Tuesday, January 31, 2006

Eu infringi a lei


Sim. Fiz coisa errada. Não fui presa, mas paguei pela infração. Faço tudo certinho, especialmente aqui no Japão. Sempre atravesso a rua na faixa de pedestres, sigo o costume de ficar à esquerda na escada rolante para que os apressados passem pela direita, jamais jogo lixo no chão e evito sentar no banco dos velhinhos, no trem, para não ter de levantar nem de ficar com a consciência pesada se eles aparecerem. Mas confesso que tem uma regrinha aqui que eu detesto: não usar o celular dentro do trem.

Mandar mensagens, navegar na internet, ver tevê, brincar com os joguinhos e usar todas as demais funções que um celular costuma ter, pode. Ligar e receber chamadas não pode. Tem gente que diz que o motivo não é o barulho, mas é que não sei o que do celular pode interferir na ponte de safena de algum velhinho e ele ter um piripaque ali mesmo. Acho que isso é imaginação. O problema deve ser o incômodo mesmo. E, hoje, mais uma vez, eu incomodei.

Nessas horas, nem a cara de estrangeiro – o que aqui é a coisa mais fácil de se ver – ajuda. Para quem não entende japonês e, por isso, não percebe a voz que sai das caixinhas de som dizendo “coloque o celular no modo silencioso” (ou algo parecido), existem uns adesivos pregados dentro dos vagões com um desenho de um celular, escrito “off” de todo tamanho ou um “x” vermelho e, ainda, uma mensagem de “é proibido” traduzida para o inglês. Ou seja, não dá pra fingir que não sabia...

Paguei caro. Liguei para o Ewerthon, de dentro do trem. E conversava com ele tranquilamente (falando bem baixinho, claro: “não posso falar alto porque estou no trem”), quando entrou um senhor japonês e olhou bravo pra mim e, sem dizer nenhuma palavra, apontou para o meu celular. Apontou com o dedo indicador, coisa que a minha professora de japonês me ensinou que, aqui, nunca se faz: “é um gesto de recriminação, uma grosseria. Nunca aponte assim. Indique com a mão aberta”, ela dizia.

Vi que eu era (sou?) uma pessoa mal-educada, que não respeita a lei. Que vergonha! Agora, entendo porque a Monica, o Caruso e a Shigeko nunca atendem o celular dentro do trem. Não vale a pena passar uma vergonha dessa. Desliguei o celular imediatamente. Não disse nada também. Nem pedi desculpas. A vergonha era tanta, que eu só conseguia rezar para que chegasse logo a minha hora de descer daquele trem.

FOTO: tirei hoje. em outro trem, é claro. está desfocada porque tirei às pressas pra não correr o risco de infringir outra lei...

Monday, January 30, 2006

O Japão da Raquel é assim...





Como havia prometido, aí vai a estréia da promoção Aluga-se um blog (quem não está entendendo nada, melhor ler o "post" com esse mesmo nome). A Raquel Marçal é brasileira, jornalista, tem 29 anos e mora em Tokyo. Aqui no Meu Japão, ela Já ficou conhecida como a menina do algodão-doce e, agora, conta a experiência dela como gueixa por um dia. Tenho certeza de que vocês vão adorar!

Na próxima semana, será a vez de O Japão da Shigeko é assim..., outra famosa no Meu Japão. E vocês, o que estão esperando para participar? Com a promoção, vocês não ganham nada. Mas também não pagam... O "aluguel" do blog é de graça!

Obrigada, Raquel! E obrigada, Shigeko!

Chega de enrolação, aí vai o Japão da Raquel:

Dia de gueixa

Quem foi que disse que hoje em dia não tem mais gueixa andando pelas ruas do Japão? Tem sim, inclusive gueixa fajuta! Estas fotos aí são uma recordação do dia em que me vesti de geisha-san e tive uma aula-relâmpago de como andar, sorrir e até abrir uma porta com a graciosidade que os kyakusan (clientes) merecem. Foi na cidade de Ito, um balneário na província de Shizuoka, a menos de uma hora de Tokyo (de trem-bala).

Fiquei parecendo uma assombração de filme de terror japonês, mas os meus amigos (é para isso que servem os amigos...) foram unânimes ao ver as fotos: “Que liiiiinda!” Bem, podia até ficar linda desde que sorrisse de boca fechada. É que a maquiagem branquíssima cria um contraste tremendo com os dentes e deixa o sorriso literalmente amarelo. Deve ser por isso que as gueixas sempre colocam a mão na frente da boca quando riem. O branco do olho também amarela, mas quem vai notar isso naqueles olhos pequenininhos?

Fui a Ito a trabalho, junto com outros três jornalistas estrangeiros (duas americanas e um holandês). Era novembro do ano passado, o filme Memórias de uma Gueixa estava para estrear no Japão, e as prefeituras de Ito e da vizinha Atami se uniram para promover as gueixas da região. Chamaram, então, a imprensa estrangeira. E chamaram a NHK...

Sim, enquanto eu e uma das americanas éramos transformadas em gueixa apareceu uma equipe da tevê pública japonesa para fazer a cobertura da nossa cobertura. Eles colaram na gente durante dois dias – às vezes era constrangedor – e virei personagem principal de uma reportagem que foi ao ar no país inteiro.

Mais legal do que vestir de gueixa e ficar famosa foi poder conversar com gueixas de verdade, ser entretida por elas em um banquete e assisti-las dançar em uma apresentação pública. Na minha cabeça, essas profissionais eram sempre jovens e belas. Pode até ser assim lá na glamourosa Kyoto, onde aliás não vi nenhuma gueixa. Em Ito e Atami elas já são maduras, e não exatamente bonitas. A mais nova das sete com quem conversei, Hotaru, tem 36 anos, mas para os clientes mente que tem 28. A mais velha, Matsuchiyo, negou-se a dizer a idade -- “Gueixa não tem idade”, mas aparentava uns 60. Quando perguntei se gueixa se aposenta ela respondeu: “Só se quiser, conheço uma de 96 anos.”

Deu vontade de ficar horas conversando, porque elas têm um ótimo papo. Aliás este talento é um pré-requisito para entrar na profissão. Outro é a disciplina. Apesar de terem ficado muito mal faladas, as gueixas são artistas. Precisam ser virtuoses em instrumentos tradicionais japoneses (como shamisen e koto), dançar com perfeição e ainda saber dar um chega pra lá em clientes abusados sem descer do “guetá".

Saí de lá me perguntando se a única alternativa de sobrevivência dessa instituição japonesa será virar atração turística. Como vão competir com tantas outras alternativas de diversão mais baratas e atrativas? Imagino que a maioria dos jovens japoneses nunca nem viu uma gueixa de perto. Para terminar, não posso deixar de contar a história que ouvi da gueixa Makifuku. Certa noite, ela foi contratada por um jovem casal, que deixou os dois filhos pequenos com ela e saíram para curtir a noite. “Tivemos um pequeno banquete e servi suco de laranja a eles”, ela disse rindo de seu dia de babá.

Sunday, January 29, 2006

É ano-novo, de novo!







Nem lembrava que hoje era um dia especial. Pelo menos, para os chineses. A Laura – minha colega americana da escola de japonês – e o George – outro colega da escola, só que australiano – é que me convidaram para comemorar o ano-novo chinês. Adorei a idéia e, depois da aula, fui com eles para a Chinatown, que fica na cidade de Yokohama, na Grande Tokyo.

