe por que japonês não cai da moto?

- Não.

_ Porque ele monta Yamaha (e amarra).

_ Hihihi...


Ele também já me perguntou:

- Você sabe qual é o nome do Viagra no Japão?

_ Humm... Biagura??

_ Não, não. É AjinomoRto (age no morto)!

_ Hihihi...

Sunday, December 17, 2006

Esqueceram de mim. E de vocês também!

De volta a Tokyo, dei de cara com um anúncio que fotografei tempos atrás. Nele, tem escrito BEM-VINDOS A TOKYO! em tudo quanto é língua (em 13 idiomas, para ser mais específica), menos em português.

Será que os donos da casa se esqueceram de nós, brasileiros, que formamos a terceira maior comunidade estrangeira do Japão, ou eles pensam que falamos espanhol?

Só não quero acreditar que não somos bem-vindos aqui. Que medo!


AVISO: acabei de chegar do Brasil. Tomei banho (de 1 hora!) e atualizei o blog. Agora, eu quero cama! Amanhã, respondo os comentários tá? Bjinhos : )

Wednesday, December 13, 2006

Pergunte o que quiser. Eu respondo o que puder ; )

Em três anos de vida no Japão, voltei ao Brasil três vezes. Com o tempo tão curto - máximo 15 dias divididos entre Belo Horizonte/MG e Guarapari/ES - tenho que me desdobrar para paparicar a família, comer muito, fazer umas comprinhas, dar uma passada num salão de beleza e, é claro, rever os amigos.

Sempre sou bombardeada de perguntas, até por gente que nunca tinha visto antes. Chega a ser cansativo contar dezenas (tô achando que já cheguei na centena) de vezes as mesmas coisas, mas eu adooooro falar do meu Japão.

O povo me pergunta de tudo! Tem coisas que nem sei responder. Outras que me matam de rir. Ou de vergonha! Não dá pra eu escrever todas aqui - são muuuuitas - mas, aí vao as mais freqüêntes:

1 - Lá são 12 horas na frente né? E quanto tempo de viagem? Tem vôo direto?

Sim. O Japão está 12 horas na nossa frente. Agora são 4 horas da tarde no Brasil e 3 horas da manhã no Japao (descontei 1 hora porque estamos no Horário de Verão).

Não tem vôo direto não. Deus me livre! A gente precisa de um tempo pra esticar as pernas :P

A minha rota é assim: Belo Horizonte - São Paulo (1 hora de vôo) + São Paulo - Atlanta/EUA (9 horas de vôo) + Atlanta/EUA - Tokyo (12 horas de vôo). Então são 22 horas de vôo mais umas 8 horas de chá de cadeira nos aeroportos.


2 - Você gosta da comida japonesa? E come todo dia com aqueles palitinhos? Tem garfo e faca no Japão?

Gosto de muitas coisas da comida japonesa e algumas eu odeio! Mas em Tokyo tem todo tipo de comida e até loja de produtos brasileiros. Então, a gente dá um jeitinho.

Às vezes, eu cozinho em casa (cardápio brasileirissimo) e quase sempre como em restaurantes de comida americana, italiana, indiana, chinesa e também japonesa.

Palitinhos? Só quando vou a restaurantes japoneses. Tem garfo e faca no Japão, sim. Ufa!


3 - Três anos no Japão? Então, você está arrasando no japonês né?

Sim e não. Moro há três anos no Japão e a minha maior frustração é ainda não dominar a língua japonesa. Falta muuuito! Mas ainda não perdi a esperança e tenho uma justificativa para esse aprendizado tão lento: trabalho o dia inteiro com brasileiros. Não preciso falar japonês sempre. E ainda tenho um monte de amigos-dicionários ambulantes!


4 - Tem Natal lá? Como é?

Tem e não tem. São pouquíssimos os japoneses católicos, por isso, Natal nao é feriado lá. Mas acho que por influência americana tem árvore de Natal, Papai Noel e as ruas e lojas são enfeitadas sim. Só isso. Não tem festa, nem amigo oculto. Ah, neste dia 25 de dezembro (segunda-feira), às 9 horas da manhã, eu tenho que trabalhar!


5 - Menina, me conta aqui (essa pergunta é sempre com cochicho). É verdade mesmo aquela história de que o "bráulio" dos japoneses é pequeno?

Tava demorando! Todo mundo me pergunta isso! (menos o meu pai e o meu irmão). Se quiserem saber, que arranjem um namorado japonês! Essa pergunta eu não respondo. Nem saberia responder :D

Tá bom. Não respondo, mas dou uma pista: no Japão, tem camisinha de vários tamanhos e os estrangeiros costumam reclamar que aperta o danado. Por outro lado, entrevistei uma médica brasileira que disse que isso é lenda, pois as camisinhas japonesas são muito boas e confortáveis.

Querem saber? Eu acho que não podemos generalizar. Assim como as camisinhas, deve ter "bráulio" japonês de vários tamanhos :P

Sunday, December 10, 2006

Caça aos sushis do Paraguai

Li na Veja dessa semana A Polícia do sushi: Japão decide criar certificado para dizer qual é a autêntica comida japonesa.

A medida é polêmica. "Essas invenções me dão vontade de chorar. Pode chamar do que quiser, mas não de sushi", disse à Veja o japonês Shigeru Hirano (foto), dono do restaurante paulista Tanuki.


Mas, segundo a reportagem, muitos sushimen, inclusive no Brasil, torceram o nariz. Não vêem sentido em estabelecer regras tradicionalistas para uma culinária que só tem ganhado com a influência de outras culturas e com a inclusão de novos ingredientes.

Eu entendo o Hirano. Ele se refere aos sushis de carne-seca, goiabada e queijo coalho, criados pelos sushimen nordestinos e outros pecados cometidos por aí. A Veja citou alguns exemplos de "comida japonesa do Paraguai". Um deles é o URAMAKI CALIFÓRNIA, inventado pelos norte-americanos e feito com abacate. No Brasil, leva manga e, por causa das frutas, é reprovado pelos autênticos sushimen.

Lembrei do Júnior, irmão da Sandy. Quando a dupla foi cantar no Japão, no ano passado, ele disse que adoooooora Uramaki Califórnia. Será que alguém contou pra ele que, nesse caso, era melhor guardar a frase e a vontade de comer o autêntico sushi americano para uma turnê nos Estados Unidos?

Friday, December 08, 2006

Dos japoneses é maior!



No Brasil, celular chique e da moda é celular pequeno. Quanto menor, mais caro e mais desejado.

E muita gente pensa que, no Japão, os celulares são menores ainda. Nada disso! Os aparelhos vendidos lá são (quase sempre) maiores do que os daqui.

O mais importante para os japoneses, pelo que notei, são as funções e nem tanto a belezura e o tamanho pequeno. Celular bom tem que ter muito mais do que câmera, internet e música.

