Sunday, April 30, 2006

O Kuni seguiu a tradição


- Kuni, você não deve estar conseguindo trabalhar direito hoje né?

- (Sem resposta. A conversa era via Yahoo! messenger)

- Aliás, você deu a notícia hoje, mas aposto que já sabia disso há três meses, acertei? (continuei)

- Acertou!

- Sabia! Já me falaram que os japoneses só contam da gravidez, três meses depois...

- Pois é. E eu segui a tradição. (brincou)

- Tá certo. Eu admiro muito a cultura de vocês. É melhor mesmo esperar passar o período de risco...

- Eu acho que sim.


O Kuni é japonês e seguiu a tradição japonesa. Conseguiu "esconder" a gravidez da Keiko (a esposa) durante três meses! Eu queria ser assim, saber controlar a minha ansiedade, mas acho que o caminho do hospital - com o resultado do teste de gravidez nas mãos - até a minha casa ou trabalho já seria uma eternidade. Eu contaria pra todo mundo. E naquela hora mesmo.

Saturday, April 29, 2006

Em Nagoya, tem lâmpada mágica!



O Gustavo me convidou para tomar um drink. Ele mora em Nagoya e queria provar que sou bem-vinda na minha nova cidade. A gente se encontrou em Sakae, o bairro mais badalado de Nagoya. Ou será o único bairro badalado de Nagoya? Por enquanto, é melhor eu achar que é o mais...

Passamos pela Tiffany, Louis Vuitton e outras lojas chiquerésimas. Só na porta, claro. Primeiro, porque já estavam fechadas. Segundo, porque não estava a fim de visitar museu. Sim, essas lojas para mim, como diria a Raquel, são museus. Imagina fazer compras na Tiffany! Só quando o Meu Japão virar livro e superar as vendas da série Harry Potter.

“Que tal aquele restaurante árabe?”, perguntou o meu anfitrião, apontando para um prédio lindo do outro lado da avenida, que parecia mesmo ser um castelo árabe. Adorei a sugestão e fomos direto pra lá. Até que veio a decepção: “Está fechado!”

Mas não era tão tarde assim e o Gustavo resolveu verificar mais de perto. Ficou em frente à porta e... nada. Não abria, ou seja, não era automática como imaginamos. Também não tinha botão, nem maçaneta. Ele, então, passou a mão na porta e... nada.

“Que pena”, eu disse já pronta para ir embora. Em seguida, o Gustavo: “Olha essa lâmpada!”. Tinha uma lâmpada, daquelas de onde saem os gênios, ao lado da porta. Ele passou a mão na lâmpada e... a porta abriu! A lâmpada era mágica :)

Friday, April 28, 2006

Socorro, tô encalhada!


A Glau engravidou. Ela e o Sandro se casaram e a Julia nasceu. O Hebert e a Aline ficaram grávidos e o Dudu nasceu. O Ernesto também se casou e encomendou logo um herdeiro. Isso tudo lá em Belo Horizonte.

Dos meus amigos no Japão, a Mai casou com o Takeshi e eles estão esperando um menino. Falta escolher o nome. O Caruso e a Tomoe estão esperando a Karen e, agora, o Kuni também vai ser papai. Ele e a Keiko estão esperando um menino ou uma menina. Ainda é muito cedo para saber. (Ele me deu a notícia, de segunda mão, agora. A de primeira foi para o Caruso)

No trabalho, tem mais gente nessa espera toda. Só o Roberto já não espera mais. A Mai (não a minha amiga, mas a filhinha dele) acabou de nascer. A Hiromi espera o segundo filho. Ou filha? Não sei. A Aya também espera e o Leonardo também. A Eri espera gêmeos. O Toko (o colírio mais colírio do bar-colírio) já teve os seus. Sim, ele tem filhos gêmeos!

E eu? Tô esperando os meus 29 anos (no dia 12 de maio) e... será que meu príncipe não vem? Ai meu Deus, tô achando que encalhei!

Friday, April 21, 2006

Tecnoestressada, eu?

Ele nasceu hoje, por volta das 5 e meia da tarde. Com uns 30 cm e 1,25 kg. Por pouco, o parto não foi no mesmo dia (18) do da Kate Holmes e da Brooke Shields. O nome? Novo baby. Parece redundante, mas é que o baby (só baby) é aquele que agora está com o Alisson, lá no Brasil.

Já mataram a charada né? O novo baby é o novo notebook que eu tanto esperava. Ele chegou! E a ficha caiu (essa expressão é ultrapassada, eu sei. Mas não achei outra melhor): tô com tecnoestresse! Só pode ser isso...