Ficamos meio frustrados porque perdemos o desfile. Na verdade, não sabemos se, dessa vez, não teve ou se estávamos na hora errada e no local errado. Mas nos divertimos com uma apresentação daquele tradicional dragão enorme, com as lojinhas típicas, a decoração das ruas, aquele monte de gente e com a comida. Ah, e eu comprei um chaveiro do Bruce Lee para o meu irmão.

Jantamos num restaurante chinês, claro. Eu comi ramen, um prato dos chineses adotado pelo japoneses. Eles adoram e comem sempre. Eu também! É uma espécie de macarrão instantâneo sofisticado, servido numa tijela enorme (nunca consegui comer um inteiro). Tem bastante caldo, bastante macarrão e adereços que variam: pode ser carne de porco, cebola, peixe, cogumelo, alga e outras coisas mais.

Eu escolhi um ramen de barbatana de tubarão (mesmo sentindo aquele peso na consciência). O gerente do restaurante garantiu que eu havia feito uma ótima escolha. Imaginei que fosse mesmo, porque era meio caro: 1.300 ienes ou mais ou menos 25 reais (o preço médio é 800 ienes ou 15 reais). Valeu a pena. Estava muito bom! Além do tubarão, tinha cogumelo e uma verdura, típicos do Japão. O caldo era à base de shouyu (molho de soja).

Aproveitei o ano-novo também para saber como anda a minha sorte. Comprei aquele famoso biscoito chinês que vem junto com um papelzinho que diz o nosso futuro. Mas vou ter de esperar até amanhã para ler o tal papelzinho, que está escrito em japonês. Preciso pedir socorro aos meus amigos alfabetizados.

Pelo menos não está escrito em chinês... Para vocês aí do Brasil pode ser a mesma coisa. Só que pra gente daqui, japonês é muito mais fácil. Hoje tive a prova. “Aprendi” a falar Feliz Ano-novo!, em chinês. Aí vai (pausa para copiar do caderninho): Xian nian kuai lu! Ah, em japonês é Akemashite omedetou gozaimasu! Viram a diferença?

Parêntese: acho que todos já sabem que esse é o Ano do Cachorro. Na contagem chinesa, é o ano de 4.706 (tenho que verificar. Sei que é 4 mil e alguma coisa, só que não anotei e esqueci). Mas, segundo o gerente do restaurante, que é chinês, o país segue mesmo é o ano ocidental, ou seja, a China acabou de chegar a 2006.

FOTOS: o tal biscoito chinês que traz a sorte (ou azar). Um ângulo qualquer da Chinatown de Yokohama. Segundo a Laura - a americana - é muito mais bonita e interessante que o bairro chinês de Nova Iorque. Ah, as melhores fotos ficaram na câmera do George. A bateria da minha acabou logo.

Saturday, January 28, 2006

Propaganda do marido da Raquel



Hoje vou fazer propaganda do marido da Raquel. Quer dizer, do blog do marido da Raquel – aquela mesma do algodão-doce e da promoção “aluga-se um blog”.

É que descobri o blog dele e não entendi até agora porque ele não quis divulgar. É o maior barato! E a gente ainda aprende muito sobre o Japão. E aprende japonês também. Vou visitar sempre e acho que vocês deveriam fazer o mesmo.

Aí vai uma amostra:

Leve o cocô para casa

Aqui em Kodaira city, como é o nome do bairro onde eu moro, há várias placas para lembrar o dono de recolher o cocô do cachorro. Essa é uma das placas mais legais. Olhe a cara do cachorro.

Nesse “post” ainda tem a tradução da placa. E há muitos outros “posts” legais. Espero que o Emerson (o marido) e a Raquel não fiquem bravos comigo. Só fiz a propaganda porque tinha um link (http://projectandromeda.blogspot.com/) num dos comentários do Meu Japão e porque acho que todo mundo vai adorar!

FOTO: roubada do blog do Emerson. Tive de fazer isso. Senão a propaganda não faria efeito. Não vou roubar mais nada. Prometo!

Algodão-doce do século 21



Lembram daquele algodão-doce que a gente comprava, quando era criança? No parque de diversão, ele não podia faltar. Sempre havia um "tio" com a tal máquina, onde o algodão rodava, rodava, rodava... e a gente ficava ali, esperando ele preparar a nossa guloseima. Tinha rosa, verde, amarelo, acho que de todas as cores. Não sei mais. Só sei que eu adorava! E comia sempre. Acho que não tinha gosto de nada. Mas não tinha graça ir ao parque e não comer pelo menos um.

Hoje, matei a saudade. A Fátima (minha chefe) chegou ao jornal com um saco de guloseimas, entre elas dois pacotinhos de algodão-doce. Nem vi o resto, fui logo pegando o meu algodão. A Raquel ficou com o outro. Ela também adora. E o mais divertido foi conhecer a versão japonesa do... Ai, esqueci de perguntar o nome em japonês. Será que tem no dicionário? Vou ver!

(pausa)

Não tem! Só tem algodão... Depois pergunto ao Kuni (e conto para vocês). Isso não é o mais importante, agora. Vocês já viram algodão-doce industrializado, nas prateleiras do supermercado? Faz dois anos que estou fora do Brasil, mas não acredito que as máquinas daquele algodão-doce no palito tenham sido abolidas. Ou foram? Acho que algodão-doce embalado, com marca e tudo, como se fosse bala, pirulito ou chiclete só no Japão.

PS: já tinha publicado o "post", quando resolvi tentar ler a embalegem. Tá escrito watagashi. Wata é algodão, mas gashi não é doce. Ou será que é? Não tem no meu dicionário. Realmente, vou ter que esperar e perguntar ao Kuni... Desculpa!

FOTOS: Raquel matando a saudade do algodão-doce. Na outra foto, as duas embalagens: do meu (esse rosinha, de morango) e do dela (o de panda, sabor de frutas).

Friday, January 27, 2006

Olha eu aí...





Foi a Shigeko quem reparou: "no seu blog não tem foto sua!". Na verdade, eu queria evitar colocar fotos minhas no Meu Japão. Mas ela tem razão. É legal para quem não me conhece ter idéia de como eu sou. Só que já vou avisando: eu não sou fotogênica! Se tivesse que seguir a carreira de modelo, iria morrer de fome...

Hoje, eu, ela (a Shigeko) e o Caruso fomos ao Step in Bar, em Shinbashi (Tokyo) e resolvemos tirar essas fotos aí. Esse é o meu bar preferido. Lá, tem as músicas que eu gosto, a bebida que eu gosto - umeshuu soda, bebida japonesa à base de ameixa - e ainda o staff é um colírio para os nossos olhos. Todos os atendentes são modelos. Uma ótima motivação para estudar japonês!

FOTOS: Eu, a Shigeko e o Caruso. Eu e a Shigeko. A Shigeko, eu e a minha inspiração para aprender japonês (Toko).

Wednesday, January 25, 2006

Aluga-se um blog


A Raquel me perguntou: “você não quer alugar seu blog?”. Alugo, respondi. “É que às vezes eu tenho vontade de escrever, mas não quero criar um blog e ‘postar’ todos os dias”, explicou. Daí, tive a idéia: alugar o Meu Japão é assim... para quem quiser contar como é o seu Japão. E a estréia vai ser com O Japão da Raquel é assim..., prevista para domingo (29) ou segunda-feira (30). Ainda não sei.

