Saturday, March 25, 2006

Por que eu (não) gosto do Japão?


Eu A-DO-RO o Japão. Não sei se sei porque gosto tanto daqui. Seria por causa da segurança de primeiro mundo?

Dos japoneses lindos, tímidos, de cabelos arrepiados e olhos puxadinhos? Da primavera cheia de árvores cor-de-rosa (as cerejeiras)? Dos amigos brasileiros, japoneses, "hispanohablantes", tailandeses, chineses, coreanos, australianos, americanos, ingleses e de muitas outras nacionalidades?

Da comida? Do trabalho? Do salário (não pensem que eu ganho uma fortuna)? Da arquitetura? Da cultura? Do clima? Por que eu gosto do Japão? Aliás, por que você (não) gosta do Japão? Eu quero saber! Escreva para o Meu Japão. Eu sei que muita gente nunca esteve aqui, mas duvido que alguém nunca tenha ouvido falar do Japão.

Vou viajar amanhã, a trabalho (e ainda nem comecei a arrumar a mala. são 2h40 da manhã), e deixarei de escrever por alguns dias... Enquanto isso, espero que os meus leitores (vocês!) participem desta enquete. Basta deixar um comentário com a sua opinião.

Arigatou! Oops, obrigada!

Thursday, March 23, 2006

Não esqueceram de mim 2


Hoje ganhei mais um chocolate (White Day)! E fiquei mais feliz ainda!

Obrigada, menino!

Não esqueceram de mim


O Dia das Meninas (adultas), que se chama White Day, foi na semana passada. Dia 14 de março. É a hora dos meninos retribuírem os chocolates que eles ganharam das meninas, no dia deles (Valentine's Day), um mês antes.

Eu estava de férias, em Okinawa, e fiquei preocupada: "ai meu Deus, não vou ganhar chocolate!" Por isso, antes de viajar avisei aos meninos: "podem deixar os meus chocolates com a Angelica. Ela vai guardar pra mim".

E eles me obedeceram! Os que não deixaram com a Angelica, me entregaram hoje, meu primeiro dia de trabalho depois das férias. Fiquei muito feliz!

Obrigada, meninos!

Tuesday, March 21, 2006

A primavera chegou!



Por mim, a primavera e o verão bastam. Pra que inverno? Pra que outono? Tudo bem que é lindo ver flocos de neve caindo ou as casas e árvores cobertas de branco. Também é lindo ver as folhas avermelhadas do outono, mas eu não gosto de sentir frio.

Adoro a primavera e o verão! A primavera além de ser a estação mais linda do ano, anuncia a chegada da temporada de calor. Pena que aqui o verão acaba num piscar de olhos.

É tão bom calçar sandálias em vez de botas e meias de lã, vestir camisetas em vez de blusas de gola rolê e não ter que cumprir o ritual tira-coloca casaco, luvas, gorro e cachecol a toda hora.

Hoje começa a primavera! Que alegria! Fui ao Parque Ueno, aqui em Tokyo, e já na entrada vi as cerejeiras (sakura) cheias de flores (foto) . É uma das árvores mais lindas que já vi. Todo ano, nessa época, elas ficam floridas - as flores são cor-de-rosa ou brancas - e os japoneses saem de casa especialmente para apreciá-las. Eu também!

Nesse parque, tem um zoológico muito legal. Já fui umas três vezes e sempre fotografo os bichos, especialmente, o urso panda. Pra combinar com a chegada da primavera, escolhi a foto dos flamingos. Linda a cor deles.

Ah, hoje é feriado nacional no Japão. Advinhem por quê? Porque começa a primavera...

Monday, March 20, 2006

O Japão da Mafalda é assim...


A Mafalda, na verdade, se chama Yoko Fujino. E já que ela mesma se apresentou, um dia desses, como japonesa falsificada, eu acho que posso chamá-la de a japonesa do Paraguai que trabalha comigo. Deixa eu explicar melhor: ela é japonesa. Não tem carteira de estrangeiro, nem precisa de visto para morar aqui. Mas foi criada no Brasil e voltou pra cá depois de adulta. Ela mesma diz que a terra dela é Jundiaí...

Peço desculpas por ter adiado a publicação do Japão da Mafalda. Foi por justa causa. Eu acho. Na semana que vem, acho que teremos O Japão da Angelica é assim... Ainda tenho que confirmar a data com ela. Que chique, o Meu Japão tá ficando internacional! Depois de uma japonesa, uma peruana. Mas não se preocupem, os textos serão sempre em português!

O Japão da Mafalda:

De homens japoneses, portas, bundas e ...

...e o tchau eterno que a Mafalda dá à possibilidade de ter um namorado japonês. Calma. Ainda não dispensei o meu namorado, que é natural de Kyoto. E Kyoto fica no Japão. Mas explico isso depois.

Com certeza os homens japoneses que ficarem sabendo desse texto (pois poucos japoneses poderão ler) vão fugir de mim como o diabo foge da cruz. Admito que sou exigente com os homens. E acho legal quando o homem consegue responder à altura (não que eu queira sair batendo e receber pancada de volta). Se hoje nós mulheres conseguimos conciliar trabalho, casa e lazer, porque os homens não podem fazer o mesmo? Se nós aprendemos a paquerar, porque os homens também não podem aprender a seduzir?