Como explicar essa ansiedade toda pela espera de um notebook - e mesmo sem ele, não deixei de acessar a internet (em outro computador, claro). Como explicar esse esforço tremendo para atualizar o Meu Japão diariamente? Tô aqui morrendo de sono, mas detesto não atualizar o blog. Parece que deixei de... de... de que? Já sei, é como sair de casa sem brinco!

Como explicar essa mania de conferir a caixa de e-mails de manhã, na hora do almoço e à noite? E essa mania de incluir o notebook no roteiro das férias? Detalhe: comprei um bem leve e pequenininho exatamente para não desgrudar dele.

Tem mais: também fico louca quando estou sem celular! Pera aí, eu já fiquei sem celular? Acho que não. Fico louca quando a bateria dele acaba e não encontro o carregador...

É, tô tecnoestressada sim. Fiz um teste, desses de internet, e tudo indica que passei! Pela primeira vez, torci para não passar, mas acho que não consegui.

Querem fazer? Mas contem o resultado, viu?!

Aí vai:


Fique de olho nos principais "sintomas"

Alguns sinais do dia-a-dia podem ajudá-lo a identificar se você deve agir com mais cautela em relação à tecnologia.



  • O que acontece quando você, em casa ou no trabalho, liga seu computador e ele simplesmente "não responde"? No caso de uma conexão lenta de Internet, qual a sua reação ao ver o tempo passar e o site desejado não dar o mínimo sinal de aparecer na tela? (EU FICO LOUCA!)

  • Quantas vezes por dia verifica as mensagens recebidas por e-mail? (JÁ FALEI: PELO MENOS, TRÊS VEZES). Nas suas horas "vagas", passa seu tempo programando contatos e números de telefone em seu celular para poder fazer as ligações mais rápido? (SIM)


  • Quando vai viajar, seu notebook é o primeiro item da bagagem? (SIM) Compare o tempo dedicado ao seu computador e aos seus filhos, pais, amigos ou cônjuges: quem sai ganhando nesta "disputa"? (ACHO QUE DÁ EMPATE!)


  • Considera-se escravo da tecnologia? (SÓ DA INTERNET E DO CELULAR). Isso implica em dizer que você não pode ficar por fora de nenhum lançamento, e não se conforma quando enfrenta alguma dificuldade ao lidar com novos programas! (NÃO. PORQUE EU DETESTO FICAR DESVENDANDO AS TROCENTAS FUNÇÕES DESSES APARATOS. SÓ GOSTO DE USAR A INTERNET, OUVIR MÚSICA, VER DVD, LIGAR E MANDAR MENSAGEM VIA CELULAR. COISA SIMPLES, QUE BASTA APERTAR UNS BOTÃOZINHOS)

Wednesday, April 19, 2006

Sayoonara, Tokyo


Não moro mais em Tokyo. Hoje, me mudei para Nagoya. É uma cidade grande, bonita, desenvolvida, cosmopolita. Mas não é Tokyo. É cedo para eu falar que não tem a energia, a magia e o encanto de Tokyo. É cedo para eu falar que a vida em Tokyo é melhor. Mas não é cedo para eu falar que vou sentir muita saudade de Tokyo.

Saudade daquele cruzamento de Shibuya, que sempre aparece nos filmes: um monte de japoneses atravessando a rua, numa faixa de pedestre diagonal (aliás, duas. Em forma de "x") e, nos quatro cantos do cruzamento, aqueles prédios com letreiros iluminados e coloridos e – o mais legal – aqueles telões (literalmente “ões”) não só com imagem, mas também com som.

Saudade de Roppongi, o bairro da badalação, o bairro dos estrangeiros: ingleses, franceses, americanos, canadenses, africanos, sul-americanos, australianos, árabes... acho que só não vi asiáticos lá. Nem japoneses!

Saudade de Shinbashi, o bairro dos “salarymen”, aparentemente sem graça, mas que é onde fica o “bar-colírio”, o meu preferido. E o da Angelica também. E o de muitas outras mulheres também, eu sei. Já contei que neste bar todo o “staff” é de modelos (japoneses e um americano). Eles são lindos, simpáticos e uma ótima motivação para estudar japonês (ou inglês, no caso das fãs do americano).

Saudade das pessoas sempre apressadas, que não têm tempo nem para ficarem paradas na escada rolante. Os poucos que têm esse privilégio ficam no cantinho da esquerda para não atrapalharem o trânsito dos demais. Esperar o próximo trem (que, geralmente, demora 3 minutos), não dá!