Tem celular no Japão que serve até de "chave" de casa, passe de metrô e muuuuitas outras coisas, que nem dou conta de acompanhar.

Já aqui no Brasil, fiquei impressionada com o sucesso dos pequenininhos.

Thursday, December 07, 2006

De Guarapari

De Beagá, vim para Guarapari (Espírito Santo). Meu pai mora aqui e tô aproveitando para pegar uma prainha e comer muita moqueca! Humm...

Meus planos de tirar muitas fotos legais do Brasil foram por água abaixo. Minha câmera digital não quer funcionar.

Com muito custo, achei uma câmera descartável, mas só Deus sabe o resultado. Tô fazendo assim: tiro uma foto e rezo. Tiro outra foto e rezo. Tomara que dê certo :P

Parêntese: aí (no Japão) já é quinta-feira, mas aqui (no Brasil) ainda é quarta, tá? Ou seja, não faz tanto tempo assim que não atualizo o Meu Japão :D

Monday, December 04, 2006

Mas que coisa




Devia ter vergonha da minha ignorância, mas confesso que só depois de morar no Japão é que ouvi falar no tal do Sérgio Mendes, aquele que ajudou a levar a Bossa Nova para os Estados Unidos e dali para o resto do mundo.

Em Tokyo, as pessoas não se cansam de ouvir o clássico Mas que Nada e já vi o novo CD dele nas seções dos recomendados e dos mais vendidos de muitas lojas de lá.

Ontem, no Domingão do Faustão, lá estava o Sérgio Mendes. O Faustão não poupou elogios e pela apresentação (parecia uma novidade!), percebi que eu não sou a única brasileira que mal conhece o nosso músico de tanto sucesso.

Ufa!

Friday, December 01, 2006

Eu quero, eu quero, eu quero!



Bebê é sempre lindo, mas os japonesinhos são especiais. A combinação olhinhos puxadinhos + cabelos negros arrepiadinhos é muito fofa, não acham?

O Kaoru é o novo fofíssimo do pedaço. Nasceu há uma semana, em Tokyo, e reparem que já tem cabelo "Dragon Ball". Que bonitinho!

Eu também quero :P

Ele nasceu de parto normal, como a maioria dos japoneses. Se fosse brasileiro, faria parte da minoria. É que o Brasil é um dos recordistas em cesarianas.

Vi no Jornal da Record que nos hospitais particulares daqui (estou no Brasil), 84% dos partos são cesarianas. Nos hospitais públicos, o número cai para 28% mas ainda é muito alto. Na Holanda, por exemplo, a média é 14%.

No Japão, não sei, mas sei que a média é baixíssima também. Lá, quem decide é o médico e cesariana, para eles, só em último caso.

Por isso, tem hospital brasileiro fazendo campanha para incentivar o parto normal. Afinal, se tem esse nome, não poderia ser mais indicado do que o "anormal".

Legal a iniciativa, mas quando chegar a minha vez de ser mamãe (sem pressa!), vou implorar ao médico para cortar a minha barriga. Com muita anestesia, claro :D
FOTO: Kaoru, no segundo dia de vida (25 de novembro). De olhos bem abertos!

Thursday, November 30, 2006

De Beagá

Cheguei aqui em Beagá (Belo Horizonte, Minas Gerais) em pleno sabadão. Dei de cara com uma cidade cheia de eufóricos torcedores atleticanos - inclusive meu irmão - felicíssimos com o título de campeão da série B do Brasileirão, o Campeonato Brasileiro de Futebol.

Era só a série B, mas parecia a Copa do Mundo. Achei legal uma torcida tão empolgada e tão fiel. Ela bateu recordes de público e ocupou dois estádios em um jogo só! É que enquanto o Mineirão estava lotado com quem assistia à final ao vivo, o outro estádio de Beagá - o Independência - tinha 7 mil pessoas assistindo ao mesmo jogo, pelo telão.



É aqui que eu aaaaaaaamo
É aqui que eu quero ficaaaaaaar

Pois não há háaaaaa
Lugar melhor que Beagá

Esse é o refrão de uma música de
César Menotti & Fabiano. Nunca tinha ouvido falar nessa dupla que está fazendo o maior sucesso por aqui. Adorei! Meu lado sertanejo aflorou e não canso de ver e rever o DVD deles. Meu irmão comprou no Shopping Oi, falsificado, por apenas R$ 5,00. O original custa R$ 39,90. Isso é Brasil : P





Minha primeira providência ao chegar ao Brasil: salão de beleza! Já dei um trato no cabelo, nas unhas etc. Falta marcar a limpeza de pele e dos dentes. Tenho que aproveitar. Afinal, no Japão, além de ser tudo caríssimo, não é daquele jeito que as brasileiras gostam.


Ontem, na sala de depilação...



- Pois é, o horário é diferente. Agora são 3h20 da tarde aqui né? No Japão, são 3h20 da manhã (nem considerei o horário de verão para facilitar as contas).


- Num brinca?! E como é que você faz para trabalhar?



Tentei explicar que não muda nada. Espero que a Ana tenha entendido. Na férias passadas, quando contei para ela que o Japão era longe, ela perguntou:



- É mais longe que o Pará?


- É. Muito mais! Não dá pra ir de ônibus. Só de avião e a viagem demora o dia inteiro!


-Num brinca?!

Monday, November 27, 2006

Volto já!



O Dani me entregou. Sumi porque estou de férias. Mas juro que a idéia era sumir só por uns três dias. Já se foram seis, eu sei.



Desculpa, pessoal! Eu não troquei vocês pelas férias. É que fiquei sem internet e ainda deixei o cabo "usb" da minha câmera fotográfica para trás...



Estou tentando providenciar outro e espero voltar a blogar direitinho logo, logo. Se der tudo certo, amanhã mesmo. Tenho novidades, claro ;)

Tuesday, November 21, 2006

No Inverno, tome sorvete!


Pelo calendário, ainda é Outono no Japão. Mas pelo casaco e meias que estou usando nesses dias, o Inverno já chegou.

É por isso que achei engraçado o panfleto que ganhei, hoje, com as novidades do Mc Donald's daqui: Soft cream, Sundae e McFlurry!

Uai (sou mineira), pensei que sorvete combinasse com Verão...

Sunday, November 19, 2006

Música da Chihiro, para mim

O Sílvio me mandou essa música. Ele me escreve sempre, diz que lê meu blog, que é meu fã e do Luis Nassif (viu, como eu estou chique?), mas nunca comenta aqui no Meu Japão. Adorei o presente dele. Afinal, eu adoro a Chihiro - essa menininha aí na foto do meu perfil, que é personagem do filme japonês A Viagem de Chihiro (aquele mesmo que ganhou Oscar de melhor animação em 2003).