E o Japão de vocês, como é? Quero saber! Convido a todos, independente da nacionalidade (desde que escreva em português ou, pelo menos, em “portunhol”), idade, profissão, grau de escolaridade, local onde mora e qualquer outra possível restrição. Escrevam para o Meu Japão é assim... e contem o que vocês acham ou imaginam do Japão.

Não importa se vocês moram aqui, no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Também não precisa entender da cultura japonesa, muito menos ter visitado o Japão. Certamente, vocês já ouviram falar da “terra do Sol nascente” e a idéia é saber o que passa pela cabeça de vocês, quando o assunto é o Japão.

E não se preocupem, o “aluguel” é de graça!

Como participar:

- Envie um texto de 100 (cem) a 2.500 (dois mil e quinhentos) caracteres e 1(uma), 2 (duas) ou 3 (três) fotos para karinajapao@hotmail.com

- Escreva o seu nome (não precisa ser completo), sua idade (pode ser fictícia ou aproximada, se preferir), sua nacionalidade, nome da cidade e do país onde você mora e a sua profissão ou o que você faz na vida.

- No texto, você deve contar o que você acha do Japão. E as fotos não precisam ser da sua “carinha”. Se preferir, envie fotos que representam o Japão para você. É imprescindível enviar foto. Nem que seja uma 3X4 sua.

- Prazo: de hoje, dia 25 de janeiro de 2006, até... ainda não decidi.

- Os textos e as fotos serão publicados no Meu Japão é assim..., a não ser que não cumpram as recomendações acima. Ou que algum engraçadinho escreva um monte de “palavrões” e mande fotos proibidas para menores de 18 anos. Ou que ninguém escreva, nem envie foto...

- Mais informações: nesse e-mail aí de cima.

FOTO: a idéia é colocar essa foto no meu perfil. Enquanto não consigo fazer isso (dá trabalho), vou deixá-la aqui. Foi a Monica que me fotografou. Lá em Shinbashi (Tokyo), num karaokê. Era aniversário da Shigeko. Eu adoro essa blusa!

Tuesday, January 24, 2006

Nihongo de (em japonês*)


みなさん Meu Japão é assim... へ ようこそ!

Meu Japão é assim... は にほんご だ と わたしの にほんは こう だ。。。 と いいます。

にほんごを まだ かけませんが たくさん しゃしんを いれます ので たのしいんで ください!

コメントは かんたんな にほんごで おねがいします。 (エイごと スペインごで だいじょうぶ です。)

よろしく おねがいします。

カリナ


Mina-san Meu Japão é assim... e yookoso!

Meu Japão é assim... wa nihongo da to Watashi no Nihon wa koo da... to iimasu.

Nihongo wo mada kakemasen ga takusan shashin wo iremasu node tanoshiinde kudasai!

Komento wa kantan na nihongo de onegaishimasu (eigo to supeingo de daijoubu desu).

Yoroshiku onegaishimasu!

Karina

SHASHIN: Shinjuku Nihongo Gakkoo (gakusei to sensei)
FOTO: Escola de Língua Japonesa de Shinjuku (alunos e professores)


* PARA QUEM NÃO SABE JAPONÊS:

O "post" de hoje é dedicado aos meus amigos que não falam português e mesmo assim mostraram interesse em visitar o Meu Japão. Deixei uma mensagem de boas vindas - com a ajuda do Caruso, claro - e prometi que ia colocar muitas fotos, já que eu ainda não posso fazer um blog em japonês.

EXCLUSIVO: O Mili agora tem celular!



Não sei das estatísticas mas sei que é muito, mas muito raro mesmo encontrar alguém entre os mais de 127 milhões de japoneses e estrangeiros que vivem no Japão, sem telefone celular. Até os velhinhos e as crianças têm. Talvez, o Mili seja a única exceção. E a Raquel, que optou por usar o celular do Emerson (o marido) depois de ter perdido o dela.

Acho que os sem-teto – que aqui costumam ler, ouvir música e tomar cerveja – não têm celular por opção. Eles devem preferir se isolar do mundo e não teriam pra quem ligar. Mas o Mili tem! Poderia ligar para os amigos do trabalho, por exemplo: eu, a Monica, a Shigeko, o Dani, o Caruso e cia. E, neste domingo, dia 22, soubemos que ele comprou um celular.

Para entender porque o Mili passou dez meses no Japão, sem celular – não por falta de dinheiro, já que aqui existem aparelhos de graça – resolvi ligar para ele (no celular, claro), que aceitou a conceder esta entrevista exclusiva ao Meu Japão é assim.... Confiram:

Meu Japão - Como você sobreviveu dez meses no Japão, sem celular?
Mili - Apesar de usar celular no Brasil, não senti nenhuma falta aqui. Mas com o passar do tempo, o leque de amizades e contatos acaba aumentando, daí só um telefone fixo passa a não ser sufiente. Como dizem os mais novos, perde-se os babados.

Meu Japão - Foi difícil escolher o modelo?
Mili – Escolhi um dos mais baratos, mas não o mais barato. Na verdade, estava a fim de um de zero iene (os modelos de graça), mas a promoção era só para plano familiar. Foi uma novela. Tinha gostado de outro modelo, mas o aparelho servia também como um cartão de crédito/débito e tinha algumas burocracias que não me pareceu seguro andar com um troço desse. Para nao ter dor-de-cabeça futura, decidi por outro modelo, mais simples, menor e igualmente prático.

Meu Japão – Você já aprendeu a usar todas as funções do aparelho?
Mili - Dizer que já manjo todas as funções do celular é brincadeira. Apesar de ter pego um modelo bilíngue (japonês/inglês), não é que estou me dando bem com as funções em japonês? Mas todas as funções, nem em dez anos, creio.

Meu Japão - Qual foi a reação dos seus amigos quando você deu a notícia de que havia comprado um celular?
Mili - Sei lá. Disseram que agora ficou mais fácil de me encontrar, que tomei juízo, que agora podem saber o que ando fazendo...

Meu Japão – Você acha que, agora, a sua vida vai ser diferente?
Mili - Acho que sim, agora não tenho para onde fugir... Antes, era só sair de casa, mesmo na esquina, e ninguém me achava. Já era!

Meu Japão – Já fez ou recebeu alguma ligação? E mensagem?
Mili - Como tenho telefone fixo e conexão com a Internet, fiz vários testes até aprender a usar o básico do básico do celular. Tirei fotos, mandei-as para o meu endereço no Yahoo... A primeira ligação caiu na caixa postal e a segunda foi da jornalista do blog Meu Japão é assim..., querendo me entrevistar. Será que ela pensa que sou de outro mundo, assim como os japoneses pensam das pessoas que nao têm celular?

FOTO: Mili e o celular. Eu tirei a foto, no trabalho, na hora do almoço.

Sunday, January 22, 2006

São Pedro não ouviu as minhas preces





Não acredito que depois de dois anos no Japão, ainda cometo gafes típicas de quem acabou de chegar. Não tenho fotos da nevasca em Tokyo – só as que tirei pela janela do meu quarto! Deixei para fotografar hoje, crente que a neve não ia parar. Mas parou. Quando saí de casa, às nove horas da manhã, o céu estava lindo e o dia ensolarado. Neve, só tinha nos cantinhos das ruas e em alguns telhados. Nas árvores, só o restinho...

