
Ao contrário da ala conservadora do Japão - que deve ser a grande maioria do país - eu torci para que a princesinha Aiko (na foto com os pais), assumisse o comando da família imperial daqui.
Mas por sorte desses tais conservadores e, talvez, até da própria princesinha (deve ser o maior "rabo de foguete", como diria o meu pai, assumir um cargo desse), o bebê da princesa Kiko, que nasceu hoje, é menino!
Quem está "mais por fora que bumbum de índio" (xii, hoje empolguei), melhor ler essa reportagem que saiu no Bom Dia Brasil, da TV Globo. As fotos não têm nada a ver com a Globo. Estavam "dando sopa" na internet e eu aproveitei :D
É menino!Reportagem: Paulo Zero e Sônia Bridi (Pequim)O futuro de uma das monarquias mais antigas do mundo está seguro. Nasceu e é menino o filho da princesa japonesa Kiko. O anúncio do sexo da criança era aguardado com ansiedade pelos japoneses.

Agora, o filho de Kiko é o terceiro na linha sucessória. O nascimento dele põe fim às discussões sobre possíveis mudanças na lei japonesa, que não permite que as mulheres assumam o trono.
É uma história de príncipes e princesas, mas não é conto de fada. O príncipe herdeiro se casa com uma diplomata educada na universidade mais conceituada dos Estados Unidos. Eles têm uma filha, mas não um herdeiro para o trono, que no Japão, tem que ser homem descendente direto do imperador.
A princesa intelectual, forçada a se submeter aos ritos da casa imperial, pressionada a produzir um filho homem, entra em depressão. O marido dá uma entrevista defendendo a mulher. Mas criticado pela própria família, pede desculpas.
A princesa se retira da vida pública e o país começa a discutir a mudança da constituição para que a princesa possa herdar o trono. Mas o congresso segura a lei quando vem a notícia: a princesa Kiko, mulher do príncipe herdeiro, está grávida.

Mãe de duas meninas, Kiko carrega a esperança dos conservadores que preferiam mudar a constituição para reinstituir o concubinato, a permitir uma mulher no trono. Hoje de manhã, o primeiro menino na família imperial, em mais de 40 anos, nasceu de cesariana pesando pouco mais de 2 quilos e meio.
A princesa estava internada com sintomas de placenta prévia há quase um mês. O sexo do bebê era mantido em segredo. Ao receber a notícia, o primeiro-ministro, Junichiro Koizumi, disse apenas que era muito bom. O provável sucessor dele, o chefe gabinete, Shinzo Abe, alertou que é preciso ter cuidado antes de discutir mudanças na constituição.
Resolvido o drama da sucessão, o Japão perde a oportunidade de discutir o papel da mulher na sociedade. Uma soma de tragédias pessoais que ameaça a própria nação. Tendo que escolher entre família e carreira, cada vez mais, as mulheres japonesas preferem não desempenhar o papel que os homens esperam dela: o de reprodutoras.

Com uma média de 1,25% de filhos por mulher em idade fértil, o Japão pode perder os dedos para conservar os anéis. O instituto de demografia japonês prevê que, até o fim do século, a população do país vai ser de 65 milhões de habitantes - metade do que é hoje.
O nome do bebê da princesa ainda não foi anunciado.