ITSUMO NANDO DEMO
SEMPRE E POR VÁRIAS VEZES

Yondeiru Mune no Dokoka Okude
De alguma parte do fundo do coração que clama

Itsumo Kokoro Odoru Yume wo Mitai
Eu desejo sempre ver sonhos pungentes.

Kanashimi wa Kazoekirenai keredo
Nem posso mais enumerar minhas tristezas, mas

Sono Mukou de Kitto Anata ni Aeru
Após ela, quem sabe me encontrarei com você.

Kurikaesu Ayamachi no Sonotabi Hito wa
Errando por vezes, a cada engano, as pessoas

Tada Aoi Sora no Aosa wo Shiru
Reconhecem simplesmente, o azul do céu azulado.

Hateshinaku Michi wa Tsuzuite Mieru keredo
O Caminho parece sem fim, mas...

Kono Ryoute wa Hikari wo hirakeru
Estas mãos tem o poder de abrir a luz.

Sayonara no Toki no Shizukana Mune
O silêncio do peito em toda despedida,

Zero ni Naru Karada ga Mimi wo Sumaseru
O corpo ao final, impede de eu ouvir...

Ikiteiru Fushigi Shinde Iku Fushigi
É incrível estar vivo, é incrível acabar...(morrer)

Hana mo Kaze mo Machi mo Minna Onaji
As flores, o vento, a cidade, tudo, são iguais.

Yondeiru Mune no Dokoka Oku de
De alguma parte do fundo do coração que clama

Itsumo Nando demo Yume wo Egakou
Vamos, sempre e por muitas vezes, sonhar.

Kanashimi no Kazu wo Iitsukusu yori
Em vez de recontar a quantidade dos enganos

Onaji Kuchibiru de Sotto Utaou
Vamos entoar levemente uma canção.

Tojiteiku Omoide no Sono Naka ni Itsumo
Dentro de cada lembrança esquecida, sempre

Wasure takunai Sasayaki wo Kiku
Ouçamos o sussurro que não queremos esquecer.

Konagona ni Kudakareta Kagami no Ue nimo
Mesmo sobre um espelho, depois de estilhaçado,

Atarashii Keshiki ga Utsusareru
Uma nova imagem é refletida.

Hajimari no Asa Shizuka na Mado
No recomeçar da manhã, a janela em silêncio,

Zero ni Naru Karada Mitasarete Yuke
O corpo ao final, deve ser recarregado...

Umi no Kanata niwa Mou Sagasanai
Não vou mais procurar no outro lado do oceano

Kagayaku Mono wa Itsumo Koko ni
Aquilo que brilha está sempre aqui.

Watashi no Naka ni Mitsukerareta Kara
Eis que a encontrei dentro de mim.

Thursday, November 16, 2006

Brincos, nem pensar!

Semana que vem, a fofíssima filha de um amigo brasileiro casado com uma amiga japonesa vai completar 4 meses de idade. Ela já ganhou um par de brincos – presente do vovô brasileiro – mas vai ter que esperar alguns anos para usá-los.



É que a fofíssima mora no Japão e, aqui, criança não usa brincos. Tudo culpa da escola, que incentiva a “lei da homogeneidade” . Não é só a roupa dos alunos que é igual. Ninguém pode usar brincos e cia, nem maquiagem. Muito menos colorir o cabelo ou as unhas.

Depois dos 18 anos, quando ela e todos os jovens japoneses se livrarem da escola, aí sim poderão pintar e bordar.


Parêntese: comentei com o Kuni (meu amigo japonês-consultor para todos os assuntos do Japão). Ele disse “a escola não permite, mas você pode reparar que muitos adolescentes não obedecem”. É verdade.


Foto: não é da fofíssima! É de uma modelo-mirim da revista Pais & Filhos :P

Wednesday, November 15, 2006

Neto parece com ovo...




... que parece com janela.

Não tô louca não. Em japonês, essas três palavras de significados completamente diferentes são muito parecidas sim.

E foi por isso que me dei mal, lá no churrasco nipo-brasileiro.

- Professora, a senhora tem JANELA?

Pela cara de espanto da minha professora de japonês, notei que tinha algo estranho na minha pergunta.

- Desculpa! Confundi, eu quero dizer... (a palavra não vinha!) a filha da senhora tem filhos?

- Ah, netos né? Não, eu ainda não tenho netos.

Ó céus! Mago, tamago e mado. Concordam que neto (mago) parece com ovo (tamago) que parece com janela (mado)?

...


Ainda, no churrasco nipo-brasileiro. Ou melhor, indo para o churrasco nipo-brasileiro, percebi que ia chegar atrasada. Entrei em pânico! Atraso no Japão é imperdoável e eu não queria fazer feio logo no primeiro encontro com as minhas professoras de japonês.

Eu só tinha uma opção: ligar para a professora Koizumi. Era o único telefone que eu tinha. Logo o dela, que não fala uma palavra em inglês.

Rezei, respirei fundo e liguei. Eu (acho que) falei:

- Professora, bom dia. Tudo bem? É a Karina. Desculpa, eu estou atrasada porque peguei o trem errado. Por favor, espere um pouco mais. Vou atrasar uns 10 minutos...

10 minutos depois, lá estava eu no ponto de encontro. A professora Koizumi não estava (não sei porque). E a professora Yamazoe foi logo perguntando:

- E o seu marido?

- Marido??

- A Karina é solteira. Explicou a colega chinesa.

- Ué, a professora Koizumi disse que você ligou para avisar que ia chegar atrasada porque estava esperando o seu marido...

Entendem porque eu tenho pavor de telefone? É um perigo!

Monday, November 13, 2006

Churrasco nipo-brasileiro



"Eu nunca comi comida brasileira", disse a minha professora de japonês na aula passada. Aproveitei o intervalo e convidei: "pessoal (incluí os alunos, claro), vamos juntos comer comida brasileira?

A professora ficou animadíssima. Até esticou o intervalo para encontrar uma data propícia para (quase) todos nós. Ela também convidou a nossa outra professora de japonês. Depois de muita conversa e ligações (em japonês, para o meu desespero), marcamos.

As duas professoras - Yamazoe e Koizumi - o chinês Xiaojun Zhang, a chinesa Yin Xingzhe, a filipina Lili, o peruano Yvan Llave e eu nos encontramos ontem (domingo) às 11h20 da manhã, perto do restaurante. Elas escolheram esse horário aí. Se fosse eu, sugeriria 13h. Talvez, 14h. Mas não reclamei, só achei divertido e fui dormir cedo no sábado para não me atrasar (mesmo assim, cheguei atrasada. E essa história fica pra outro post).

Escolhi o restaurante mais bonito, mais organizado e mais apropriado para levar amigos estrangeiros, especialmente, japoneses. Esse é adaptado ao gosto do freguês e por isso (e talvez pelo preço) tem mais japoneses do que brasileiros lá. Não só nas mesas, mas também no balcão, na cozinha e entre os garçons.