Essa foi uma das primeiras lições que eu aprendi aqui. Aliás, pensei que tivesse aprendido. Confie na previsão do tempo e não saia de casa antes de conferi-la. Se disserem que o tufão tal vai estar às 18 horas em Tokyo, ele vai estar. Se a previsão for chuva de manhã e sol à tarde, certamente, vai chover de manhã e fazer sol à tarde. Então, não adianta rezar para nevar. Ligar a televisão é melhor. Snif, snif...

Ah, a Shigeko, a Alice e o Dalton foram mais espertos e curtiram a neve, como eu queria ter feito. Ai que inveja! E eles ainda me mandaram um monte de fotos. Roubei duas para mostrar a vocês. Espero que eles não fiquem bravos comigo.

FOTOS: Omotesando, bairro chique de Tokyo, um dia depois da nevasca. Dá para acreditar? As demais fotos são as que roubei do álbum da Shigeko, da Alice e do Dalton. Eles, sim, curtiram a neve.

Saturday, January 21, 2006

Caos em Tokyo?



Li no Portal Terra e no Uol. A notícia é da AFP e a foto da Reuters. Depois de comemorar a chegada da neve em Tokyo, descubro que pelo menos 45 pessoas se feriram e houve "um grande caos nos transportes". Mas quero verificar essa história. Ando meio desconfiada com a imprensa...

Só sei que no meu bairro - Ota - parece tudo normal e aqui não acumulou tanta neve assim. Mas muita gente deve ter levado tombo sim e, certamente, houve atrasos nos trens e cancelamento de vôos. O que, em caso de nevasca, é normal.

Pela notícia aí, nevasca mesmo teve em Yokohama (na Grande Tokyo) e em Otemachi (centro financeiro da capital). Daqui onde estou até Yokohama são 20 minutos de trem e até Otemachi são 30. (mais uns minutinhos a pé, da minha casa até a estação de trem).

Ah, 30 milhões de habitantes em Tokyo? Acho que eles estão se referindo à Grande Tokyo, que engloba as cidades ao redor. Na capital mesmo, a população é em torno de 12, 5 milhões.

Se quiserem conferir a notícia, aí vai:

Nevasca deixa feridos e leva caos a Tóquio
da France Presse, em Tóquio
(21 de janeiro de 2006)

A neve, que já provocou uma centena de mortos no oeste e no norte do Japão desde dezembro, chegou neste sábado a Tóquio e arredores pela primeira vez nos últimos cinco anos, causando dezenas de feridos e um grande caos nos transportes.

Pelo menos 45 pessoas ficaram feridas durante a manhã, vítimas de tombos nas ruas da metrópole japonesa, que tem 30 milhões de habitantes, segundo a rede pública de TV NHK.A neve também provocou o cancelamento de, pelo menos, 82 vôos, acrescentou a NHK. Além disso, foram registrados grandes atrasos no tráfego ferroviário.

A capital japonesa não vinha sendo afetada até o momento pelas fortes nevascas e o intenso frio que causaram a morte de 102 pessoas desde o início do inverno, o pior dos últimos 20 anos no país.

O bairro financeiro de Otemachi estava coberto com seis centímetros de neve, enquanto que Yokohama, a grande cidade portuária vizinha a Tóquio, registrou dez centímetros, segundo a agência meteorológica nacional japonesa.

Ôba, está nevando!



Sabia que a previsão era de neve para este sábado, mas nem lembrava mais. Acordei só para ir ao banheiro e voltar logo para a cama (futon, aliás). Até que olhei pela janela e vi aquela paisagem branquinha. Mudei de idéia, imediatamente. “Que lindo!” Peguei a minha câmera e comecei a fotografar. Eu adoro neve!

Na verdade, nem conheço bem. É a primeira vez que vejo nevar em Tokyo – depois de dois anos aqui. Parece que a neve foge de mim. No final de 2004 nevou aqui, mas eu estava de férias no Brasil. Depois voltou a nevar na capital e eu estava em outra cidade. Aí nevou na tal cidade e eu estava em Tokyo.

Nas vésperas da minha viagem a Kyoto, o jornal mostrava fotos da cidade coberta de neve: “11 centímetro de neve”, não esqueço. Advinhem? Quando cheguei lá, parou de nevar. Programei uma viagem para Hokkaido, a província ao extremo Norte do Japão, onde neva a metade do ano. Não, não parou de nevar lá, mas a minha viagem foi cancelada.

Fui a trabalho para Nagoya, cidade onde custa a nevar. No dia da minha volta a Tokyo, nevou lá como não acontecia há quase 60 anos. A cidade foi destaque até nos jornais do Brasil. Deu pra eu aproveitar um pouquinho, pois quando saí de casa, às sete horas da manhã, já estava nevando. Não queria vir embora, mas não podia ficar lá.

Ainda bem que o Papai Noel caprichou no meu presente deste ano. Voltei à Nagoya, na semana seguinte, e nos dias 22 e 23 de dezembro nevou como eu sempre quis ver. Os telhados branquinhos, neve acumulada no chão, nos carros, nas árvores, assim como a gente vê nos cartões de Natal. Todo mundo reclamava e eu estava alegre como uma criança.

Está muito frio, claro, mas a minha vontade é sair de casa, agora, só para apreciar – e fotografar – a neve caindo em Tokyo. Boa idéia!

FOTO: Rua de frente ao prédio onde eu moro, no bairro Ota, em Tokyo.

Blog vicia

Faltam 11 minutos para as duas da manhã e estou aqui, em frente ao meu companheiro notebook, escrevendo, com o maior empolgação, um “post” para o meu blog. E eu já tinha decidido: hoje não vou escrever nada. Estou cansada! Mas resolvi “postar” umas fotos e deixar só um recadinho para os meus leitores (já tô me achando a escritora...).

Conferi minha caixa de correio – eletrônico, claro – dei uma passada no blog do Ewerthon, no blog da Maíra e voltei ao Meu Japão. Mexi aqui, ali e comecei a escrever. “Não acredito, que vou dormir tarde mais uma vez por causa desse blog!”, pensei. Mas vou. Acho que estou viciada.

Tô adorando ser blogueira. É muito divertido. Agora, tenho onde escrever as minhas “bobageiras”, como diria o Mario Prata. E saber que tem gente que lê o meu blog é melhor ainda. Imagino que a maior alegria de qualquer blogueiro são os comentários “postados”. Nem que sejam só da mãe, do pai, do tio, do avô ou da melhor amiga.

Mas preciso mudar a minha rotina. Não tenho tempo para estudar japonês, nem para as tarefas domésticas, nem para ler, nem para isso ou aquilo. Só tenho tempo para o Meu Japão. Também não assisti ao DVD que a Raquel gravou pra mim na segunda-feira (já estamos na sexta!). E eu implorei: “por favor, quero ver a Madonna no programa do Smap!”.

Fiquei mais assustada porque nem o cansaço da segunda-feira, que é o dia em que trabalho até muito tarde por causa do fechamento do jornal, foi motivo para eu deixar de “blogar”. Cumpri todo o ritual: visitar o blog dos amigos, comentar e responder comentários e, é claro, escrever o tal do “post”.

E o que me deixou triste: pela primeira vez, faltei à aula de japonês! Eu era a única aluna da classe com 100% de presença. Perdi a minha segunda aula de kanji (os tais ideogramas complicados). Não tinha ânimo para levantar cedo no domingo passado, pegar trem e encarar aquele frio para ir à escola. É que estava parecendo um zumbi, de tanto sono.