Saudade até dos bêbados, com aquele cheiro de saquê e a cara vermelha de tanto beber, caindo pra cá e pra lá, no trem lotado depois das 11 horas da noite.

Saudade dos amigos brasileiros, japoneses, europeus, australianos, americanos, peruanos, colombianos, bolivianos, chineses, coreanos, que moram em Tokyo. Como eu morava.

Saudade da Yamanote, a linha de trem mais famosa de Tokyo, que circula a região central. Pára em Shibuya, Shinjuku, Shinbashi, Ueno, Harajuku, Shinagawa e em todos aqueles bairros famosos que estão nos guias de viagem.

Saudade, saudade, saudade! E tristeza de deixar de ser uma cidadã de Tokyo. Eu sempre disse que o olhar do turista não é tão legal quanto o olhar do forasteiro, aquele que se mudou para ali. E, agora, não sou mais uma forasteira. Vez ou outra, serei turista.

Forasteira, agora, só em Nagoya. E assim que essa dorzinha de saudade de Tokyo passar, vou tomar as providências para um dia também sentir essa dorzinha de saudade daqui.

FOTO: eu, a Angelica e parte do staff-colírio, na minha última (como forasteira) balada em Tokyo.

Friday, April 14, 2006

Recesso

Vou aproveitar a espera do meu novo "baby" para entrar em recesso. Volto na semana que vem. Enquanto isso, vocês podem ler posts antigos, dar palpites sobre o Meu Japão ou escrever recadinhos para me deixar feliz!

Beijos : )

Wednesday, April 12, 2006

Snif, snif, snif...

Não sei porque, mas a TPM tem o poder de derrubar a auto-estima das mulheres - pelo menos a minha que, por sinal, costuma estar sempre acima da média.

E, ainda, me deparo com o segundo post, em quatro meses de blog (depois de amanhã o Meu Japão faz quatro meses!), sem comentário.

Ninguém deu confiança para "Procura-se outro Japão", nem para "Meu outro baby". Snif, snif, snif...

Tuesday, April 11, 2006

Meu outro baby



Prometi e cumpri: providenciei outro baby! Mas ele deve demorar uma semana pra chegar. Melhor do que nove meses, né.

Deixa eu explicar (quem não leu "Perdi meu Baby" não vai entender nada). Vendi meu notebook (o baby) - não me arrependi, mas ele tá fazendo muuuuita falta! - e hoje, finalmente, comprei outro. Só que comprei pela internet, direto da Sony (com a ajuda do Shin, claro. De computador eu não entendo nem em português, imagina em japonês!) e, por isso, vou ter de esperar.

Ah, já podemos ver a carinha dele! Olha aí na foto. Não é lindo! igualzinho ao outro. Só que esse é branquinho e o meu primeiro baby era vermelho. Ai que mãe coruja!

Arrrrrgggggghhhhhhh

Óooooooooodio mortal desse computador!

Não consigo atualizar meu blog direito! Não consigo postar minhas fotos! Não consigo colocar os links que eu quero! Não consigo fazer nada!

Ai que saudade do meu baby!
(leia post "Perdi meu Baby...)

Alisson, a culpa é sua! Eu quero meu baby de volta! Tá. A culpa não é sua. Mas eu quero outro baby logo! Vou tomar as provdências amanhã mesmo! Vocês vão ver!

Sunday, April 09, 2006

Eu vi o Bon Jovi!

Lembram quando eu perguntei, no dia 13 de janeiro, o que vocês iam fazer no dia 8 de abril (http://meujapao.blogspot.com/2006/01/o-que-voc-vai-fazer-no-dia-8-de-abril.html)? Pois é. Eu vi o Bon Jovi e quero contar tudo para vocês e ainda mostrar as fotos, mas não posso!

Não consigo fazer nada nesse computador (tem gente que diz que mac é muito melhor. Vai entender.)! E eu perdi o meu baby (http://meujapao.blogspot.com/2006/04/perdi-meu-baby.html), quer dizer, o meu notebook, vocês sabem né...

Será que vocês conseguem esperar até amanhã? Vou ver se arranjo outro jeito de atualizar o Meu Japão.

Até amanhã!

Saturday, April 08, 2006

Sem post 2

Sigo descansando.

ZZZZzzzz...

Sem post


Sem comentário, sem post. Vocês não comentam, eu não escrevo...