E o homem japonês, entre todos os que pude observar, é o que menos responde às nossas “provocações”. Quando percebem que a mulher é mais ativa, ou fogem ou ficam confortavelmente passivos. Deixam tudo por conta da mulher. E a mulher japonesa, quando jovem, entende isso como prova de amor. Ela só percebe o erro depois que se casa. Quando percebe a covardia do homem antes que seja tarde, ou passa a namorar homens de outras nacionalidades ou simplesmente abdicam do casamento.

Bom, aí começam a restar homens, que não conseguindo casar e gerar um herdeiro, opta por importar noivas! Mas se eles não conseguem se entender com as mulheres japonesas, o que se dizer das mulheres que vieram de outras culturas e não falam o japonês. Acho que o crime de Shiga, na qual uma chinesa casada com um japonês matou os coleguinhas da filha, tardou a acontecer. Poderia ter acontecido muito antes. E dependendo da reação do marido à dificuldade de adaptação da mulher o crime podia ter sido evitado.

Nesse ponto do texto, percebo uma coisa muito importante. Não é que os homens japoneses não respondem à altura. Eles simplesmente não ouvem nem vêem as mulheres como seres humanos. Para eles as mulheres são mães (que cuidam da casa), chocadeiras (que dão filhos) ou bonecas infláveis, disponível para a descarga de energia sexual. Aliás, os japoneses chamam as meninas que se relacionam com muitos homens (mesmo que seja um namorado de cada vez) de “mictório público”!

Apenas para ter uma idéia. Por muito tempo o governo japonês proibiu a pílula anticoncepcional. Ela era liberada apenas em alguns casos, para tratamento hormonal, com receita médica. E não era vendida em farmácia, a mulher tinha que pegar no hospital! O governo alegava falta de dados que assegurassem a segurança de seu uso. Mas quando o Viagra foi lançado, o Ministério da Saúde liberou o remédio para tratamento da impotência rapidinho. É claro que as mulheres reclamaram. E assim a pílula foi liberada para uso anticoncepcional, há menos de dez anos!

E nessa semana, quando estava lendo a revista Aera, uma revista informativa semanal dirigida principalmente aos homens, uma publicidade me deixou chocada. Uma empresa anunciava com todo orgulho que lançava, pela primeira vez no Japão, a camisinha com espermicida! Dá para imaginar então para que a camisinha servia no Japão. Era para o homem não pegar doença sexual, e não para que a mulher não engravidasse...

Obviamente existem homens japoneses bacanas (para deixar os meus colegas japoneses tranqüilos). Mas ainda considero exceção. E apresento dois deles.

Um deles é o Hiroshi (foto), meu namorado. Não porque ele seja namorado. Mas ele foi professor de “Gender Studies” por muito tempo, e como cresceu sem pai e cresceu vendo a mãe trabalhar e se virar, acha natural que a mulher seja forte. Bom, mesmo assim ele fica assustado (ainda!) com minhas reações.

Outro é o cantor Yasukatsu Oshima, de Okinawa. Além de ser um ótimo cantor, ele é super gente fina pessoalmente. Um dia, ainda no Brasil, pensei que tinha perdido o anel que ganhei do Hiroshi. Fiquei super triste, mas todas as pessoas que participavam do mesmo almoço nem deram bola. Mas Oshima-san chegou perto de mim, colocou a mão sobre meu ombro e falou: “não se preocupe. Você deve ter esquecido na sua casa. E mesmo que tiver perdido, o seu namorado vai entender”.

O que estes dois têm em comum? Hiroshi é de Kyoto, e Oshima é de Okinawa. São regiões que passaram por invasões de vários povos, em várias épocas. Em condições assim, homens adultos são mortos, e os meninos crescem vendo a mãe lutando para sobreviver. E aprendem a respeitas as mulheres fortes, com iniciativa. Á primeira vista eles parecem passivos, mas na hora H, se precisar morrer para defender a pessoa amada eles morrem de peito aberto.

Por isso, meninas, recomendo: se tiverem que optar por um homem japonês, verifiquem a procedência. E vejam se eles não são bundões.

O meu? Bom, a primeira coisa que reparei nele é a bunda. E fica lindo de calça jeans.

Cerveja verde e festa para os irlandeses



Dei uma “googlada”, como diria o Ricardo Freire, e encontrei essa definição para o St. Patrick’s Day ou Dia de São Patrick:

Não é considerado um feriado oficial. São Patrick é o santo padroeiro da Irlanda e este feriado foi levado aos EUA pelos imigrantes irlandeses. As pessoas celebram este feriado trajando algo verde, reunindo-se com amigos em festas e cantando músicas folclóricas irlandesas.