Blog vicia, agora eu sei. Será que tenho cura?

CORREÇÃO: não foi a Raquel quem gravou o DVD pra mim. Foi o Emerson (marido dela).

Thursday, January 19, 2006

O Japão não é tão pequeno assim





O Brasil é 23 vezes maior, eu sei (foi o que aprendi na escola). Mas o Japão não é uma vila. É um arquipélago, um país! A população ultrapassa 127 milhões de pessoas. São 47 províncias – ou estados – e de uma ponta a outra são horas de vôo.

O Monte Fuji não fica em Tokyo – apesar de ser visto daqui. Gueixas não desfilam pelas ruas da capital. Samurais não existem mais. Muitas cidades pequenas nem têm prédios com mais de três andares (Oizumi é um exemplo). Casa antigas existem e arranha-céus super modernos também. Aqui tem mar, tem montanha e tem plantação. Faz frio, faz calor, chove, venta e neva.

Para quem está no Brasil é difícil mesmo imaginar. A distância é enorme: quase 30 horas de viagem. A língua é muito diferente e a cultura também. Os filmes e livros, muitas vezes, mostram somente aquilo que é exótico para nós e não contam que, aqui, há muitas outras coisas. Coisas comuns. O Japão é outro país, não é outro planeta.

Pena que a imprensa brasileira colabora com essa imagem distorcida da “terra do Sol nascente”. Quem está do lado de cá não aguenta mais ouvir que os quase 300 mil decasséguis – “descendentes de japoneses que trabalham no Japão” – ganham US$ 3 mil por mês e, juntos, enviam US$ 2 bilhões de dólares por ano ao Brasil – também já ouvi US$ 5 bilhões.

Agora, o assunto é a neve. As imagens do inverno mais frio do Japão nos últimos 20 anos e a notícia de que o número de mortos ultrapassou 100 e, ainda, de que o exército foi acionado para conter a catástrofe deve deixar qualquer brasileiro com medo de vir para cá. E aqueles que têm parentes e amigos por aqui, certamente, ficaram preocupados.

É verdade que no Norte do Japão, onde a neve acumulada chegou a quase quatro metros de altura, a situação é de emergência mas, em Tokyo, por exemplo, sequer nevou (deve nevar, mas pouco, neste final de semana). Custa explicar que nas outras regiões do país está tudo bem? E na hora de falar do salário do decasségui – que, na verdade, é qualquer trabalhador que vai tentar uma vida melhor em outra região – custa lembrar que a despesa aqui também é muito mais alta?

Parece que custa sim. E deve ser o Ibope.

SAIU NO GLOBO ONLINE*
(6 de janeiro de 2006)

TÓQUIO - O Japão se prepara para mais neve nesta sexta-feira (nevou no país inteiro?), depois de passar por uma das piores nevascas que se tem registro, quando morreram 53 pessoas e o transporte ficou paralisado. (Eu continuo indo trabalhar todos os dias de trem)

Imagens de TV mostraram a neve no chão na frente de casas e quase cobrindo postes de luz. (Em Tokyo, a neve nem chegou)

* não tive tempo de procurar outras notícias. Essa aí é só uma amostra.


FOTOS: Província de Niigata. Foto escaneada do jornal The Japan Times, do dia 6 de janeiro. E Tokyo (sem neve). Foto tirada por mim, no dia 20 (é isso mesmo. um dia depois de publicar este texto), com a câmera do celular do Caruso (a do meu celular não é tão boa). Ah, tirei essa foto da janela do prédio onde a gente trabalha, no bairro Shinagawa. Só mais um parêntese: em Niigata continua nevando.

Wednesday, January 18, 2006

Comprei duas vassouras



A Monica me chamou para ir a uma loja de 100 ienes - como se fosse a nossa de R$ 1,99 (não se esqueçam de que 1 dólar vale mais ou menos 110 ienes ou pouquíssimos reais). Fui só para acompanhá-la já que, hoje, conseguimos sair cedo do trabalho.

Ela comprou cabides, um produto que a gente acha que é para deixar o banheiro cheiroso - seis meses de aulas de japonês não são suficientes para ler as embalagens - e não lembro mais o quê. Eu também comprei: umas coisinhas para maquiagem, presilhas para o cabelo e duas vassouras.

Fiquei em dúvida. "Levo as vassouras ou não?" É que meses atrás, quando contei ao Kuni que carreguei um balde dentro do trem, ele deu muitas risadas. Eu perguntei: "só os japoneses que têm carro compram balde?". Ele, que é japonês, explicou: "claro que não, mas essas coisas a gente compra perto de casa".

Tive de ignorar os conselhos dele. "Não podia perder essa oportunidade", pensei. Oportunidade de comprar vassoura? É. E não estou me referindo ao preço, mas ao produto mesmo. Vassoura aqui no Japão é coisa rara. Vassoura como as nossas, de cabo comprido. Vassouras em estilo oriental, se é que posso chamá-las assim, são fáceis de encontrar.

Aqui, as vassouras são pequenas, com o cabo pela metade. Parecem aquelas de casinha de boneca. Sei que os japoneses, ou melhor as japonesas - que são as que usam as tais vassouras - não são tão altas como as ocidentais. Nem anãs! As casas também são pequenas, mas nem tanto como as de boneca. Não seria muito mais prático e confortável varrer sem ter que se abaixar tanto?

Eu acho. E odeio fazer faxina com essas vassourinhas de brinquedo. Outra opção seria o aspirador de pó, mas também não me agrada - se é que fazer faxina é agradável. Dizem que elas só usam as "mini-vassouras" para varrer a entrada da casa. Mesmo assim ainda acho que a nossa seria melhor.

Por isso não poderia perder a oportunidade de comprar uma vassoura normal, quer dizer, em estilo ocidental. Comprei duas porque uma é cor-de-rosa - a minha cor favorita - e parece própria para varrer os cantos. Quero testar. A outra é daquelas de piaçava. Não tem nada de especial - graças a Deus! A faxina deste final de semana promete!

FOTO: As vassouras que comprei e a que eu já tinha em casa (mini-vassoura). Essa pequenininha aí, eu só comprei porque achei muito fofa. Varri o meu quarto uma vez com ela. E nunca mais. Não quero ter problemas na coluna... Ah, eu limpo o quarto sim. Uso aspirador de pó. A foto foi tirada por mim. Último parêntese: as mais comuns são as mini-vassouras de piaçava. São idênticas às grandes, só que o cabo delas deve medir a metade (no máximo!).

Tuesday, January 17, 2006

Quero dormir!

Cansei dessa rotina de blogueira. Mas não vou parar de escrever não. Só vou parar de ir para a cama, aliás, para o futon, às duas da manhã por causa do Meu Japão. Quero dormir!

E se vocês quiserem ficar acordados, aí vai uma dica: o fotolog do Rafael. É incrível! O nome? Isto é incrível - edição Japão. Anotem aí, quero dizer, cliquem aí: http://www.fotolog.net/istoeincrivel

Boa noite!

Parêntese: depois explico o que é futon. Ou vocês já sabem?

E eles seguem beijando...