O cardápio é trilíngüe: japonês, inglês e português. Acho que nessa ordem de importância, pois a clientela brasileira é minoria. A comida também não é só brasileira. O churrasco é nota 10 - apesar de menos salgado do que o "normal", para não espantar os japoneses. Tem feijoada, farofa e até coxinha...

... mas o arroz é à moda local - grudado e sem tempero - e no bufê de salada, tem coisas que muitos brasileiros nem sabem que existe. Alguém aí já comeu goya? Pois é, tem goya lá. É uma espécie de pepino que amarga mais que pé de jurubeba, como diria meu pai.

A professora Yamazoe ficou encantada com o rodízio de churrasco e não recusava nada: picanha, cupim, frango, lingüiça... E repetia toda hora: "oishii" (gostoso). Mas morri de rir foi da professora Koizumi. Ela adorou o abacaxi assado. Comeu, pediu mais e até quis tirar foto perto do espeto de abacaxi.

Difícil era eu explicar o que era costume brasileiro e o que não era. Afinal, a garçonete perguntou o que a gente queria beber depois da refeição: chá quente ou gelado, suco de laranja (de caixinha, para a minha tristeza), café quente ou gelado? E, para a minha diversão ninguém votou no café quente, como os brasileiros costumam fazer. O mais pedido foi o chá e, em segundo lugar, o café gelado. Cruzes!

Mas no cardápio também tem caipirinha e guaraná. Autênticos! E insisti para que todos experimentassem, com duas ressalvas: o guaraná é muito doce e a caipirinha é muito forte. Gostaram mais da caipirinha. Percebi que o guaraná não fez muito sucesso. Eu aprovei os dois, como uma autêntica brasileira.

Foi um almoço muito divertido. Fiquei feliz porque todos pareciam felizes e não paravam de elogiar e agradecer pelo convite. Foi uma ótima aula de japonês também, pois combinamos que era proibido falar em chinês, inglês, espanhol ou português. Conseguimos, mas com muito esforço, muitas risadas e muita mímica!

Depois, fomos passear nas redondezas - o restaurante fica no chiquerésimo e lindíssimo bairro Omotesando - e ainda visitamos um templo muito famoso, lá perto. Rezamos, vimos criancinhas de quimono e até uma noiva sendo fotografada com a família, com roupas e rituais como manda a tradição.

O próximo almoço da turma será num resturante peruano. Depois num chinês, num filipino, num japonês...

Saturday, November 11, 2006

Um guarda-chuva especial


Acordei com o barulhinho da chuva. E lembrei de um"causo" (como diria a leitora-contadora de "causos" Marcia) de um guarda-chuva especial.

Estávamos em 2004. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, tinha um encontro com a então ministra das Relações Exteriores do Japão. E comigo!

Na verdade, eu é que tinha um encontro com eles, apesar deles nem saberem da minha existência. Minha missão era fotografar o aperto de mão dos dois, lá na residência oficial da tal ministra.

Estava chovendo e deixei o meu guarda-chuva trancado no porta-guarda-chuva na entrada do prédio. Guardei a chave. Fotografei o aperto de mão. Parou de chover. Fui embora. Com a chave e sem o guarda-chuva, claro...

O guarda-chuva não era exatamente meu. Era do amigo inglês que emprestou para uma amiga brasileira que me emprestou. E a chave pertencia à residência oficial da ministra das Relações Exteriores do Japão. E, agora?

Contei o "causo" ao Kuni. Ele riu e me aconselhou: sendo um guarda-chuva especial, esquecido num lugar especial melhor devolver. Caso contrário, eu poderia deixar pra lá. Quem nunca esqueceu um guarda-chuva?

Antes de bolar o plano de resgate, o Kuni atendeu uma ligação em japonês. "Karina, é do Ministério das Relações Exteriores. Eles querem saber quando você pode devolver a chave do porta-guarda-chuva."

Queeeeeeê?

Fiquei chocada: como eles souberam que aquele guarda-chuva esquecido era meu? Afinal, eu era apenas uma das dezenas de fotógrafos e cinegrafistas que estavam lá para registrar o bendito aperto de mão.

O Kuni marcou um horário (sim, o resgate do gurada-chuva tinha que ser agendado) e lá estava eu tal dia, tal hora, na operação-resgate. O guarda-chuva e a chave voltaram para as mãos dos seus respectivos donos e eu espero não esquecer guarda-chuva especial em lugar especial nunca mais.

Ufa!

Tuesday, November 07, 2006

Mais perto de Hollywood II

O Rui me mandou essa foto do celular da Cameron Diaz. Ele viu o meu esforço para fotografar um outdoor desse, na semana passada, e resolveu me ajudar. Com a foto dele, eu não precisaria ter "roubado" aquela da Angelina Jolie para ilustrar o post Mais perto de Hollywood.




Brigadíssima, Rui!

Ps1: na verdade, a propaganda só mostra a estrela e esquece o produto. Nem dá pra eu falar "espero que gostem do celular". Então, "espero que gostem da Cameron Diaz" ; )

Ps2: a foto não me obedece! Ela não quer ficar na horizontal de jeito nenhum! Vocês não se importam de entortar o pescoço pra ver a foto ou esperar até amanhã pra eu resolver isso, né?

Ps3: pensando bem (sobre o Ps1), acho que a idéia não era mesmo mostrar o produto. Só a estrela e a marca :D

Monday, November 06, 2006

O Mario Prata voltou


O Paulo me entrevistou. Eu sei que já contei. Mas não contei que contei para o Mario Prata.

Olha a nossa conversa via e-mail:

Eu (dia 5 de novembro)

eu prometo pra mim mesma que vou parar de te amolar, mas nao aguento... so queria te passar esse link. quando tiver um tempinho, da uma olhada please :D
http://myplurality.blogspot.com/2006/11/entrevista-karina-almeida.html
brigadinha. karina.


Ele (dia 6 de novembro)

fala, belôjapão!
obrigado pelo carinho na entrevista.
beijos.
(ando muito sucinto)
prata, o dentista


Eu (também no dia 6 de novembro)

ureshii! oops, olha eu escrevendo em japonês! eu quis de dizer: feliz! (os japoneses também são sucintos. não falam a frase inteira).
que vontade de publicar esse e-mail lá nos comentários do meu blog ou do blog do paulo...
você ficaria muito zangado??
se a resposta for sim, eu entendo. se for não, melhor ainda : )

ps: mas será que alguém iria acreditar?


Ele (também no dia 6 de novembro, minutinhos depois)

pode.


Eu (também no dia 6 de novembro, 1 segundo depois)

smaaack!
ai, eu não cresco mesmo né.
não tem jeito :P
brigadíssima.