É que hoje, depois da aula de japonês, eu, o Jorge e o Bandith fomos passear em Omotesando e, por acaso, assistimos à parada do Dia de São Patrick (apesar de aqui já ser dia 19). Pena que não conseguimos encontrar a tal cerveja verde, que é exclusiva desse dia. Segundo o Jorge, o sabor é igual. Só muda a cor.

Com cerveja ou sem cerveja (até parece que eu gosto de cerveja), acho legal ver os japoneses participando das festas dos estrangeiros. Hoje foi a vez dos irlandeses. No final de agosto, será a nossa vez. Todo ano tem carnaval à moda brasileira, mais precisamente carioca, no bairro Asakusa. Com carros alegóricos, fantasias, samba e tudo mais.

Detalhe: os brasileiros são a minoria. Os japoneses é que comandam a festa. E muito bem. Dizem que eles são xenófobos. Às vezes, concordo. Outras, como no dia de hoje ou no tal dia de agosto, discordo. É difícil definir os japoneses. Só sei que sou fã deles. E dos coreanos também, claro.

Saturday, March 18, 2006

Prestação de contas - estou de volta!



Não fugi com nenhum coreano (apesar de achar uma boa idéia), nem resolvi me fixar em Okinawa (outra boa idéia), nem morri, nem esqueci o Meu Japão, nem os meus amigos, nem os meus leitores. Sumi porque não pude acessar a internet desde segunda-feira passada.

Estava ansiosa para checar a minha caixa de e-mails e se ainda restava algum leitor do Meu Japão. Fiquei muito feliz quando vi que vocês não se esqueceram de mim! Arigatou, oops, xie xie, quer dizer, ku map sunminida, aliás, obrigada! Ai, como é bom falar – ou pelo menos escrever – português!

Não vou contar tudo agora. Acabei de chegar. Só quero prestar contas. Depois de seis dias no meio de um bando de chineses e coreanos que se comunicam em japonês, na ilha ao extremo sul do Japão, estou de volta a Tokyo, de volta ao Meu Japão. E a viagem foi muito divertida e proveitosa.

Cometi gafes (claro!), fiz muitas amizades, comi “churrasco” à moda japonesa na praia, joguei vôlei, não nadei porque estamos no inverno (mas molhei os pés!), cortei cana e até fiz rapadura na fazenda do senhor Miyagi (e o meu modelito de bóia-fria não deixou nada a desejar ao da Patrícia Pilar na novela O Rei do Gado), visitei museus e uma gruta maravilhosa, comi muita comida japonesa e uma jaboticaba (roubada).

Fui ao karaokê e fiquei até 4 horas da manhã ouvindo os meus novos amigos cantarem músicas japonesas, chinesas e coreanas. Mas eu também cantei: três músicas da Madonna, uma brasileira (a única do grupo Kaoma) e uma em espanhol (La Bamba). E tentei animar a festa, fazendo todo mundo dançar. Já que praticamente não falo japonês (muito menos chinês ou coreano), tive de inovar os meios de comunicação...

Aprendi muitas expressões em japonês e uma palavrinha aqui, outra ali em chinês e coreano. Descobri que na Coréia eu tenho 29 anos, em vez de 28. Lá, a contagem da idade começa dentro da barriga das nossas mães. E ensinei o cumprimento à moda brasileira: beijinhos e abraços. Eles ficaram envergonhados, mas adoraram!

Tem muito mais, eu sei, mas as contas já estão prestadas né?

Parêntese: O Japão da Mafalda é assim..., que deveria ter sido publicado nesta semana, será publicado na segunda que vem.

Tuesday, March 14, 2006

Vou me mudar para a Coréia


Prometi para mim mesma que o Meu Japão não seria uma diário: “Hoje cortei o cabelo”. “Amanhã vou ao parque” e por aí vai. Mas, como toda regra tem exceção, vou contar como foi o meu dia de hoje.

Acordei às 5 horas da manhã para terminar de arrumar a minha mala e chegar às 7 horas ao aeroporto. Sabia que ia viajar com um excursão/homestay da escola de japonês onde eu estudo, mas não tinha a menor idéia do que, ou melhor, de quem iria encontrar.

O primeiro choque foi descobrir que eu era a única ocidental de uma turma de 45 pessoas (contando comigo). O segundo – e maior – foi descobrir que eu era a única que não fala japonês fluentemente.

Para vocês terem idéia do nível de japonês dos meus colegas, todo o material distribuído está escrito em japonês (sem nenhuma “colher de chá”), incluindo as plaquinhas no aeroporto. Imagino que estava escrito: “excursão da Escola de Língua Japonesa de Shinjuku, aqui”.

E as coordenadoras do grupo falam como se estivessem falando com japoneses. Meu Deus! Acho que depois de dois anos e pouco no Japão, só hoje me senti no Japão de verdade. Sem nenhum amigo-dicionário-intérprete-ambulante pra me socorrer. Nem em inglês.

Apesar de um pouco assustada com tanto chinês e coreano – e um mongol e uma japonesa – falando japonês o tempo todo e, de vez em quando, deixando escapulir uma palavrinha ou outra na língua deles, resolvi me enturmar e tentar gastar o meu japonês e colocar o meu ouvido e o meu cérebro para trabalharem bastante e entenderem pelo menos o que estava acontecendo.