Está lá na apresentação do Meu Japão: “me surpreendo a cada dia com esse país e esse povo...”, mas por essa eu não esperava. Voltando para a casa, hoje à noite, eu e a Angélica, ao sairmos da estação de trem levamos um susto. Um casal de japoneses aos beijos, ali mesmo para qualquer um ver. Beijo na boca e daqueles bem demorados!

Se no Brasil já não é muito confortável ver uma cena dessas na rua, imaginem aqui. Num país, onde beijo só existe entre quatro paredes e aperto de mão é uma concessão aos estrangeiros. Abraço, então, nem pensar. Quando tem, a gente logo vê que não é o que os japoneses mais gostam de fazer. Pelo menos, quando o outro ou a outra não é o namorado ou a namorada (imagino).

O choque foi tão grande, que a gente nem se lembra mais do que estávamos conversando. Passamos direto, mas não resistimos e olhamos para trás. “É isso mesmo?”. Era. E o beijo nunca acabava. “Karina, eles seguem beijando”, disse a Angélica assustada.
“Vamos tirar um foto”, sugeri. “Sim, vamos!”, respondeu. O difícil foi tomar coragem, mas tomamos!

Voltamos lá. “Com o seu celular ou com o meu?” “Como fazer para que eles não nos vejam?” “E se aparecer a polícia? – eu tenho pavor de ser presa no Japão!” “E se eles perceberem e ficarem bravos?” “A gente corre?” Discutimos tudo isso e eles seguiam beijando, como diria a Angélica, em seu “gracioso” espanhol (ela é peruana). Disfarçamos e tiramos duas fotos. Uma com o meu celular e outra com o dela. Não ficaram boas, claro, mas registramos este fato histórico.

Voltamos para casa e o casal seguia beijando. Quanto fôlego! E começamos a tentar entender esse acontecimento. Eles não pareciam bêbados. Se estivessem, essa seria a explicação. Os dois eram japoneses. Se pelo menos um fosse estrangeiro, a gente até entenderia. Daí veio a nossa preocupação: “Karina, e se for um experimento?”. “Será, Angélica?”.

Começamos a imaginar que havia uma câmera escondida. Seria um desses programas de entretenimento da tevê japonesa? Ou um “experimento”, sem câmera mesmo, como sugeriu a Angélica? Uma pesquisa científica sobre o comportamento humano? Pensamos em tudo, mas não encontramos uma explicação. Mesmo assim valeu a experiência. Duvido que algum de vocês já viu uma cena dessas por aqui.

E o casal? Pelo visto, segue beijando...

Monday, January 16, 2006

Cadê o botão da descarga?


Dois anos no Japão não são suficientes para conhecer todas as variações de botão de descarga (é, tô falando do vaso sanitário, da privada). E não é lerdeza minha não. A Shigeko, que está aqui há mais de quatro anos, disse, hoje, que ainda costuma encontrar banheiros diferentes por aí, quero dizer, por aqui.

Dessa vez, a novidade não era apenas no botão da descarga. Estávamos num restaurante temático – da Alice no País das Maravilhas – e todas as meninas da nossa turminha que voltavam do banheiro faziam a mesma pergunta: “vocês conseguiram abrir a torneira da pia?” Eu não prestei atenção na resposta e quando chegou a minha vez, me arrependi. Tive de voltar lá na nossa mesa e pedir socorro: “gente, eu não consigo abrir a torneira!”

A torneira é em formato de ducha de chuveiro. Não tem nenhum botão, não tem sensor, não tem nada. Tentei girar a ducha, mas nada acontecia. Procurei as instruções (quem sabe eu não conseguiria ler algum kanji), mas também não tem. Disfarcei na hora que entrou uma japonesa no banheiro e até pensei em pedir ajuda à ela, mas fiquei com vergonha.

Quando as meninas me explicaram, não acreditei: “é só pisar num botão, que fica no chão!”. Essa hitstória me fez lembrar um e-mail que mandei para os amigos do Brasil, não sei quando. Deve ter sido no início de 2004. O assunto era o botão da descarga. Resolvi publicá-lo aqui. Afinal, ele está atualizadíssimo!

É que ainda no País das Maravilhas, eu tive de perder uns minutinhos procurando o botão da descarga. Nem contei para as meninas e para os meninos, mas só para saber se eles lêem o meu blog. O botão fica na parede ao lado do vaso e, na verdade, é mais que um botão. É um painel, cheio de coisas. Tem até a hora local. Pensei que fosse sensor, passei a mão e nada. Depois vi que tem um botão com um kanji conhecido lá. Era esse.

Mas aí vai o e-mail:

Não sei se já contei mas aqui tem vasos sanitários de todos os tipos. Tem em estilo oriental, que é praticamente um buraco no chão e tem vários em estilo ocidental. Desde aqueles comuns como os das nossas casas aí no Brasil até umas privadas sofisticadas com um monte de botões, esterilizadas, aquecidas, com duchinha e "ventinho" automáticos e tudo mais que vocês imaginarem.

O problema é que o botão de descarga varia muito de modelo e de lugar e eu sempre tenho dificuldade de encontrá-lo. Outro dia, na estação de trem, fui ao banheiro e não achava o botão da descarga de jeito nenhum. Olhei na parede lateral - dica da Raquel -, no próprio vaso e nada. Até que, sem querer, pisei num botão e a descarga disparou. Isso mesmo, a descarga era no chão!

Mas este foi o de menos. O engraçado foi no banheiro de um shopping em frente ao jornal (onde eu trabalho). Fui lá, fiz o que tinha de fazer e na hora da descarga começou o meu desespero. Não tinha um botão, uma alavanca, nada! Olhei no teto, no chão, na privada, na parede e nada! Eu pensei: “meu Deus, eu não posso estar ficando louca, não tem botão de descarga aqui”.

Procurei mais um pouco, vi uma plaquinha na parede (em japonês, claro) e apertei um botãozinho preto que tinha lá, mas não adiantou. Parece que não era um botão, apenas uma bolinha. Aí, pensei: “paciência, vou embora sem dar descarga. Senão, vou perder a hora do meu almoço aqui". E quando eu abri a porta para sair, a descarga disparou...

Chegando ao jornal, contei à Silvia. Ela explicou que eu tinha de passar a mão em frente à tal plaquinha na parede, que tem um sensor. Não tem que apertar nada. E se alguém esquecer da descarga, a porta aberta aciona o sensor. Pra que tudo isso né?

FOTO: Cedida pelo Dalton no dia 16 de janeiro de 2006. Ele pediu para eu não contar, mas preciso colocar os devidos créditos. Ele a "roubou" do blog de outra amiga. Eu não tenho nada a ver com isso... Ah, isso aí é um vaso sanitário em estilo oriental. Pode ser rosa, de bolinha, não adianta. É horrível!

Sunday, January 15, 2006

Arigatou

Essa palavra aí não precisa traduzir né? Se tem até numa das letras do É o Tchan!.

Obrigada pelos comentários. Vou fazer assim: responder diariamente os 100 primeiros que chegarem, ok? Aliás, os 101. Vai que vocês escrevem 100 com "s"...

Mas ainda não descobri onde publicar as minhas respostas. Quando o Meu Japão era laranja, pelo menos isso era mais fácil (só isso!).

Então, respondi lá nos comentários mesmo. Tem algo de errado, eu sei. Se não, o meu comentário - que, na verdade, é resposta de comentário - não entraria na contagem.