Sunday, November 05, 2006

Mais perto de Hollywood


Comprei o batom da Angelina Jolie, o xampú da Jennifer Lopez e tô pensando em trocar o meu celular por um da Cameron Diaz. Pois é, elas são garotas-propaganda da Shiseido, Lux e Soft Bank/Vodafone, respectivamente.

Aqui é facil ligar a televisão e ver um comercial do Leonardo DiCaprio, outro da Uma Thurman e outro do Tommy Lee Jones. No Brasil, acho que chique é propaganda estrelada pela Gisele Bündchen né? O resto é com a Carolina Dieckmann, o Gianecchini (solteríssimo, finalmente!) e as demais celebridades da Globo.

No Japão, parece que Hollywood é logo ali.

Saturday, November 04, 2006

Fui entrevistada. De novo!

Outro dia o Ewerthon me entrevistou. Ele queria saber porque e desde quando eu gosto tanto da Madonna. Depois, o Paulo também quis me entrevistar. Ele sabe que não sou celebridade, nem ganhei na mega-sena, mas disse que queria perguntar tudo sobre o Mario Prata - já que eu fui parar no livro dele. Gostei do tema e também aceitei o convite. Na hora :P

A entrevista tá lá no blog dele. Com foto e tudo!

A leitora Andrea não me entrevistou, mas me encheu de elogios no blog dela. Eu fiquei super feliz, claro. E queria agradecer aqui. Pra todo mundo ouvir. Oops, ler: brigadíssima!

Eu achei um blog muito bacana logo que cheguei aqui no Japão. Quem escreve nele é a jornalista Karina (http://meujapao.blogspot.com/) que mora em Tóquio. Gosto muito da maneira como ela escreve sobre o Japão. Claro que ela escreve bem melhor do que eu e sobre assuntos bem mais interessantes. Adoro ir lá ver as novidades que ela conta sobre esse país. Um post que gostei foi sobre as orelhas de abano, haha, pq?? Pq eu tenho orelhas de abano e isso sempre foi pra mim um dilema.

...


E ainda fiquei toda metida com o comentário que outra leitora, a Esther, deixou no post Meu Japão é assim. E o seu? Olha só o que ela escreveu:

Oi Karina...... eu amo passar por aqui pena que o tempo não me dê tantas oportunidades, troco sem medo a programação funesta da televisão pela leitura do seu blogg, você tem um jeito de escrever que cativa a gente, descreve de uma forma divertida mas respeitosa o Japão é realmente interessante conhecer este país através do seu olhar!!!
AH E FAZ TEMPO QUE QUERO PERGUNTAR GRITOU MUITO NO SHOW DA MADONNA? RSRSRSRRS
beijo


Gente, vocês estão me deixando mal-acostumada. Ainda tem um monte de blog com link do Meu Japão (o meu não tem link nenhum, mas quando eu aprender a colocar vai ter). Daqui a pouco vou achar que sou escritora de verdade e ficar com vontade de dar autógrafo. Ai, ai... (brincadeirinha, viu?)

Brigadíssima! Eu não teria tanta vontade, nem inspiração para escrever sobre o Meu Japão, sem o incentivo de todos vocês : )

FOTO: ありがとう! Arigatou! Obrigada!

Wednesday, November 01, 2006

Que lindo!



Eu perguntei:

_ Meu Japão é assim. E o seu?


O Elvis respondeu:

"Mora no Japao ha 10 anos . Meu Japao e o mesmo de todos geograficamente falando mas e bem diferente dentro do meu coracao . Aqui voce podera ver como e o meu Japao em imagens
www.photosushi.blogger.com.br

abracos
Elvis"

Cliquei no link que ele indicou e adorei as fotos. Acho que vocês também vão gostar ; )

Tuesday, October 31, 2006

Meu amigo Mickey. Oops, Tarso

O verdadeiro nome daquele leitor anônimo que virou Mickey é Tarso.

Só isso que eu queria contar. Deixa ele pra lá...

Monday, October 30, 2006

Cadê a feijoada da mamãe?



Feijoada em lata, nem pensar!

Era esse o meu discurso até experimentar - e aprovar - uma porção na casa da Gisele. Comprei uma lata também (580 ienes/4,90 dólares). Comi tudo e, agora, a feijoada enlatada passou a ser o item número 1 da minha listinha de compras no supermercado.

Deixa a minha mãe saber disso...

Sunday, October 29, 2006

Por que não votei, hoje?


Não votei, de novo. Nem poderia, já que esqueci de transferir o meu título eleitoral de Belo Horizonte para Tokyo. Se eu estivesse realmente interessada em botar o meu dedinho nessas eleições, até que não seria tão trabalhoso assim. Bastava preencher uma papelada no consulado do Brasil e aparecer lá de novo nos dias da votação: 1º de outubro e hoje.

Mas o Japão não é tão pequeno como parece. Quem mora em Sapporo (Hokkaido), no extremo norte do país, por exemplo, precisaria de muita motivação e coragem para desembolsar pelo menos 40 mil ienes/330 dólares de transporte até Tokyo só para reeleger (ou tentar impedir a reeleição) do Lula. Assim como quem mora no extremo sul e teria de viajar até Nagoya, onde fica a outra unidade do consulado.


O jeito, agora, é não esquecer de explicar às autoridades brasileiras porque não votamos. Deixar de votar três vezes seguidas - cada turno é uma vez - leva ao cancelamento do título. Quem não pensa em voltar ao Brasil não precisa se preocupar. Nem ter medo de ficar sem passaporte: na hora de renovar, não importa se você tem título cancelado ou não.

Eu quero voltar. E já sei o que devo fazer, assim que pisar em BH. É só seguir as dicas dessa notícia que encontrei no portal UOL:

- O prazo legal para a justificativa eleitoral é de 60 dias a contar da data da eleição. Para se justificar, o eleitor deve encaminhar requerimento ao juiz da zona eleitoral —preferencialmente, àquela onde está inscrito. Mas a justificativa também pode ser dirigida a qualquer outro cartório eleitoral.

- Se o eleitor estiver no exterior no dia das eleições, terá o prazo de 30 dias, a contar de seu retorno ao Brasil, para justificar a ausência. Para tanto, deverá dirigir-se ao cartório eleitoral, apresentando bilhete de passagem de retorno e passaporte.

- Caso ultrapasse o prazo de 60 dias, o eleitor, ao solicitar a regularização de seu título, receberá uma multa, cujo valor será arbitrado pelo juiz eleitoral. Essa multa é calculada com base em 33,02 Ufir, entre o mínimo de 3% e o máximo de 10% desse valor —cerca de R$ 1 a R$ 3,5— por cada turno.

- Para cada turno em que o eleitor não compareceu e não justificou, será cobrada uma multa. Após a apresentação do comprovante do pagamento, o eleitor recebe a certidão de quitação eleitoral. O eleitor que deixar de votar e não justificar a ausência em três turnos consecutivos pode ter o título cancelado.