E aí tive outra surpresa. Nem precisei me esforçar muito pra me sentir parte da turma. Gente, aquele ditado de que “os coreanos são os latinos da Ásia” é verdade! Impressionante como eles são amigáveis, extrovertidos, simpáticos e tudo mais. Os chineses são mais tímidos, como os japoneses. Mas perto dos coreanos, até eles se enturmaram. E eu também, claro.

Almoçamos num restaurante típico de Okinawa, visitamos dois museus, fizemos o check in no hotel (a vida de bóia-fria só começa na quarta-feira) e saímos para comer. Já era noite. Foi super divertido! E fiquei encantada com a preocupação deles em me deixar à vontade. Sempre me perguntavam se estava tudo bem, se eu gostava da comida, o que eu queria beber, se eu estava entendendo. Umas gracinhas! E percebi que não era só comigo não. Ninguém se conhecia e, já no primeiro dia, pareciam todos amigos.

Ah, esqueci de contar! Quando chegamos ao hotel, a coordenadora disse que tínhamos que ir para o auditório para a “orientation”. Na hora, pensei: “pra mim, vai ser DESorientation”, mas fui assim mesmo. E o pior é que ela pediu para cada um levantar, pegar o microfone e se apresentar. Fiquei até com dor de barriga, mas respirei fundo e falei “pessoal, desculpa, eu sei só um pouquinho de japonês...” e aí já fui interrompida – pelos coreanos, claro: “daijoubu, daijoubu”. Traduzindo: “tudo bem, tudo bem”. Muito fofos, né?

Depois de um dia inteiro com os coreanos – com os chineses, eu conversei pouco – tive uma idéia brilhante, como diria o Ewerthon. Em vez de batalhar pra realizar o meu sonho de arranjar um namorado japonês, vou investir nos coreanos. Além de serem tão lindos – ou até mais – que os japoneses, eles também falam japonês muito bem e ainda são mais afetivos e cavalheiros! Sim, eles são do tipo de abrir a porta do carro para as mulheres, ao contrário dos japoneses, que nem carregam as sacolas de compras. Ai, chega de elogiar os coreanos. Daqui a pouco, vou querer me mudar para a Coréia...

FOTO: três amiguinhos coreanos. Não me pergunte o nome porque ainda não consegui decorar (a princípio a gente acha que é tudo igual).

Monday, March 13, 2006

Virei bóia-fria da fazenda do senhor Miyagi


Lembro o dia em que comprei o Guia Visual Folha de S. Paulo – Japão. Já sabia que viria pra cá, mas sabia pouco sobre o país onde eu iria morar. Também não esqueci a página que mais me chamou a atenção (foto). “Nossa! Não imaginava uma praia tão linda no Japão! Eu quero ir!”, falei para a Vanessa, minha amiga e colega de trabalho, daquela época. Estávamos em 2004.

Depois de dois anos e dois meses aqui, finalmente, vou conhecer Okinawa. A tal ilha ao extremo sul do Japão, que me deixou encantada. E não só a mim. Todo mundo que está aqui sonha em ir para Okinawa. É um dos pontos turísticos mais famosos do Japão. Com clima sub-tropical e praias lindas, comparáveis às de Fernando de Noronha (pelo menos, nas fotos).

Só tem um detalhe. Em vez de ir para a praia, como todo turista, eu vou passar uns dias na casa, ou melhor, na fazenda de uma família japonesa. É que vou fazer homestay, num programa da escola de japonês, onde eu estudo. Vários estudantes irão comigo – não conheço nenhum – e o objetivo da viagem é conhecer a cultura de Okinawa e aprender japonês (o que também me encanta).

E soube, na sexta-feira, que vou ser hóspede do senhor Miyagi (leia Miyagui). Assim como o Daniel-san, do filme Karatê Kid. Lembram? E fazer homestay significa não só conhecer a cultura japonesa e aprender a língua, mas também participar das atividades da família, como se fosse um membro dela. E advinhem o que a família do senhor Miyagi faz? Planta cana-de-açúcar!

Já estou me imaginando com aquele figurino da Patrícia Pilar, no papel de bóia-fria, numa dessas novelas da Globo. Acho que era O Rei do Gado. Botas sete léguas, calça larga, camisa suada, chapéu de palha e uma facão enorme nas mãos. Meu Deus, nunca imaginei que fosse virar bóia-fria no Japão! Muito menos na fazenda do senhor Miyagi.

Saturday, March 11, 2006

Tô virando japonesa mesmo





Ontem, eu, a Angelica, a Shigeko, a Monica e o Jorge fomos a um karaokê. E essa não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que eu fui a um karaokê. Gente, tô virando japonesa mesmo!

Além de encher o celular de penduricalhos da Hello Kitty, passei a frequentar karaokê. Não com tanta assiduidade (nossa, que palavra chique!) como os japoneses. Mas, sempre que tem despedida, aniversário e até quando não tem nada, alguém sugere: “vamos a um karaokê?”. E, agora, a minha resposta é sempre: “Vamos! Vamos!”