Enfim, está lá. Ou melhor, estão lá as respostas personalizadas. Mas, para conferir, vocês terão de se dar ao trabalho de voltar ao mesmo link onde clicaram para comentar.

Tenham paciência. Eu ainda vou aprender a mexer nesse treco. Vocês devem ter notado que foto aqui é coisa rara. Preciso explicar o motivo?

Saturday, January 14, 2006

Semi-analfabeta


Domingo passado, tive a minha primeira aula de kanji (os tais ideogramas complicados). Já sabia ler alguns - e até então nunca tinha escrito nenhum. Agora, já sei escrever seis! Para me tornar alfabetizada na língua japonesa, só faltam 1994...

É que para ser aprovado no exame de proficiência - nível 1, que é o mais avançado - é preciso dominar 2 mil kanji. E dominar significa saber ler e escrever (à mão. no computador, não vale!). E, ainda, ter um vocabulário de 10 mil palavras, vasto conhecimento da gramática e por aí vai.

Às vezes, tenho vergonha de contar que moro há dois anos no Japão e ainda não falo japonês. Quando descubro pessoas que estão aqui há dez, quinze anos e também não falam, me sinto aliviada. Mas, outras vezes, vejo aquelas que aprenderam em poucos meses e volto a sentir vergonha.

Quero me justificar: pensei que aprenderia só de estar aqui. Não queria pagar caro para estudar japonês no Japão. "Não faz sentido", pensava. Então, tentei estudar com uma japonesa que queria aprender português. Uma ensinaria à outra, de graça. Ficamos amigas (é a Mai) e não aprendi nada! É que ela já sabia um pouco da minha língua e assim a gente se comunicava.

Procurei uma Associação Internacional. Lá, eu também poderia aprender sem gastar um tostão, aliás, um iene. Em vão! Os professores voluntários eram tão velhinhos que, nem se eles falassem português, eu entenderia. Desisiti.

Aí me deram uma sugestão: "se quiser aprender japonês, você tem que arranjar um namorado japonês!". Adorei a idéia, mas me dei mal mais uma vez. Descobri que para arranjar um namorado japonês, o primeiro passo é falar japonês. Mais ou menos igual àquela história do ovo e da galinha.

Voltei à estaca zero e me matriculei numa escola. O que eu deveria ter feito, logo que cheguei. Comecei a estudar em agosto do ano passado e, agora, já posso dizer que deixei de ser analfabeta. Alcancei o status de semi-analfabeta (que para os estrangeiros no Japão é uma grande conquista): sei ler e escrever hiragana e katakana (outros ideogramas, só que menos complicados) e seis kanji!

Também não preciso mais esperar outros passageiros do trem se dirigirem até a porta para saber de qual lado será a saída. Quando o mocinho do alto-falante diz "deguchi wa hidari gawa desu", eu já sei que é pela porta esquerda. Sei ler muitas coisas do cardápio nos restaurantes e até perguntar se tem cebola. E, se tiver, ainda peço para tirar.

Estou feliz com o progresso. Quando acho que não sei nada de japonês, olho para trás e vejo o tanto que aprendi. Nihongo wa muzukashii desu ga totemo omoshiroi desu! (Japonês é difícil, mas muito interessante!)

FOTO: esses aí são os seis kanji que aprendi a escrever. Significam os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6. A foto é do meu livro e fui eu que tirei (por isso está desfocada)

Um parêntese

Primeiro parto:
http://meujapao.blog.com

Segundo parto:
http://meujapao.zip.net

Prova do "sucesso":

[Cristiana Shigueko Yamamoto]
Realmente, tah mto feio mesmo!! Monica, Danny, Mili, Douglas, Dal!!!!!! Alguem!!!!! Help a Karina!!!! Mas nao deixa de ser engracado... rsrsrsrsr....
05/01/2006 11:17

[Jim Carrey][etoluis@yahoo.com]
faaaaala, karina. seu japao eh "even better than the real thing". um pouco mais feio, eh verdade. mas inegavelmente muiiiiiiiiito mais divertido. beijos, PS: Monica, Dani, Mili, Douglas, Dal... ninguem se habilitou ainda????????
05/01/2006 12:36

[Cristiana Shigueko Yamamoto]
Agora sim tah ficando decente!!
10/01/2006 12:31

[Dalton Hasegawa][dalton.hasegawa@gmail.com]
Nao sei se estou perdendo o senso estetico, mas eu gostei o blog....
11/01/2006 03:34

[Cebolinha]
uhm... ta bem difelente da ultima vez que vi... bem mioh, nem palece da mesma pessoa Mili
11/01/2006 12:51

[Mo][nicamu@gmail.com]
Fofa, esse texto está laranja! Força na peruca! Um dia seu blog ficaará lindo!!!! :)
13/01/2006 14:23

Renasci

Na verdade, quem renasceu foi meu blog. Pela segunda vez! E ainda vai ter de ficar uns dias na incubadora...

O Meu Japão é assim... nasceu no dia 3 de janeiro. O parto foi muito trabalhoso. Daqueles da época das parteiras. Mesmo assim, resolvi gerar outro blog e o segundo nascimento - ou o primeiro renascimento - foi naquele mesmo dia. Outro parto trabalhoso, ainda do tempo das parteiras. Mas já não tinha fôlego para criar outro blog.

O jeito foi aceitar que o meu blog era feio, muito feio. "Para compensar, terei de caprichar nos textos", pensei. Mas ainda não estava feliz. "Eu quero um blog bonito! Será que é tão difícil assim?" E não é que em plena sexta-feira 13, num bate-papo descontraído com a Monica, o Mili e a Shigeko, encontrei a solução?

Eles, que já estão na era do Mac e acham que PC é coisa do passado, me deram milhões de dicas. "Default", "Photoshop", "servidor"... Não entendi nada, mas foram eles que me mostraram que o meu erro foi na escolha do site para criar o blog. Aí vai uma dica para os blogueiros de primeira viagem, como eu: o blogspot (www.blogger.com) é o melhor! Quem viu as duas primeiras versões do Meu Japão está de prova.

Agora não quero saber de outro parto. O Meu Japão é esse aí e na certidão de nascimento dele vai constar o dia 14 de janeiro de 2006. Se eu estivesse no Brasil, o terceiro parto teria sido na sexta-feira 13 mesmo, mas aqui já é dia 14, mais especificamente 3:15 da madrugada. Exatamente o dia em que comemoro dois anos de vida no Japão! Parece que tantos partos foram propositais.

Outro Japão

Hoje vou fazer propaganda do "concorrente". Ja é tarde e estou muuuito cansada. E para nao deixar meus leitores "na mão", vou indicar o blog do meu amigo Ewerthon. Aquele mesmo que me chamou de traidora, só porque cansei de esperá-lo e criei um blog sozinha, em vez de criar um em parceria com ele.

Acessem http://www.nihonsugoi.blogspot.com. Para quem não sabe japonês, Nihon é Japão e sugoi é legal. O nome do blog é O Meu Japão é muito mais Legal. Mais legal do que o que? Ou do que o de quem? É impressão minha ou ele está se referindo ao Meu Japão, hein Ewerthon?

Não sei. Só sei que o blog dele é legal sim e muito mais bonito do que o meu. Snif, snif, snif... Mas como eu disse a ele, vai servir de motivação. O nosso pacto é não deixar que o blog do outro morra. E ainda vamos compartilhar os leitores, imagino. Só espero que vocês não me troquem por ele!