Friday, October 27, 2006

Meu amigo Mickey


Ele era anônimo, mas virou Mickey. Não sei se tem orelhas de abano ou orelhas de Buda – que, para ele podem ser iguais, mas a gente sabe que não são.

Ainda não entendi se odeia o Japão ou se odeia a mim. Por enquanto, só deu para perceber que ele é confuso e tem uma vontade enorme de ser uma pessoa muito, muito inteligente e culta.

Faz questão de ser desagradável e desaforado (ou será que é sem querer?), toda vez que visita o Meu Japão. Por isso, deletei alguns comentários dele. Só que, agora, fiquei arrependida. Queria, primeiro, saber a opinião de vocês:

O que eu devo fazer com os comentários do Mickey (ex-anônimo)?

1 – Deletar

2 – Ignorar

3 – Responder

4 – Dar gargalhada. Ele é muito engraçado!

Thursday, October 26, 2006

No banheiro, de novo


As privadas high tech do Japão são um sucesso. A gente sabe. Mas, além daquele monte de botões na privada, o que eu acho o maior barato dos banheiros daqui é um dispositivo para abafar o som do xixi (e de outras coisas mais).

Não entendia a importância do tal dispositivo, até descobrir que as japonesas fazem de tudo para que as vizinhas do banheiro público não escutem o barulhinho do xixi delas. Foi a Shigeko que chamou a minha atenção. "Repara", disse.

Reparei. Ela tinha toda razão. Agora, no banheiro da empresa - que tem três cabines com privada - eu me divirto tentando advinhar quem está no "trono" ao lado.

Se eu escuto o barulhinho do xixi, já sei que não é uma japonesa. Se vejo que a "vizinha de trono" disparou a descarga para abafar o barulhinho, já sei que é. É que no banheiro da nossa empresa não tem esse dispositivo.

Eu não me incomodo com o barulhinho do xixi não. Mas usei o tal dispositivo para abafar o som da minha câmera, quando fotografei o banheiro de um shopping. Só para mostrar pra vocês : )

Monday, October 23, 2006

Orelha de abano, para todo mundo ver

Dia desses, a Carla Perez (ex-Loira do Tchan) fez cirurgia para corrigir as orelhas de abano. A Malu Mader (atriz belíssima e muito famosa no Brasil) vive escondendo as orehas salientes - podem reparar que ela não prende os cabelos de jeito nenhum.

Se elas morassem no Japão, não precisariam se preocupar tanto. Aqui, orelha de abano não é feio. As modelos e atrizes - as feias e as lindas também - exibem as orelhinhas salientes numa boa. A prova está aí, nessas fotos: a de uma atriz (com o "cachorrinho-dumbo") e a de uma modelo japonesas.

Não sei o nome delas. Nem pesquisei. Mas sei que não são as únicas "japonesas-dumbo". Já vi muitas nos trens, nas ruas, na televisão e nas revistas também. Interessante né? A beleza também é relativa. Tô desconfiada que, aqui, isso é até charmoso : P

Thursday, October 19, 2006

Meu Japão é assim. E o seu?


Pessoal, acho que isso nem é um "post". É só uma perguntinha e, talvez, um desabafo.

O Meu Japão é esse que vocês lêem neste blog. Mas, como escrevi na apresentação dele (podem ver aí no alto, à esquerda), "quem sou eu para falar que o Japão é assim ou assado?". Eu conto as minhas impressões daqui que, certamente, são diferentes das de muita gente. E iguais às de muita gente também, eu sei.

A pergunta é: o Meu Japão é assim. E o de vocês, como é? Independente de quem já pisou aqui ou não. Eu adoraria saber : )

Monday, October 16, 2006

EXCLUSIVO: Entrevistei o Abe!

Ele também se chama Abe, mas não é o primeiro-ministro japonês, (Shinzo) Abe. Nem parente dele. "O kanji é diferente", explica. A língua japonesa tem dessas coisas. Às vezes, as palavras são iguais, mas se os ideogramas são diferentes, o significado certamente é diferente. Deixa pra lá. O que importa é que eu consegui entrevistar o Abe. Quero dizer, o Motoki Abe.

O Motoki não é artista, político, modelo, nada disso. Daí o meu interesse em entrevistá-lo. Eu queria mostrar como é a vida de um cidadão comum no Japão. Confesso que fiquei surpresa com algumas respostas dele. Já tinha percebido que o Motoki é uma pessoa muito bacana, mas pensei que fosse machista como todos dizem que o japoneses são. Me enganei!

Somos amigos porque frequentamos o mesmo bar e porque ele fala espanhol e ficou amigo de uma amiga peruana. Mas sempre que a gente se encontra, tentamos conversar em japonês. Foi idéia minha. Tenho medo do meu "portunhol" estragar o espanhol dele.

E a entrevista, acreditem, foi em japonês. Ok. Confesso que foi preciso recorrer ao espanhol ou inglês algumas vezes, mas juro que foram pouquíssimas vezes. A gente conversou no bar de sempre. Eu tomando o meu umeshu (licor de ameixa) e ele tomando a cervejinha (Corona) e o Bloody Mary dele. O Motoki, muito simpático, defendeu muito bem a imagem dos japoneses. Confiram.

Pera aí. Não é beeem uma entrevista. É só um perfilzinho (que pelo tanto de texto, virou um perfilzão). Não se esqueçam de que o meu "domínio" de japonês ainda é básico. Muito básico! Se quiserem perguntar mais coisas para o Motoki, tudo bem! Escrevam aqui e eu peço para ele responder ; )

Quem é ele?

Motoki Abe, 37 anos. Casado há dez anos com uma japonesa dois anos mais jovem. Tem duas filhas, de 8 e 6 anos. A mais velha se chama Maria. Isso mesmo: MA-RI-A! A caçula se chama Reina, que em espanhol signifca rainha. Ah, a esposa é programadora de computadores.

Os amigos do trabalho o chamam de Abe-san (senhor Abe). Os outros amigos o chamam de Abe. A família o chama de Motoki. Os (poucos) amigos estrangeiros o chamam de Motokito. Esse "ito" aí é de "pequenito" mesmo, mas ele tem mais de 1,80m de altura.

Trabalho

Fez faculdade de Economia. Virou corretor de imóveis e, há dois anos, abriu uma imobiliária. A empresa dele fica perto da estação de Tokyo - zona nobre da cidade - e só aluga imóveis comerciais. Perguntei até quando ele pretende trabalhar. "Até morrer". Fiz cara de espanto. "Eu adoro o meu trabalho", justificou.

Transporte

O Motoki tem carro, mas é a esposa quem usa. Ele anda 20 minutos de bicicleta (sim, de terno. Aqui é comum) até a estação mais próxima da casa dele, mais 40 minutos de trem e outros 10 minutos a pé até chegar ao escritório. De segunda à sexta-feira. A jornada de trabalho é de mais ou menos 12 horas por dia: de 9h da manhã às 9h da noite.