Os japoneses adoram cantar. E, aqui, ir ao karaokê com os amigos é realmente um programa muito divertido – mas sei que tem gente que vai sozinho também. É diferente do Brasil. Não precisamos “pagar mico” na frente de um monte de desconhecidos, num bar ou restaurante.

Aqui, isso não existe. Só "karaokê box". Ou seja, tem uma sala para cada grupo de amigos. Com serviço de bar e tudo. Ontem, a gente não só cantou, mas também comeu muito – pizza, takoyaki (um bolinho delicioso com recheio de polvo) e outras coisas. Estávamos todos com fome...

Cantamos e comemos tanto, que esquecemos de fotografar. Mas, como não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que fui a um karaokê, publiquei umas fotos de arquivo (meu!). São do aniversário da Shigeko, no ano passado. Estávamos no mesmo karaokê que fomos ontem.

Detalhe: essa minha risadinha com a mão na boca é outro indício de que tô virando japonesa. Mas, essa moda aí eu não quero pegar não. Nem peguei, foi um lapso. Prefiro ficar só com a mania de penduricalhos e de cantar.

Detalhe 2: tem salas de todos os tipos e tamanhos. Para uma, duas, cinco, 10 e até 30 pessoas. Ou talvez mais. Dêem uma olhadinha na homepage da casa de karaokê que fomos ontem. Está em japonês, claro, mas é só para ver as fotos.

Detalhe 3 (e último): nas fotos, estão: Monica (de cinza), Shigeko (de vermelho), Carla (de preto, sem óculos) e, na terceira foto, Tomoe e Caruso. Olhem a cara de inspirado do Caruso! Imperdível!

Detalhe 4 (eu juro que esse é o último): por isso não pude atualizar o blog ontem. Saimos do karaokê às 4h30 da manhã...

Friday, March 10, 2006

Tô virando japonesa



Completei a minha coleção de penduricalho de celular da Hello Kitty. É uma promoção do chá de limão Lipton, o meu preferido. E não foi nenhum sacrifício comprar uma garrafinha do meu chá preferido por dia para colecionar penduricalhos da minha personagem preferida: a Kitty-chan, como dizem os japoneses.

Ser fã da Hello Kitty, aliás da Kitty-chan, é um indício. Encher o celular de penduricalhos é outro. Acho que tô virando japonesa. Ou essa moda (usar um penduricalhozinho só não conta!) já chegou ao Brasil?

Ah, no Japão, chan (leia tchan) é uma forma carinhosa de chamar as pessoas. Especialmente, as crianças e amigos. No Brasil, eu seria a Karininha. Aqui, a Karina-chan. E a Kittyzinha é a Kitty-chan. Muito fofo!

Thursday, March 09, 2006

Eu também sou chique



Hoje, eu e a Mai comemos ramen (uma espécie de "miojo" chinês incrementado com molho, tempêro, carne, ovo, entre outras coisas) num dos restaurantes - especilizados em ramen - mais chiques de Tokyo: o Mist Chabuya Japan. Ou será o mais chique?

E a gente estava no shopping mais chique do bairro mais chique de Tokyo: o Omotesando Hills, inaugurado no mês passado, em Omotesando - conhecido como o "metro quadrado mais caro do mundo".
Lá - dentro e fora do Omotesando Hills - estão dezenas de lojas de grifes internacionais como Dolce & Gabbana, Yves Saint Laurent e outras ainda mais chiques do que essas aí. E o mais legal é que, em Tokyo, não precisa ser chique para frequentar esses lugares chiques.

Aqui, todo mundo pode tudo. Ou quase tudo. Não compraria um chocolate (pequeno!) por 4 mil ienes - ou 71 reais - mas teria dinheiro para comprá-lo, se eu quisesse. Já no Brasil, é muito diferente. Pobre frequenta lugar de pobre. Rico frequenta lugar de rico.

No Omotesando Hills, ninguém deve ter desconfiado que eu sou pobre. Nem eu pude identificar quem estava lá para comprar ou apenas para olhar, como eu e a Mai. E a gente até comeu no tal restaurante chique que eu contei.

No Brasil, a gente nem se sentiria à vontade para entrar. E se entrasse, a gente não teria dinheiro para pagar. Vida de pobre no primeiro mundo é muito melhor. Aqui, eu também sou chique!

Wednesday, March 08, 2006

O primeiro livro a gente nunca esquece



Desde que cheguei aqui, fico passeando nas livrarias e sonhando em ler um livro em japonês. Em kanji (os tais ideogramas complicados) ainda é muuuuito difícil. Sei ler uns 50 (e escrever uns 20. Eu acho) e pra me tornar alfabetizada precisaria saber 2 mil.

Sei ler todos os hiragana e katakana, outras categorias (bem mais simples) do alfabeto japonês. Mas o meu vocabulário ainda é muito, muito pobre. Leio tudo, mas não entendo quase nada...