(11 de janeiro de 2006)

O que você vai fazer no dia 8 de abril?

Eu já tenho compromisso. E não marquei hoje não, foi em novembro do ano passado! Soube que o Bon Jovi faria show aqui no Japão e não queria perder. Doze anos atrás, quando a Madonna foi ao Brasil e eu tive de matar aula para ir ao show dela em São Paulo, também queria ter visto o Bon Jovi. Mas tive de escolher e escolhi a Madonna, sem o menor arrependimento.

Agora posso realizar um sonho da adolescência (eu tinha 16 anos naquela época). Só não esperava ter que marcar um compromisso com tanta antecedência. Os shows serão em abril e os ingressos estão à venda desde o dia 15 de dezembro: quatro meses antes! No dia 23, a Suely, uma amiga de Nagoya, reservou nossos ingressos e ela teve de optar pelo show em Tokyo, já que não havia mais ingressos para ver o Bon Jovi na cidade dela...

Aqui, estou aprendendo a ser pontual e a planejar os compromissos, mas dá medo só de pensar em guardar um ingresso por quase quatro meses. Será que não vou perdê-lo? Onde guardar, levando em consideração que não sou tão organizada quanto gostaria de ser? E se eu me esquecer do show? Ou mudar de cidade? Ou aparecer uma coisa mais interessante para fazer no dia 8 de abril?

Para os japoneses, isso não é problema. No final de março de 2004, dois meses depois de eu chegar ao Japão, fui tomar um café com a minha amiga japonesa Mai. Ela levou outra japonesa, a Sati, e eu levei uma amiga brasileira, a Raquel. Sabíamos que a Sati adora a Tokyo Disney e a convidamos para ir lá. Ela tirou uma agenda da bolsa, olhou, pensou e disse: “podemos ir em junho”. Pensei que fosse brincadeira, mas ela estava falando sério! Chegou abril, maio, junho e eu e a Raquel nem lembramos da Disney. Espero não esquecer também o show do Bon Jovi...

Um parêntese: para ir a Tokyo Disney é só pegar um metrô e comprar o ingresso lá na entrada. Não é como programar uma viagem do Brasil a Disney nos Estados Unidos.

(10 de janeiro de 2006)

E como é o Japão afinal?



Chega de reclamar e vamos logo ao meu Japão. Tem gente que ainda acha que vai encontrar gueixas e samurais pelas ruas de Tokyo. Mas a maioria sabe que samurai é coisa do passado e gueixas até existem, mas é mais fácil encontrá-las em Kyoto do que na capital japonesa. E alguém imagina pegar um metrô e ver uma adolescente japonesa vestida de quimono? Eu não imaginava. Para mim, quimono, assim como samurai, era coisa do passado. Não é! As japonesas – e os homens e as crianças também – usam quimono em cerimônias de casamento, festivais tradicionais, enfim, em ocasiões especiais. Como se fosse o nosso traje de gala.


E hoje foi uma dessas ocasiões especiais. Aqui, a segunda segunda-feira de janeiro é o Dia da Maioridade, feriado nacional. Todos os jovens que completarem 20 anos, neste ano, têm motivo para comemorar. Afinal, eles poderão votar, beber e fumar como os adultos! Carteira de motorista eles podem tirar desde os 18 anos. Acho que a maior alegria de chegar aos 20 é parar de comprar bebida alcoólica e cigarro escondido dos pais – detesto generalizar, mas os japoneses adoram beber e fumar!


Para os turistas de plantão, o Dia da Maioridade é perfeito para ver de perto o contraste do Japão do século 21. Na cidade moderna, desfilam dezenas de jovens vestidos de quimono, quase todos – ou todos, não duvido – munidos com o seu telefone celular. Melhor, ainda, é ver esses jovens de quimono comendo Big Mc!

Nessas fotos aí, o meu amigo Caruso tentou registrar uma adolescente comprando lanche no Mc Donalds. Depois, eu mesma saquei o celular e pedi para fotografá-la. Ela pareceu feliz e até posou, mas deixou a bandeja de lado. Mal sabia que a foto perfeita seria dela carregando a bandeja de lanche do Mc Donalds... Vou tentar de novo no próximo ano. Prometo!


(9 de janeiro de 2006)

Fracasso

Meu blog já tem quase uma semana de vida e ainda não está em forma. Além de não conseguir dar uma cara bonitinha pra ele, fiquei três dias sem escrever – num total de seis! Isso está cheirando fracasso...

Mas apesar de achar que entrei numa fria, não vou desistir. Se não conseguir me virar logo com essas ferramentas chatérrimas da internet, vou contratar um daqueles meus amigos que citei em Escrever é mais fácil. Eles devem fazer um precinho camarada pra mim, espero. E prometo deletar a desculpa “estou sem tempo” do meu repertório. Vou escrever sim. Todos os dias não prometo, mas a meta será no MÍNIMO uma vez por semana. De preferência, umas quatro ou cinco vezes.

Ah, será que os textos estão legíveis? Parece que estou com problemas na acentuação. Tentei corrigir hoje e, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, não consegui. Vou buscar ajuda. Já volto!

(8 de janeiro de 2006)

Escrever é mais fácil

Criar um blog é muito fácil. Você acessa um desses sites de blog gratuito, clica aqui e ali e pronto. Em cinco minutinhos você cria um. O problema vem depois! Eu queria um daqueles blogs lindos, com tela colorida e uma diagramação simples, mas moderna. Até pensei na cor, nos detalhes, na fonte, mas como faço para colocar as minhas idéias brilhantes - como diria o meu amigo Ewerthon - em prática? É muito difícil! Eu sei que o meu blog está horroroso, mas não sei como fazer com que ele fique bonito.

Agora eu vou dar mais valor para o trabalho dos meu amigos designer gráficos: Monica, Dani, Mili, Dalton, Douglas... vocês são artistas! Preciso da ajuda de vocês! Senão, quem vai ter de ser artista sou eu. As minhas histórias terão de ser muuuuito boas para um blog tão feio fazer o mínimo de sucesso.

A mensagem de hoje vai sem foto. Não por falta de opção. Por falta de paciência e de competência para publicar uma. Escrever é muito mais fácil!

(4 de janeiro de 2006)

Um livro ou um blog?

Pensei, pensei, pensei. Escrevo um livro ou crio um blog? Conversei, pedi conselhos e decidi: primeiro, vou criar um blog. Depois, escrever um livro. Aí veio outra dúvida: como será o meu blog, aliás, qual será o objetivo do meu blog? Um diário aberto ao público? Um lugar pra eu saber se eu levo jeito para cronista? E quem será o meu público? E o que eu quero passar para esse público que nem sei qual é?

Quero ser descoberta por algum caça-talentos à procura de um "escritor" vendável? Até que não seria má idéia mas pensei, pensei, pensei e decidi: chega de pensar, vou escrever e pronto! O meu blog vai ser a minha válvula de escape, o lugar para eu escrever o que eu quiser e quando quiser. Mas é claro que eu vou ficar muito feliz, se souber que o Meu Japão é assim... é útil para outra pessoas também. Seja para rirem, se inspirarem, bisbilhotarem ou simplesmente conhecerem o Japão sob os meu olhos.

Enfim, "meu" blog! Meu e de vocês! Ai, meu Deus, será que estou falando com as paredes?

(3 de janeiro de 2006)