Brincadeirinha! Chega de chantagem emocional. Não vou atualizar o Meu Japão hoje porque, realmente, preciso descansar. Ainda não consegui ajustar as coisas. Essa viagem-relâmpago ao Brasil foi muito estressante.

Ainda nem desarrumei a mala (só a metade), nem coloquei o sono em dia, nem recuperei o ritmo de trabalho e já devia ter me preparado para mudar de cidade (depois conto os detalhes) e nem comecei isso também!

Tudo o que eu queria agora era tirar férias e ir descansar numa praia linda, com um sol lindo, temperatura mínima de 25 graus (à noite), água de coco, suco natural (de caixinha não serve), frutos do mar e se o meu deus greco-nipônico estivesse lá seria melhor ainda!

Deixa eu ir dormir. Quem sabe no sonho eu consigo tudo isso...

FOTO: não vou contar quem são!

Thursday, April 06, 2006

Procura-se outro Japão


Eu sei que vocês já viram essa foto. Foi no dia 25 de janeiro (mas a foto é de setembro do ano passado), no post Aluga-se um blog (http://meujapao.blogspot.com/2006/01/aluga-se-um-blog.html).

A Naomi participou da "promoção" e O Japão da Naomi é assim... bateu recorde de público, ou melhor, de comentários - o público a gente não consegue medir. Ou seria contar?

Tudo começou com O Japão da Raquel é assim... e, a partir daí, muita gente veio aqui no Meu Japão contar como é o Japão dele. Ou dela.

As inscrições não foram encerradas. Nem sei se um dia serão. Mas acabaram!

A Angelica disse que escreveria. A Fabíola também. A Maíra também. Quem mais? Mais gente também. Mas ainda ninguém se inscreveu pra valer. Vou cobrar delas. E refazer o convite a todos vocês: aluguem o meu blog. É de graça!

Querem saber (ou reler) quem já alugou? Aí vai:

O Japão da Raquel é assim...
http://meujapao.blogspot.com/2006/01/o-japo-da-raquel-assim.html

O Japão da Shigeko é assim...
http://meujapao.blogspot.com/2006/02/o-japo-da-shigeko-assim.html

O Japão do Osny é assim...
http://meujapao.blogspot.com/2006/02/o-japo-do-osny-assim.html

O Japão do Emerson é assim...
http://meujapao.blogspot.com/2006/02/o-japo-do-emerson-assim.html

O Japão do Caruso é assim...
http://meujapao.blogspot.com/2006/03/o-japo-do-caruso-assim.html

O Japão da Mafalda é assim...
http://meujapao.blogspot.com/2006/03/o-japo-da-mafalda-assim.html

O Japão da Naomi é assim...
http://meujapao.blogspot.com/2006/04/o-japo-da-naomi-assim.html


Não se esqueçam: todos podem participar. Não importa se nunca esteve no Japão. Aliás, queria muito conhecer o Japão de quem nunca pisou no Japão. Tem algum candidato aí?

Gente, estou à procura de outro Japão!

ps: já aprendi a colocar link. Não coloquei porque tô sem o meu notebook - Perdi o Baby (http://meujapao.blogspot.com/2006/04/perdi-meu-baby.html) - e nesse computador daqui (emprestado) não dá...

Preguiça ao quadrado

Preguiça de atualizar...

Na verdade, ainda tô cansada da viagem. Será essa uma desculpa esfarrapada?

Mas vocês também andam bastante preguiçosos! Tô sentindo falta dos comentários dos (ex) leitores assíduos e também dos novos que, vez ou outra, aparecem.

Cadê vocês?

ps: o Mili reapareceu (no post de ontem). Fiquei feliz : )

Tuesday, April 04, 2006

Katrina vem aí

É cedo. Eu sei. São 21 horas e 29 minutos, para ser mais exata, mas eu não vejo a hora de ir dormir! Tô "disfusada" ou de "jet lag", para ser mais chique.

Semana passada, fui ao Brasil. Numa "operação-relâmpago". Saí de Tokyo no sábado, dia 25, cheguei a Belo Horizonte no domingo, dia 26. Tive dois dias para dormir, ver a família e alguns amigos, dar uma passadinha (rápida!) no salão de beleza, comprar uma calça jeans e outros dois dias para trabalhar.

Na sexta, dia 31, às 13 horas já estava a caminho do aeroporto, de volta ao Japão. Cheguei em casa no domingo, dia 2, por volta das 19 horas e 30 minutos. Na segunda, dia 3, de manhã, lá estava eu no trabalho. Até às 23 horas e não sei quantos minutos.