Mesmo assim, comprei vários livros em japonês. Infantis, claro. Tentei ler um. Tentei ler outro. E outro. E outro. E nada! O máximo que consegui foi chegar à terceira página de um livro de 30. Tentei ler mangá. Disseram que era mais fácil. E nada!

Já tinha desistido. “Não adianta passar o carro na frente dos bois”, pensei. Preciso estudar mais e depois pensar em ler. Até que a Hiuko apareceu aqui em casa com um livrinho que me chamou a atenção.

Era brinde de um biscoitinho para crianças. Um livro muito fofo, pequenininho (cabe na palma da minha mão) e todo ilustrado. Sem kanji, só com as “letrinhas” que eu sei ler e apenas 14 páginas. E fazia parte de uma coleção, uma “enciclopédia” ilustrada.

O livro da Hiuko ainda era um pouco difícil pra mim. Entendi partes e ela me explicou o resto. Mas resolvi dar continuidade à coleção. Comprei outro livro e consegui entender tudo! Nem acreditei! Li e ainda traduzi para a Angelica. Fiquei muito feliz!

Querem prova? Aí vai a tradução. O livro fala da diferença entre as onomatopéias dos bichos em japonês e em inglês. É muito legal! Não é em todo país que a vaca faz “muuu...” não. No Japão, ela faz “mooo....”. E o porco faz “buuu....”.

どうぶつのなきごえ (doubutsunonakigoe)
Alguma coisa dos animais. Imagindo que seja onomatopéia (é que não sei onde foi parar meu dicionário!)

どうぶつのなきごえ (doubutsunonakigoe eigotonihongo douchigauno?)
えいごとにほんご
どうちがうの?
Qual a diferença, em inglês e em japonês, da “alguma coisa” dos animais?

CACHORRO
いぬ (inu)
ワン ワン (wan wan)

ドーグ (dog)
バウワウ (bow wow)

OVELHA
ひつじ (hitsuji)
メー メー (mee... mee...)

シープ (sheep)
バー (baa...)

GATO
ねこ (neko)
ニャーオ (myaao)

キャット (cat)
ミアウ (miau)

GALO
にわとり (niwatori)
コケ コッコー (koke kokko...)

ルースタア (rooster)
カッカ ドウードウル ドウー (cock-a-doodle-doo)

PORCO
ぶた (buta)
ブー ブー (buu... buu...)

ピッグ (pig)
オインク (oink)

VACA
うし (ushi)
モー (moo...)

カウ (cow)
ムー (muu...)

Tuesday, March 07, 2006

O Japão do Caruso é assim...



O Caruso é um carioca "maneiríssimo", meu amigo, professor de japonês pra toda hora e colega de trabalho. Ele é formado em Letras (desculpa, mas quem é formado em Letras é o que mesmo?), tem 30 anos (agora todo mundo já sabe!), veio parar no Japão por causa da língua e não quis mais voltar para o Brasil por causa de uma japonesa "maneiríssima" chamada Tomoe. Eles estão grávidos e as apostas estão rolando soltas pra saber se o bebê vai ter olhos azuis ou olhos puxados. Ou os dois.

Chega de apresentação. O Caruso escreveu sobre um tema que eu queria muito escrever: o "dekasseguês", ou seja, a linguagem que só o trabalhador brasileiro no Japão entende. É a mistura de japonês com português, também conhecida como "nihonguês" (nihongo - leia niRRongo - com português).

Ele ficou preocupado: "será que vão ficar chateados comigo?". Acho que não, Caruso. Vale a pena chamar atenção pra esse comportamento que não ajuda em nada. Só faz a gente esquecer o português e não aprender bem o japonês. Depois de ler o seu Japão, vou me policiar ainda mais (eu já tento fazer isso) pra não falar "konbini", nem "meishi".

Enfim, aí está o Japão do Caruso é assim...


VAMOS PRESERVAR A NOSSA LÍNGUA!

Interessante que por mais tempo que a gente viva no Japão, a gente sempre vê, descobre, vivencia algo diferente. São ideogramas por todo lado (claro!), organização, respeito, limpeza... Isso sem falar das máquinas de venda de bebidas quentes e geladas, espalhadas em toda parte e das lojas de conveniência, que são realmente muito práticas. Também não são raras as vezes em que pensamos “ah se fosse no Brasil....”.

Mas calma! Nem tudo são flores.... E para quem não sabe, aqui também tem gente grossa, mal-educada (no trem ou metrô, principalmente), bêbados, velhos gagás, malucos a solta, tarados que molestam moças nos trens ou em parques etc. Isso sem falar nos tufões e terremotos da vida. Mas onde no mundo não há defeitos, não é? Tudo bem, acho importante sempre enxergar nas diferenças aquilo que é interessante de ambos os países, e deixar de tentar definir onde é melhor.

Quando não estou atarefado na empresa ou fazendo hora extra, saio mais cedo e, só de andar pelas ruas daqui e observar as coisas, prédios e pessoas, eu me divirto. A gente vê cada peça rara, passa por cada uma... Eu, como não sou descendente de japoneses, e sim de italiano e português, sou tratado muitas vezes como americano mesmo. Quando fui ao interior, me senti o próprio artista de TV! As crianças são as que menos disfarçam. Uma chegou a me perguntar como eu havia colorido meu olho de verde.... bonitinho, nao?