O que você faz para passar o tempo, dentro do trem? Lê mangá? Ouve música com o iPod? Ele riu: "Não, não. Eu leio livros. Mangá eu lia quando era mais jovem".

Casa

Ele nasceu e trabalha na capital japonesa, mas mora em Chiba, cidade nos arredores de Tokyo. Mora em casa própria. Não perguntei se é casa mesmo ou apartamento, mas deu pra perceber que é grande (para o padrão japonês): 100 m2, divididos em 3 quartos, sala, copa e cozinha. Deve ter garagem...

Comida

Ele adora natoo, a comida mais odiada pela maioria dos estrangeiros que vivem aqui. É realmente um prato nada atraente: uma espécie de soja fermentada, que "baba" mais que quiabo. Parece comida estragada, mas dizem que é uma beleza para a saúde. E para a pele!

O Motoki come natoo todos os dias, exceto nos finais de semana. Ele explicou que a esposa não tem tempo de cozinhar de segunda à sexta, então ele se vira com a marmita de natoo, arroz e iogurte. Em compensação, nos finais de semana, eles cozinham juntos e capricham no cardápio: peixe, salada, massa, carne, ramen (uma sopa de macarrão, carne e legumes, tradicional na China e aqui também) e por aí vai.

Férias e final de semana

Ele descansa três vezes por ano: 10 dias na primavera (no famoso feriado chamado Golden Week), 1 semana no verão e 2 semanas no inverno (final de ano). Fora os feriados, que não são poucos. Nesses dias, ele vai à praia, a Tokyo Disneyland (que na verdade, fica em Chiba), ao onsen (fonte de águas termais, que os japoneses adoram) e já viajou para Guam, uma ilha do Pacífico muito frequentada pelos japoneses.

Nos finais de semana, ele faz a faxina da casa. Sim! Ele disse que a esposa não gosta muito de fazer faxina e ele sempre ajuda! Depois, ele faz compras e vai passear com as filhas no parque perto de casa (os parques daqui não são parquinhos não. É uma delícia passear no parque).

Perguntei: e você não sai com a sua esposa? "Só os dois? Hum... a gente vai ao museu..." Pelo visto, os passeios são sempre em família. E a cervejinha, sempre com os amigos. Sem a esposa. Mas ele contou que a esposa também toma a cervejinha dela com os amigos. Sem ele. Outro dia, ele me disse que casamento sem confiança não dá certo. Ele confia na esposa e vice-versa. "Legal", pensei.

Viagens

Depois do casamento, ele só viajou para os Estados Unidos (de lua-de-mel) e para Guam, a tal ilha que falei. Mas ele já esteve na Espanha - aliás, ele morou lá durante 1 ano - Alemanha, Portugal, Bélgica, Holanda, China, Coréia, Tailândia, Cingapura e conhece o Japão de ponta a ponta. Todas as viagens internacionais foram a passeio. Já as viagens domésticas foram a trabalho.

Ah, além de falar espanhol, ele estudou um ano de francês ("mas já esqueci tudo") e inglês, na escola.

Vício de japonês

Você vai ao pachinko (casa de jogos) e ao sunakku (bar só para homens, onde só trabalham mulheres)? "Não", respondeu, seguro. Depois, confessou: "ia ao sunakku com o meu pai, quando eu era universitário".

Mas ao bar (esse!) você vem sempre... "Antes, três ou quatro vezes por semana. Agora, uma ou duas." Por quê? "Porque tenho que ir à academia. Não quero ficar gordo."

Estrangeiros

Se suas filhas se casarem com estrangeiros... "Não tem problema. Se for um marido inteligente e boa pessoa, não importa se é estrangeiro". "Aliás", emendou, "elas têm nomes fáceis para os estrangeiros pronunciarem. Quero que minhas filhas conheçam outros países quando estiverem na faculdade. Elas precisam ver que o mundo não tem só japoneses".

Última pergunta

Você é feliz? "Sempre!".

Sunday, October 15, 2006

Enrolada

Mil desculpas, pessoal. Eu prometi (no comentário do "Outro mundo") publicar a entrevista com o Abe hoje, mas não vai dar!

É que o final de semana está mais animado do que eu esperava :D

Esperem por mim, please!

Wednesday, October 11, 2006

Outro mundo

Eu adoro provocar o Kuni (que já ficou famoso por aqui, como o amigo japonês e consultor para todos os assuntos ligados ao Japão), com a frase “no Japão, é tudo errado”. Mas é claro que isso é brincadeira. Como explicou a senhora Wan, não é tudo errado. É tudo ao contrário.

Ontem, na aula de japonês, me deparei com mais uma coisa “ao contrário”: o mapa-múndi. Aprendi, lá em Belo Horizonte, que as Américas ficam à esquerda, o centro do mundo é a Europa (e a África) e o Japão fica do outro lado do planeta, na extrema direita. Ou extremo oriente.


Aqui é diferente. Quem fica no extremo oriente é o Brasil (as Américas, na verdade). Quando fui apontar o meu país para os meus colegas de sala, deu vontade de falar “ué, esse mapa tá errado! O Brasil não é aí não”.


MAPA: para quem quer ver a foto ampliada, aí vai o link: http://www.stat.go.jp/data/sekai/h4.htm#

Monday, October 09, 2006

Modelo-camarão


Ninguém melhor do que uma modelo chamada Camarãozinho (Ebi-chan, em japonês) para fazer propaganda do sanduíche de camarão do Mac Donalds.

Liguei para o Kuni para checar a informação. Ele confirmou que a garota-propaganda do Ebi Filet-O era mesmo a Ebi-chan. Aproveitei para perguntar por que uma moça tão bonita tem um apelido tão feio.

Ele explicou que o sobrenome dela é Ebihara e daí Ebi (camarão) + chan (que é uma forma carinhosa de chamar as pessoas, especialmente mulheres e crianças. É como se fosse o nosso "inho" ou "inha").

Entendi, mas ainda achei esquisito. O Kuni tentou me convencer: "se fosse o apelido de uma mulher feia, seria estranho. Mas numa mulher bonita, fica bonitinho".

Sei não. Pra mim, isso é coisa de japonês :P

Parêntese: chan, leia tchan. Ebihara, leia EbiRRara.

Propaganda alheia

Não basta morar no Japão para ter acesso às informações do Japão. Afinal, ler em japonês é privilégio de quem estudou muito, muito, muito! Eu soube que a Madonna esteve na loja da Louis Vuitton de Tokyo, no brasileiríssimo site do Globo.

E para quem adora tecnologia e não tem "fôlego" para encarar essas letrinhas complicadíssimas daqui, descobri uma mina de ouro: o site do Ricardo Anderáos, jornalista e blogueiro do Estadão.