Se ainda não virei furacão (KaTRIna), tô quase...

O Japão da Naomi é assim...



A Naomi tem nome e cara de japonesa, mas é brasileira. Fomos colegas de faculdade, em Belo Horizonte, e todo mundo se assustou quando soube que ela foi parar nos Estados Unidos e eu no Japão. "Não é o contrário?" Não, pessoal, é isso mesmo!

Fiquei super feliz quando ela me mandou esse texto. Pela primeira vez, alguém que não mora, nem nunca pisou no Japão escreveu para o Meu Japão, contando como é o Japão dele. Nesse caso, dela.

E achei lindo o Japão da Naomi! Vocês também vão adorar! Aí vai:


O MEU JAPÃO, NA VERDADE, ESTÁ NO BRASIL

Não sou “nissei” nem “sansei”, sou uma mistura de ítalo-brasileiro (minha mãe) com japonês (meu pai). Como não sou 100% em nada, lá em casa dizemos que sou “numsei”. Meus amigos costumavam brincar que eu sou falsificada e que até tenho uma etiqueta nas costas escrito “Made in Taiwan”...

De pequena, aprendi que todo nome tem um significado bonito e que o meu é “Linda Verdade”; que japonês não é tudo igual como dizem por aí; que chá é mais gostoso que café; que fazer origami é divertido e nem é tão difícil como parece ser; que aprender japonês é bem complicado até pra filho de japonês; que alga-marinha não é só comida pra peixe; que “sushi” não é nojento, tampouco aqueles docinhos de feijão; que “Fuji Yama” não é apenas o nome de uma pastelaria.

Também aprendi que não é errado falar “raranja” em vez de laranja, “arô”, em vez de alô, “feijôn” em vez de feijão, “picôré” em vez de picolé, “rrubá”, em vez de fubá. Que não é feio ter sotaque, ao contrário, é até bem bonitinho, mesmo quando todos acham engraçado.

Aprendi ainda que perder média na escola é a pior vergonha que você pode dar aos seus pais; que a história de que japonês é sempre zen, até quando perde a calma, é verdade; que japonês não é tão frio como dizem por aí; que não tem essa de mulher ser sempre submissa e que ela pode sim ser a chefe da casa, como a minha mãe sempre foi; que japonês pode (ou pelo menos tenta) dançar quadrilha em junho e mandar flores no dia dos namorados... Mais importante de tudo, eu aprendi que choque-cultural não existe quando se vive, na mesma casa, duas culturas completamente distintas.

Eu agora estou bem longe do meu Japão, na terra do tio Sam. O Japão que eu conheço ainda está no Brasil e eu morro de saudade dele. O meu Japão não está no bairro Liberdade, em São Paulo. O meu Japão está em Contagem, Minas Gerais. O meu Japão tem outro nome, Shinichi Sogawa. O meu Japão é o meu pai. O meu Japão ainda tem passaporte japonês, de Kanagawa. O meu Japão ainda tem sotaque mesmo depois de 40 anos vivendo no Brasil. O meu Japão ainda tem toda a família no Japão dele. Acho que o meu Japão ainda morre de saudade do Japão dele, assim como eu morro de saudade do meu Brasil, mas de uma coisa eu tenho certeza: que o coração do meu Japão já é brasileiro, isso é!

E eu ainda não conheço o Japão do meu pai... Por enquanto...

Monday, April 03, 2006

Perdi meu Baby...



Deixa eu explicar melhor. Não tô, não estava, nem nunca estive grávida. Também nunca adotei uma criança. Nem cachorro. Nem gato. Nem rato. Nem bicho nenhum.

Baby era o apelido do meu notebook, que comprei há uns seis meses e acabei de vender para o Alisson. Lá no Brasil. Só vendi porque o Alisson é um grande amigo. Praticamente um segundo irmão. E o Júnior (meu irmão e amigo do Alisson) morre de ciúmes.

O Alisson ficou encantado com o Baby, o que não me deixou nem um pouco surpresa. Modéstia de "mãe" à parte, o Baby é realmente lindo! É da família Vaio, da Sony. Vermelho (bordô?) por fora e cinza por dentro. Pequenininho e pesa apenas 1,25 kg. E com funções de dar inveja a muitos marmanjos por aí, como internet sem cabo por exemplo.

Foi ontem que perdi o Baby. E já estou com saudade! Vou providenciar outro logo - produção independente, claro.