Apesar de eu falar um pouco de japonês, alguns japoneses custam a acreditar e insistem em falar em inglês comigo. Um dia estava no supermercado, na seção de sucos, e na minha frente, um “tio” japonês, com pinta de presidente de empresa ou gerente, sei lá, estava com uma marmita em uma das mãos, e a outra livre, parecia estar procurando a carteira nos bolsos do casaco. Quando finalmente achou, e tirou a carteira do bolso, veio junto um postal, o passe do trem e uma moeda de 100 ienes e ficou tudo espalhado no chão. Eu me abaixei para ajudar a catar tudo e ele disse “Desculpe....” em japonês. Pensei: “Até que enfim!”. Mas quando me levantei e ele mirou nos meus olhos, o “obrigado” foi um inglês mesmo!!

Já cheguei a desconcertar um outro japonês em uma boate, quando ele se apresentou em inglês, me entregando o seu cartão de visita. Eu disse a ele: “Desculpe, eu não falo inglês...”. Já chegaram ao cúmulo de, no hospital, quando entreguei minha carteirinha do plano de saúde e depois de eu ter dito em japonês claro que queria uma consulta com o der-ma-to-lo-gis-ta, me aparece uma japonesa como intérprete de inglês do lado de fora do balcão, bem do meu lado!!!! E eu nem disse de que país eu era!!! Aí pensei: “Não tem jeito, vou assumir o papel de gringo mesmo!” Conclusão, tudo que ela falava com as pessoas em japonês, eu entendia, e ela, coitadinha, bem intencionada, me traduzia tudo de novo.

Quando fui comprar meu celular também, o vendedor me pediu a carteira de registro de estrangeiro e logo me disse: “esse modelo você não pode levar porque não é bilíngue”. É mole?! Um cara desses merecia ser despedido! (Tudo bem, nem tanto...)

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Agora, responda: Quantas palavras em japonês você localizou no texto? Muito bem! O texto pode não ser nenhuma “Brastemp”, mas era só para mostrar que é per-fei-ta-men-te possível contar algo em português puro!! Por que será então que algumas pessoas, mesmo as brasileiras natas, insistem em usar palavras japonesas em lugar de palavras que já existem na língua portuguesa? Claro que há, muitas vezes, expressões ou palavras cuja tradução faz perder um pouco do sentido original, mas tem gente que simplesmente ignora a palavra em português e usa em japonês!

OK! Confesso que eu mesmo, muitas vezes, falo “konbini” e “nikkei”, devido a praticidade destas palavras em relação às correlatas “loja de conveniência” e “descendente de japonês”. Mas acho importante saber que palavras como “nikkei” e “konbini” são exemplos de estrangeirismo. Assim como “danchi” (para conjunto habitacional!!!) também é! Tudo bem que “conjunto habitacional” é grande também, em relação a “danchi”, mas no Brasil, a mesma palavra é usada normalmente, sem exigir nenhum esforço sobrenatural de ninguém para pronunciá-la. Sem contar que algumas são extremamente DESnecessárias: “eki” em lugar de “estação”ou “keitai” em lugar de “celular"... Pra que?!

Além do mais, por mais que a influência ao redor seja forte, é preciso ter em mente, que muitas das vezes, o ouvinte não sabe (e muitas das vezes, não tem a menor obrigação de saber) japonês. (bom, é verdade que as vezes, nem o falante sabe...)
Moral da história, não se fala nem em português direito e nem em japonês por completo. A questão não é ser contra quem usa, mas se já tem a palavra em português para que usar em japonês???? Vamos preservar o nosso idioma!!! Estou pedindo... oneg... ops... Por Favor!!!

Para lembrar então:

É Japão, e não NIHON(日本).
É ideograma, e não KANJI (漢字)
É máquina de venda de bebida, e não JIDOOHANBAIKI (自動販売機)
É loja de conveniência, e não KONBINI (コンビ二)
É prática, e não BENRI (便利)
É trem, e não DENSHA (電車)
É metrô, e não CHIKATETSU (地下鉄)
É tarado, e não CHIKAN (痴漢)
É tufão, e não TAIFUU (台風)
É terremoto, e não JISHIN (地震)
É Tudo bem, e não DAIJJOOBU (大丈夫)
É interessante, e não OMOSHIROI  (面白い)
É atarefado, e não ISOGASHII (忙しい)
É empresa, e não KAISHA (会社)
É hora extra, e não ZANGYOO (残業)
É descendente de japoneses, e não NIKKEI (日系)
É artista (de TV) , e não TARENTO (タレント)
É bonitinho, e não KAWAII (可愛い)
É japonês, e não NIHONJIN (日本人)
É supermercado, e não SUUPAA (スーパー)
É suco, e não JUUSU (ジュース)
É “tio” , e não OJISAN (おじさん)
É presidente de empresa, e não SHACHOO (社長)
É gerente, e não MANEEJAA (マネージャー)
É marmita, e não BENTOO (弁当)
É casaco, e não KOOTO (コート)
É postal, e não HAGAKI (ハガキ)
É passe do trem, e não TEIKI(KEN) (定期券)
É 100 ienes , e não HYAKU EN(百円)
É “obrigado” , e não ARIGATOO(ありがとう)
É boate, e não DISUKO(ディスコ)
É cartão de visita, e não MEISHI(名刺)
É “Desculpe” , e não GOMEN (ごめん)
É plano de saúde , e não (KENKOO) HOKEN(健康)保険
É intérprete , e não TSUUYAKU(通訳)
É “Não tem jeito, e não SHIKATANAI (仕方ない)
É gringo , e não GAIJIN(外人)
É celular, e não KEITAI (携帯)電話
É carteira de registro de estrangeiro, e não GAIJINTOOROKU(外人登録)
É despedido, e não KUBI(首)