Ele não mora aqui, mas está aqui. Veio cobrir a maior feira tecnológica do Japão e contou tudo - com fotos e vídeos - lá no blog dele. O Ricardo também visitou a sede da Sony e hoje foi conhecer uma fábrica de câmeras digitais em Yamagata. E, é claro, ele vai contar tudinho pra gente (eu acho). Em português!

Descobri, ainda, o site do Fábio Seixas, jornalista e blogueiro da Folha que não mora aqui, mas também está aqui. O Fábio vem sempre, por causa da Fórmula 1. O blog dele é uma delícia de ler. Até eu que só acompanhava Fórmula 1 na época do Senna, virei leitora assídua.

O tema é automobilismo (nada a ver comigo!), mas ele também escreve sobre viagens e dá "pitacos sobre tudo mais", como ele mesmo descreve. Os pitacos sobre a cidade de Suzuka estão ótimos. Ele descobriu até uma daquelas máquinas automáticas que vende ovos! Pra mim, depois de dois anos e não sei quantos meses no Japão, essa foi uma super novidade.

FOTOS:
copiei e colei dos blogs do Ricardo Anderáos (1) e do Fábio Seixas (2). Espero que não tenha cometido nenhum crime, já que citei as fontes e ainda fiz propaganda :D

Friday, October 06, 2006

Madonna, de novo


Prometo (tentar) parar de falar da Madonna. Dessa vez, a culpa é do Gustavo. Ele me mandou o novo clip dela e, é claro, adorei!

A Madonna gravou Jump, aqui em Tokyo :D

http://www.dailymotion.com/visited/search/madonna%20jump/video/xgq4m_madonna-jump-video-full

Thursday, October 05, 2006

Eu fui entrevistada

Já entrevistei muitas, muuuitas pessoas. Crianças, adolescentes, jovens, adultos, senhoras, senhores. Gente chique, gente simples. Gente rica, gente pobre. Gente simpática, gente antipática. Gente muito inteligente, gente nem tão inteligente assim. Afinal, entrevistar é a essência da minha profissão. E eu adoro fazer isso!

Mas descobri que também é gostoso dar entrevista. A gente se sente importante, nem que seja só naqueles minutinhos. Fui entrevistada umas duas ou três vezes na vida e, na semana passada, mais uma.

Não aconteceu nada de especial comigo. O Ewerthon, do blog Meu Japão é muito mais Legal, resolveu me entrevistar depois de me ver, animadíssima, no show da Madonna. Lá mesmo ele propôs a entrevista. E eu topei na hora, claro. "Falar da Madonna? Por que eu sou fã dela?" Adorei o tema.

Falei tanto que o Ewerthon nem poderia escrever tudo. Ele resumiu a nossa conversa - que, segundo ele, durou pouco mais de uma hora (eu nem vi o tempo passar) - e publicou lá no blog dele. Com fotos maravilhosas! Da Madonna, claro :D

É chato fazer propaganda da gente mesma. E eu já fiz isso aqui (tô ficando metida mesmo. ai que medo!). Mas aí vai o convite bem sutil: que tal conferir a entrevista?

Tuesday, October 03, 2006

No banheiro



Não sei o que me surpreende mais: o Japão ou os banheiros do Japão. Eu poderia fazer um blog temático, só de banheiro. Não escreveria dentro do banheiro, mas todos os textos e fotos seriam sobre os banheiros surpreendentes daqui - os botões de descarga, certamente, seriam o subtema mais freqüente do Banheiro no Meu Japão é assim... (xii, já até criei o nome!).

Pois é, outro dia me surpreendi mais uma vez. Fui ao banheiro lá no Fórum Internacional de Tokyo (eu estava lá para assistir à mostra de cinema do Brasil) e encontrei a invenção de "artefato para banheiro" mais simples e mais útil que já vi. Pode até ser que exista em muitos outros lugares - inclusive no Brasil - mas pra mim foi novidade.

Alguém aí conhece o NANI NANI KURI~NA~ (Desinfectant cleaner for toilet seat)?

Quem detesta fazer xixi em banheiro público especialmente por ter de ficar se equilibrando para acertar a privada - sem encostar a poupança e as pernas nela - vai gostar dessa invenção tanto quanto eu. Para os homens, deve ser muito prático fazer xixi em pé. Mas para as mulheres... é um Deus nos acuda. E a gente ainda corre risco de fazer xixi na calça, mesmo com a calça arriada.

Eu testei o NANI NANI KURI~NA~. Era tudo que eu queria! Basta pegar um pedacinho de papel higiênico, colocar o tal produto desinfetante (gel ou spray), limpar o assento da privada e sentar tranqüila, como se estivesse no banheiro de casa. Bom, eu confiei na eficiência da tal invenção, pois confio em tudo que os japoneses fazem. Eles são especialistas em praticidade e funcionalidade.

Aliás, nem sei se é invenção deles, dos americanos, europeus ou de sei lá quem. Só sei que adorei! E fiquei super feliz, hoje, quando fui ao banheiro na nova escola de japonês e pude usar o NANI NANI KURI~NA~ mais uma vez. É uma maravilha fazer xixi sentada, sem medo de ser atacada pelos micróbios de banheiro público.

Meninas, experimentem! Meninos, vocês também - afinal, é só xixi que vocês fazem em pé, não é?

FOTOS: versão gel (banheiro do Fórum) e versão spray (banheiro da escola).

Não votei


Nem no Lula (PT), para presidente, nem no Aécio (PSDB), para governador de Minas. Nem em ninguém. O Aécio, certamente, não sentiu falta do meu voto (e, daqui, eu não poderia votar nele. Só no presidente). O governador mais gato do Brasil (isso é só um detalhe) foi reeleito no 1º turno, com 77% dos votos. Mas o Lula, não sei não...

Ele pode deixar de ser reeleito por causa de um aqui, outro ali. Afinal, o Alckmin (PSDB) não fez feio nessas eleições e levou 41,6% dos votos, contra 48,6% do atual presidente. Tudo indica que a disputa no segundo turno vai ser dura. Se cuida, Lula!

Eu estava lá, no Consulado do Brasil em Tokyo, no domingo às 8 horas da manhã. Mas não fui votar e fiquei morrendo de medo de alguém me perguntar: "e você, já votou?". Seria um vexame a repórter revelar (xii, será que revelei?) que estava ali só para fazer fotos e encher os eleitores de perguntas. Nada mais.

Pois é, estou envergonhada. E arrependida. Por quê não votei? Porque esqueci de transferir o título de eleitora e porque ando muito, muito chateada com os políticos do Brasil. Mas não queria fazer parte de uma estatística tão feia: dos 300.000 brasileiros que moram no Japão, nem 300 votaram. E três zeros à direita fazem muita diferença : (