Sunday, March 05, 2006

Greve

Só vou atualizar o Meu Japão, depois de ver pelo menos um comentário do "post" de ontem. Espero que a greve não tenha que durar muito, pois o Japão do Caruso é assim... já está agendado para amanhã.

Ai que medo (não do Japão do Caruso, mas do tempo de duração da minha greve)!

Dia das meninas


Foi ontem, dia 3 de março, o terceiro dia do terceiro mês. O Festival das Bonecas (Hina Matsuri) comemora o Dia das Meninas. Aqui, não tem dia de todas as crianças. O Dia dos Meninos vem depois, no quinto dia do quinto mês, 5 de maio.

Dizem que é para espantar os males das meninas. E as mães que não cumprem o ritual direitinho podem espantar os pretendentes, em vez de espantar a má sorte das filhas.

Não sou criança, nem tenho filha, mas comprei um biscoitinho pra celebrar a data. Achei linda a embalagem, com desenho dos bonecos típicos do Hina Matsuri.

Eu, a Angelica e a Hiuko comemos juntas. "Oishii", disse a Hiuko. Traduzindo: gostoso! "Parece una hostia", disse a Angelica. As duas têm razão. Parece uma hóstia com sabor de morango, de melão ou de leite. Uma hóstia gostosa!

Saturday, March 04, 2006

Quanto vale "tu" blog?


“Karina, você tem que ler isso”, disse o Dani, com um exemplar da revista Época (edição de 27 de fevereiro/06), nas mãos. “Serve para ‘tu’ blog”, acrescentou o meu colega peruano, que já está craque no português de tanto visitar o Meu Japão (brincadeirinha. Ele aprendeu porque tem um monte de colegas brasileiros).

Fui verificar, claro. Lá estava a entrevista com o brasileiro que largou o cargo de gerente – não sei de onde, mas era gerente – pra viver de blog. E no primeiro mês, ele já ganhou R$ 20 mil. Um salário bastante convidativo, não acha?

Imagina viver de blog
(com um salário inicial de R$ 20 mil)

_ Você faz o que?

_ Sou blogueira.

_ Sim, eu sei. Mas você trabalha com o que?

_ Com blog, ué. Não disse que sou blogueira? E ainda ganho mais que você, que é gerente.

_ E não faz mais nada? Só fica blogando?


Como se a vida de blogueiro fosse fácil. Blogar dá trabalho e exige dedicação. Não basta escrever. Tem que pensar na pauta, nas fotos e na “diagramação” também. Tem que comentar os comentários dos leitores e ainda frequentar outros blogs. E comentar os outros blogs também, claro. Tudo isso, depois da jornada de trabalho de oito, nove, dez horas. Ou mais.

Se sem salário extra e com dupla jornada de trabalho, blogar é um vício tão gostoso quanto chocolate, imagina que delícia blogar o dia inteiro – só blogar – e ainda receber R$ 20 mil por isso? Só pra começar, hein?!

Um dia Meu Japão chega lá! E o salário pode ser em ienes (1,13 milhão) ou em dólares (9 mil e 600) mesmo. Eu não ligo.

Friday, March 03, 2006

"Pon de quejo"


Olha aí meu café da manhã de hoje... ポン デ ケージョ. Ou "pon de quejo" (leia quedjo).

Não, não estou de férias em Belo Horizonte. Nem a minha mãe me mandou de presente. Comprei esse pacotinho do autêntico pão-de-queijo numa loja de conveniência aqui em Tokyo.

E ainda é baratinho (para os padrões daqui): 105 ienes. Ou 1 real e 90 centavos. E gostoso também. Esses japoneses não querem mesmo que eu vá embora, né.

Wednesday, March 01, 2006

Preguiça

Não tô a fim de escrever hoje...

Aproveitem para colocar a leitura do Meu Japão em dia, que tal?

Eu vou aproveitar para contar que recebi mais uma inscrição para a promoção Aluga-se um blog. Quem se inscreveu foi a Mafalda e ela vai escrever sobre os homens japoneses.

Eu adorei o tema! Capricha, Mafalda! E não se esqueça das fotos!